No 3º trimestre, Bahia e Salvador mantêm maiores taxas de desocupação do país – Jornal Correio

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No 3º trimestre de 2022, a taxa de desocupação na Bahia foi de 15,1%. Com isso, o estado se mantém, pelo terceiro trimestre consecutivo, com a maior taxa de desocupação do país.
O dado, no entanto, apresentou uma leve redução em relação à do 2º trimestre (que havia sido de 15,5%) e foi a menor para um 3º trimestre em sete anos, desde 2015, quando tinha sido de 13,0%. A taxa de desocupação mede a proporção de pessoas de 14 anos ou mais de idade que estão desocupadas (não trabalharam e procuraram trabalho) em relação ao total de pessoas que estão na força de trabalho, seja trabalhando (pessoas ocupadas) ou procurando (desocupadas).
O indicador baiano seguiu bem acima do nacional (8,7%) e equivalia a quase quatro vezes o verificado em Santa Catarina, que tem a menor taxa de desocupação do Brasil (3,8%).
O município de Salvador registrou, no 3º trimestre deste ano, uma taxa de desocupação maior do que a do estado como um todo (17,9%) e que, no sentido inverso, aumentou frente ao trimestre anterior (quando havia sido de 16,7%).
Foi a maior taxa desocupação entre as capitais brasileiras pelo segundo trimestre consecutivo, desde que as informações da PNAD Contínua Trimestral voltaram a ser divulgadas para as capitais e regiões metropolitanas, no 2º trimestre de 2022, após dois anos de interrupção, em virtude da pandemia.
A taxa de desocupação soteropolitana também foi a mais alta para um 3º trimestre, no município, desde o início da série histórica IBGE, em 2012 (ficando de fora os anos de 2020 e 2021, para os quais não houve informações).
Na Região Metropolitana de Salvador (RMS), por sua vez, a taxa de desocupação ficou ainda maior do que na Bahia e na capital: 19,4% no 3º trimestre de 2022. Também mostrou tendência de alta frente ao trimestre anterior (quando havia sido de 19,1%), foi a maior entre as regiões metropolitanas pesquisadas em todo o Brasil pela segunda vez consecutiva e a mais elevada para um 3º trimestre, na RMS, desde 2016 (quando havia ficado em 19,6%)

Reprodução
Taxa de desocupação cede na Bahia
A ligeira redução na taxa de desocupação na Bahia, do 2º para o 3º trimestre, foi resultado principalmente da saída de pessoas da força de trabalho, ou seja, do aumento no contingente dos que não estavam trabalhando nem procurando emprego.
De julho a setembro, a população ocupada (quem estava trabalhando no estado, fosse em ocupações formais ou informais) ficou em 6,010 milhões de Supervisão de Disseminação de Informações (SDI) Unidade Estadual do IBGE na Bahia, caindo ligeiramente frente ao trimestre anterior, quando havia sido de 6,037 milhões (-27 mil ocupados ou -0,5% no período).
Porém, na comparação com o 3º trimestre de 2021 (quando 5,797 milhões de pessoas estavam ocupadas), a população que trabalhava na Bahia seguiu em alta, com um saldo de mais 212 mil trabalhadores em um ano (+3,7%).
Já a população desocupada (quem não estava trabalhando, procurou trabalho e poderia ter assumido caso tivesse encontrado) manteve tendência de queda e ficou em 1,070 milhão, o menor contingente de desocupados na Bahia, para um 3º trimestre, em sete anos – desde 2015, quando havia 943 mil pessoas nessa condição.
O total de pessoas desocupadas no estado recuou 3,1% frente ao 2º trimestre (quando eram 1,104 milhão), o que representou menos 34 mil pessoas procurando emprego no período.
Na comparação com o 3º trimestre de 2021 (quando havia 1,336 milhão de desocupados), a queda foi bem mais expressiva, de -19,9% ou menos 267 mil pessoas procurando trabalho sem encontrar, em um ano. Entretanto, como não houve aumento da ocupação do 2º para o 3º trimestre, a redução na desocupação, nesse intervalo de tempo, se deu principalmente porque menos pessoas procuraram emprego.
Entre o 2º e o 3º trimestre, a população fora da força de trabalho (que por algum motivo não estava trabalhando nem procurou trabalho) na Bahia cresceu de forma estatisticamente significativa. Passou de 4,884 milhões para 5,054 milhões de pessoas (+3,5%), com 170 mil deixando de procurar trabalho em três meses.
Frente ao 3º trimestre de 2021, a população fora da força de trabalho na Bahia também aumentou, ainda que com menos intensidade: cresceu 1,8%, o que representou 88 mil pessoas deixando o mercado em um ano. Entretanto, mesmo com uma população fora da força de trabalho maior, dentro dela o subgrupo dos desalentados seguiu encolhendo no estado, tanto frente ao 2º trimestre (-1,6% ou menos 10 mil pessoas) quanto ao 3º trimestre do ano passado (- 9,5% ou menos 63 mil), chegando a um total de 602 mil pessoas desalentadas.
A Bahia segue com o maior número absoluto de desalentados do país, posto que detém ao longo de toda a série da PNAD Contínua, desde 2012. No 3º trimestre de 2022, no Brasil, havia 4,258 milhões de desalentados, número que caiu tanto frente ao 2 o trimestre de 2022 (-0,2% ou menos 7 mil pessoas) quanto frente ao 3 o trimestre de 2021 (-17,2% ou menos 887 mil pessoas).
A população desalentada é aquela que está fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem, ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade. Entretanto, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.
Na cidade de Salvador e na região metropolitana da capital, os movimentos no mercado de trabalho do 2º para o 3º trimestre foram parecidos entre si e um pouco diferentes do verificado no estado como um todo.
Em ambos os recortes territoriais, houve reduções bem discretas no número de pessoas na força de trabalho, ou seja, um pouco menos pessoas procurando emprego; a população ocupada (trabalhando) também diminuiu um pouco; mas o número de pessoas desocupadas (procurando trabalho) teve leves aumentos nos dois casos – enquanto na Bahia, esse grupo diminuiu.
No 3º trimestre, no município de Salvador, havia 1,302 milhão de pessoas trabalhando, menor contingente da série histórica iniciada em 2012, e 284 mil desocupados. Considerando toda a região metropolitana da capital, 1,743 milhão de pessoas trabalhavam, enquanto 419 mil estavam desocupadas.
Redução do número de trabalhadores na Bahia foi puxada por contas-próprias e empregados com carteira
A redução da população ocupada no 3º trimestre de 2022, na Bahia, foi puxada com mais força pela queda no número de trabalhadores por conta própria e, em menor intensidade, pela diminuição dos empregados no setor privado com carteira assinada.
Entre julho e setembro, o contingente de pessoas trabalhando por conta própria chegou a 1,685 milhão, no estado. Houve queda de 4,4% frente ao 2º trimestre (quando havia 1,763 milhão de autônomos), o que representou menos 78 mil trabalhadores nessa condição em três meses.
Na comparação com o 3 o trimestre de 2021 (quando 1,874 milhão de pessoas eram trabalhadoras por conta própria na Bahia), a queda foi ainda maior: -10,1%, ou menos 189 mil autônomos no estado, em um ano. Mas a redução dos contas-próprias não ocorreu em função do aumento da formalização no mercado de trabalho baiano.
Os empregados no setor privado com carteira assinada também se reduziram do 2º para o 3º trimestre (-1,5% ou menos 24 mil trabalhadores nessa condição), somando 1,533 milhão de pessoas.
Por outro lado, aumentaram tanto o total de empregados no setor privado sem carteira assinada (+4,1% ou mais 49 mil pessoas nessa condição) quanto o de trabalhadores domésticos sem carteira (+6,0% ou mais 18 mil).
O contingente de empregados no setor privado sem carteira chegou a 1,235 milhão de pessoas e foi recorde no estado, nos dez anos da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012. As variações nas formas de inserção no mercado de trabalho baiano resultaram num quadro de estabilidade da informalidade, no 3º trimestre de 2022.
Entre julho e setembro, 3,206 milhões de pessoas trabalhavam como informais no estado, o que representava 53,3% de toda a população ocupada. No trimestre anterior, esse número era bem pouco maior (3,208 milhões de informais), mas representava um pouco menos no total de trabalhadores (53,1%).
Frente ao 3º trimestre de 2021, o número absoluto de informais mostrou um recuo bem discreto na Bahia (-0,6% ou menos 20 mil trabalhadores nessa situação em um ano), e a sua proporção em relação ao total da população ocupada também caiu (era de 55,7% no 3 o tri/21).
São considerados informais os empregados no setor privado e domésticos que não têm carteira assinada, os trabalhadores por conta própria ou empregadores sem CNPJ e as pessoas que trabalham como auxiliares em algum negócio familiar.
A massa de rendimento é a soma dos rendimentos de trabalho de todas as pessoas ocupadas. Indica o volume de dinheiro em circulação
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