‘O futebol, além de ser apaixonante, também é um esporte caro’, diz empresário dono do Athletic – Hoje em Dia

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(Flickr Federação Mineira de Futebol)
Com 20 anos de experiência no ramo imobiliário, o empresário Vinicius Diniz partiu para uma experiência bem diferente na sua carreira. Natural de Belo Horizonte, ele fundou o Grupo Futbraz, que atua com gestão esportiva e é dono de 90% das ações da SAF do Athletic Club. A parceria do gestor com a equipe de São João del-Rei se iniciou em 2022. Logo na primeira temporada sob o seu comando, o time sagrou-se Campeão Mineiro do Interior e garantiu, de forma inédita, uma vaga na Copa do Brasil e na Série D do Campeonato Brasileiro de 2023.
O Hoje em Dia conversou com o empresário sobre os seus anseios no mundo do futebol. O que levou Vinicius Diniz a investir em um time do interior de Minas Gerais e o que ele espera dessa parceria que, em menos de um ano, já acumulou ótimos resultados e pode trazer visibilidade para a equipe e principalmente para a cidade histórica mineira, já que o time está classificado para disputar as principais competições do país. 
Você é um empresário de sucesso em outros ramos. O que te motivou a entrar para o meio do futebol?
O que me motivou a entrar no mundo do futebol foi, primeiramente, a minha paixão pelo esporte. Segundo, foi exatamente a mudança, a criação dessa nova Lei da SAF, que me motivou realmente, porque eu vi a possibilidade de uma nova organização no futebol, a qual eu acredito que está acontecendo neste momento.
O que mais te atraiu no Athletic? Quais fatores foram determinantes?
O que mais me atraiu no Athletic foi exatamente o fato de eu ver um clube organizado, mesmo quando ainda não era SAF, com muita austeridade e preocupação em não se endividar, e que sempre cumpriu todos os compromissos. Isso ajuda muito, porque para exercer bem uma atividade, no caso o esporte, você precisa de credibilidade, e o Athletic me mostrou isso, além de ter uma torcida apaixonada, aspecto que é uma mola propulsora para qualquer time de sucesso.
Recentemente o Athletic completou um ano de SAF. Quais os principais desafios e aprendizados destes 12 meses?
Em relação aos últimos 12 meses, ainda é muito recente, tudo é muito novo na SAF e nesse novo modelo de gestão do futebol, mas os principais desafios continuam sendo toda a parte de gestão financeira. O futebol, além de ser apaixonante, também é um esporte caro. Você precisa de muita gestão, são muitos detalhes, é muito ‘fácil’ você gastar fora da régua, porque está lidando com a paixão. Ainda há a questão estrutural que, acredito eu, tem sido um grande desafio para os clubes que estão virando SAF. As estruturas físicas, principalmente no caso do interior, estão em construção, então é literalmente você tirar do zero um projeto, o que é extremamente desafiador. 
Em 2022, o clube foi campeão mineiro do interior e garantiu vaga inédita na Copa do Brasil e na Série D. Quais são as metas para os próximos anos?
Realmente, 2022 foi um ano incrível, não só pelo acesso à Copa do Brasil e à Série D, mas também pelo fato de a categoria de base ter sido um sucesso. O sub-15 e sub-17 foram campeões do interior, então para nós foi um ano incrível, também tivemos uma conquista inédita na Argentina. Porém, sabemos que isso aumenta as nossas responsabilidades e fazem as metas para os próximos anos serem mais audaciosas. Nossa ideia é atingir o acesso a cada ano, da Série D para a C, da C para a B, até chegar à elite. Para 2023, o principal objetivo é o acesso à Série C, quem sabe até ser campeão brasileiro da Série D, o que seria um sonho incrível.
O clube formou um elenco forte para 2023. Sassá, Patric, Denivys, e tantos outros reforços. Acredita que o time pode brigar pelo título do Mineiro?
O elenco deste ano é muito forte, que vem ‘dando liga’ e nós estamos muito felizes com o que tem acontecido. Sabemos que não adianta ter somente bons nomes, nós precisamos de um bom elenco que se transforme em um bom time. Essa missão está em boas mãos, porque o Roger é capacitado e consegue fazer isso com maestria. Por tudo o que eu disse, posso afirmar que estamos muito esperançosos pelo o que <CW0>vem pela frente. Acreditamos que podemos chegar bem e brigar pelo topo, mas sabemos que ainda está cedo para pensar em título. O campeonato está apenas no começo e teremos muitos desafios pela frente.
Depois da lei da SAF, aprovada em 2021, muitos clubes estão adotando este modelo de gestão. Cruzeiro, Vasco, Botafogo… Acredita que esta é uma tendência do futebol brasileiro?
Acredito que a Lei da SAF veio para ficar, veio para trazer um novo formato para o futebol. Vejo como uma tendência, que todos deveriam partir para essa linha, uma linha de maior organização, não que o clube associativo não possa ser organizado, longe disso, mas eu acho que se abre uma possibilidade de uma abertura maior para captar recursos, para trazer mais credibilidade de governança e maior condição de se planejar, além de aumentar as responsabilidades de quem está à frente dos clubes. Ela veio para ficar e não tem volta.
Quais as diferenças de administrar a SAF de um clube grande, já consolidado, e de um clube em crescimento?
Penso que os desafios são os mesmos, porque a administração, seja qual for o segmento, tem as suas dificuldades. A vantagem de um clube em crescimento é que realmente você tem a oportunidade de fazer os movimentos todos com maior planejamento. Às vezes, em um clube grande, você precisa tomar decisões mais rápidas porque você tem toda uma expectativa gerada. Então, esse talvez possa ser o grande diferencial entre as duas realidades.

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