Novas pesquisas confirmam vitória de Lula por margem semelhante ao 1º turno – UOL Confere

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Ricardo Kotscho, 72, paulistano e são-paulino, é jornalista desde 1964, tem duas filhas e 19 livros publicados. Já trabalhou em praticamente todos os principais veículos de mídia impressa e eletrônica. Foi Secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência da República (2003-2004). Entre outras premiações, foi um dos cinco jornalistas brasileiros contemplados com o Troféu Especial de Direitos Humanos da ONU, em 2008, ano em que começou a publicar o blog Balaio do Kotscho, onde escreve sobre a cena política, esportes, cultura e histórias do cotidiano
Colunista do UOL
24/10/2022 20h17
O que mudou do primeiro para o segundo turno? Nada. O ex-presidente Lula continua favorito para voltar ao cargo no próximo domingo, com Bolsonaro bem atrás.
Lula venceu o primeiro turno com seis pontos de vantagem (48,4% x 43,2%), o que corresponde a pouco mais de 6 milhões de votos.

A seis dias da eleição do segundo turno, as novas pesquisas divulgadas nesta segunda-feira pelos institutos Ipec e Atlas mostram um cenário cristalizado, indicando a vitória do ex-presidente fora da margem de erro.
Nem o assalto promovido pelo governo aos cofres públicos para a compra de votos, com a farta distribuição de verbas do orçamento secreto para parlamentares e prefeitos; nem a pressão de patrões bolsonaristas para ameaçar com demissão funcionários que votarem em Lula; nem a “guerra santa” das igrejas e a “guerra suja” das redes sociais, com a fábrica de mentiras operando a todo vapor; nem as pajelanças de Michelle & Damares: nada parece capaz de tirar votos de Lula e passar para Bolsonaro.
Na pesquisa Atlas, Lula, que oscilou para cima e passou de 52,4% dos votos válidos para 53%, mantém os mesmos seis pontos acima de Bolsonaro, que oscilou para baixo, de 47,6% para 47%.
São praticamente os mesmos números da pesquisa Ipec, que se mantiveram inalterados em relação à semana passada: 54% a 46% para Lula nos votos válidos (50% a 43% nos votos totais).
Com metodologias diferentes _ o Ipec fazendo entrevistas presenciais, e o Ideia, via questionário eletrônico _ ambos os institutos chegaram a resultados semelhantes, mostrando as mesmas tendências, que se mantêm inalteradas desde o início da campanha eleitoral.
No sábado, mostrei que só um fato novo absolutamente imponderável poderia alterar esse quadro, talvez um atentado com morte, por exemplo, mas se era esse o objetivo do ataque suicida do parça Bob Jeff aos agentes da Polícia Federal, que o foram prender no domingo, mais uma vez a estratégia kamikase do bolsonarismo, agora com fuzis e granadas, deu chabu. Foi um vexame federal que tornou a reeleição ainda mais distante das urnas.
Restam agora apenas tentativas desesperadas para tumultuar o dia da eleição com arruaças, como fica claro no vídeo bolsonarista que convoca apoiadores para ocupar as seções eleitorais no domingo:
“Do início da votação até a hora de abrir as urnas da sua cidade, você será os olhos e o coração do presidente na sua seção eleitoral. Contamos com você nessa missão pelo bem do Brasil. Mais que fiscal do presidente, precisamos de você para ser um fiscal do Brasil”.
O que eles querem com isso?
Prestar uma homenagem ao TSE pela lisura e competência na condução do processo eleitoral, dar um atestado de idoneidade aos mesários e elogiar o trabalho da imprensa, em caso de vitória?
Ou, em caso de derrota, denunciar fraudes nas urnas eletrônicas, promover baderna e impedir a comemoração de quem ganhar, esperando que as Forças Armadas apareçam para restabelecer a ordem e lhes conceder a vitória por decreto?
Façam suas apostas. Pelos mais recentes indicativos das pesquisas, eu aposto na segunda opção. Num discurso em Pelotas (RS) na semana passada, o próprio capitão já deu uma pista:
“Tenho certeza que o resultado será aquele que todos nós esperamos, até porque o outro lado não consegue reunir ninguém. Todos nós desconfiamos. Como pode aquele cara ter tantos votos, se o povo não está ao lado dele?”
Na realidade paralela em que vive, será que só Bolsonaro não viu as multidões que foram atrás dos carros de som para saudar “aquele cara” de barba branca e voz cada vez mais rouca, em todos os lugares por onde a caravana petista passou nas últimas semanas, enquanto ele só conseguia reunir gente pegando carona em comemorações religiosas dos seus bispos e marchas para Jesus ou em motociatas de devotos?
Como não conseguiu proibir as pesquisas eleitorais nem decretar sigilo de 100 anos para a sua divulgação, a realidade dos números insiste em desmentir as bazofias do capitão, semana após semana, sem dar margem a dúvidas, a não ser nas mesas redondas dos comentaristas na TV.
Esta deverá ser mais uma noite animada no QG bolsonarista, em que se procuram culpados para a derrota anunciada, evitando se olhar no espelho.
Vida que segue.

Por sorte não morreu ninguém

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL
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Ricardo Kotscho
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