O Arsenal, aos 45 do 2° tempo, conquista uma vitória monumental … – Trivela

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As expectativas para a noite de futebol no Estádio Emirates eram genuínas e plenamente justificadas. Arsenal e Manchester United oferecem, no momento, o melhor futebol da Inglaterra. Esperava-se um jogo grande, entre o líder que tentava consolidar sua posição e um concorrente em busca de encurtar as distâncias. O que se viu, então, foi um dos melhores embates da Premier League nos últimos anos. A partidaça ofereceu um prato cheio entre muitos gols, grandes defesas, chances cristalinas e dois times intensos. O imparável Marcus Rashford abriu o placar com um golaço, mas o Arsenal era melhor e reagiu. Empatou com Eddie Nketiah e virou também com uma pintura de Bukayo Saka, antes que Lisandro Martínez igualasse novamente. No entanto, o time de Mikel Arteta nunca desistiu. Era superior e mais agressivo. Botou os Red Devils contra a parede e abafou até os últimos minutos. Conseguiu, aos 45 do segundo tempo, um gol do talismã Nketiah para o triunfo por 3 a 2. Ganha o duelo, se reafirma no topo da tabela e leva para casa um resultado para ser lembrado por muita gente.
O Arsenal entrou em campo com sua escalação básica das últimas semanas, com Eddie Nketiah no lugar do lesionado Gabriel Jesus. De resto, os principais destaques estavam presentes. Thomas Partey, Martin Odegaard e Granit Xhaka fechavam o meio, com Bukayo Saka e Gabriel Martinelli nas pontas. Já o Manchester United, sem o suspenso Casemiro, tinha novidades. Christian Eriksen ganhava a companhia de Scott McTominay no meio. Já na frente, a mudança ficava pela entrada de Wout Weghorst, apoiado por Antony, Bruno Fernandes e Marcus Rashford – este aberto na esquerda.

O Arsenal entrou em campo disposto a abrir a contagem rapidamente. Foi uma forte pressão inicial, com direito a escanteio, batida bloqueada de Martin Odegaard e tiro para fora de Thomas Partey. O Manchester United levou alguns minutos até acertar a sua marcação, mas logo também respondeu nos contragolpes e inclusive teve um avanço perigoso de Bruno Fernandes contra Aaron Ramsdale. Gabriel Martinelli seguiria a insistência dos londrinos do outro lado. Entre o ímpeto dos Gunners e o perigo pontual dos Red Devils, obviamente o placar não ficaria zerado por tanto tempo.
O Manchester United conseguiu abrir o placar aos 17 minutos. Foi uma boa recuperação do time, em passe errado de Thomas Partey, mas o melhor ficaria para a conclusão de Marcus Rashford. O atacante deu uma caneta em Partey na intermediária e vislumbrou uma fresta para finalização. Disparou o míssil de longe, direto no canto inferior de Ramsdale. Gol de alto calibre, muito difícil de se anotar, que reitera também a fase do atacante. Ficava a dúvida sobre a maneira como o Arsenal reagiria. A resposta não tardou, com duas chegadas até o empate aos 24. Granit Xhaka recebeu com muito espaço na esquerda e cruzou com enorme precisão. Eddie Nketiah atacou a bola e concluiu de cabeça, recolocando o time na parada.
A partir de então, o jogo ficou mais equilibrado e aberto à trocação. O Manchester United conseguiu inclusive ser mais concreto em suas jogadas ofensivas. Aos 28, Scott McTominay queimou o chute de longe e Ramsdale espalmou. O Arsenal tinha boa fluidez, mas esbarrava na marcação quando tentava criar algo. Somente nos minutos finais é que os Gunners voltaram ser mais perigosos, sem muita direção na conclusão. A expectativa era de um segundo tempo ainda aberto.
O Arsenal voltou do intervalo com a entrada de Takehiro Tomiyasu no lugar do amarelado Ben White. E a equipe de Mikel Arteta estava mais quente na retomada da partida. Odegaard fez mágica num passe de elástico que levou Lisandro Martínez a fazer um corte providencial na hora em que Xhaka engatilhava o chute. Já a virada se consumou aos oito minutos, com assinatura de Saka. O ponta recebeu com muito espaço na direita, limpou a cobertura de Eriksen e disparou o chute do meio da rua. Bola teleguiada para entrar no cantinho da meta de David de Gea.
O Manchester United também demonstrou um poder de reação alto. Primeiro Ramsdale salvou. Rashford mandou um venenoso chute rasteiro que ainda desviou na marcação e o goleiro foi capaz de espalmar. Entretanto, o novo empate pintou aos 14, sem que o arqueiro fizesse seu melhor. Numa cobrança de escanteio, Ramsdale esbarrou em Tomiyasu na hora de interceptar o cruzamento e soltou a bola. Lisandro Martínez mergulhou de peixinho e encobriu a defesa na cabeçada, que Gabriel Magalhães não conseguiu salvar em cima da linha. Era um clima imenso de suspense, entre dois times de enorme qualidade.
Apesar do baque, o Arsenal continuou melhor na partida. Seguia presente no campo de ataque e levava a defesa do Manchester United ao limite. Seriam algumas intervenções decisivas, inclusive um bloqueio de Raphaël Varane dentro da área. Eriksen também seria importante num leve desvio em chute de Saka, que ainda assim passou ao lado da trave. Aos 26, o United mexeu com Fred na vaga do apagado Antony. Enquanto isso, Arteta preservava seu ataque. Era bom o Arsenal não se descuidar, porque quase Bruno Fernandes causou problemas numa escapada de Rashford aos 33, em que Tomiyasu salvou a saída errada de Ramsdale. Entretanto, a blitz ocorria mesmo na área do United. Cada vez mais, os londrinos sufocavam os visitantes e ficavam a um triz de marcar, mas a zaga safava.
O Arsenal promoveu a estreia de Leandro Trossard no lugar de Gabriel Martinelli aos 37. E a insistência dos Gunners fez o grito ficar preso na garganta logo na sequência, numa bola levantada na área em cobrança de falta. O cruzamento pipocou até sobrar com Nketiah, pronto para o chute. O atacante fez o certo, num tiro forte e por baixo. De Gea foi milagroso ao conseguir espalmar. A resiliência dos Gunners na noite, ainda assim, merecia elogios. E o gol da vitória aconteceu no apagar das luzes, aos 45, num lance de persistência. O estreante Trossard já deu sua contribuição. Pela esquerda, o ponta abriu com Oleksandr Zinchenko, que passou Odegaard no meio da área. O capitão chutou mascado, mas a bola sobrou ainda para Nketiah, que se contorceu todo no desvio. Foi o herói. Restavam ainda os acréscimos ao United e Alejandro Garnacho entrou de imediato. Mas desta vez a resposta não veio, com um Arsenal que administrou o tempo e comemorou demais o resultadaço.
O Arsenal preserva a vantagem de cinco pontos sobre o Manchester City na liderança. Os perseguidores, porém, disputaram uma partida a mais que os londrinos. E a consistência dos resultados dos Gunners em jogos tão duros fala mais alto. Este foi dos maiores. O Manchester United, por sua vez, cai para a quarta colocação. Tem os mesmos 39 pontos do Newcastle, mas está atrás no saldo de gols. Se o bom momento do time de Erik ten Hag fazia muita gente crer que ainda dava para alcançar o Arsenal, os líderes dão outra resposta no Emirates.

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