O futebol e as tempestades da cultura – Vermelho.org

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Na verdade, o Japão tem mesmo uma grande vontade de se abrir ao mundo. Talvez pelo fato de viverem numa área de difícil convivência. Com muitas dificuldades naturais, eles precisem dessa atitude.
Publicado 12/12/2022 10:12 | Editado 12/12/2022 10:13
Tinha deixado de assistir a partidas de futebol, depois de alguns anos acompanhando quase todos os jogos do Barcelona. Já fui torcedor do Sport e detestava o Náutico. Nessa Copa do Qatar estou acompanhando Brasil, França, Espanha e Argentina. Mas o meu interesse neste texto é comentar sobre o Japão e sua cultura.
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Passei alguns anos da minha vida intelectual lendo livros do escritor japonês Yukio Mishima, e gostava imensamente deles. Depois de ler seus romances, o leitor fica com a impressão de que mergulhou com profundidade na cultura do Japão. Conheci no Recife um funcionário do Consulado, o japonês Akira Kaguesato. Eu e Fernando Spencer dávamos muita cobertura às ações do Consulado do Japão e assim convivemos muito com Akira. Uma figura que nos dava a impressão de ser uma pessoa bem diferente do que em geral se pensa dos japoneses. Uma pessoa alegre e sem preocupação com ‘profundidade’. Quando Akira trazia filmes para que fizéssemos mostras no Recife, os filmes eram todos novelinhas ou comédias. Dois contrastantes, o escritor Mishima e o funcionário Akira. Mas, é assim sem dúvida que conhecemos a cultura de um povo.
Quando comecei a ler ebooks, procurei um escritor que fosse agradável e fácil para assim me acostumar a ler ebooks. E quem eu escolhi foi Haruki Murakami com seu romance “1Q84”. Fiquei realmente ‘apaixonado’ por Murakami e inclusive meu neto Victor Mendes e minha filha Isabela Lins me seguiram, e lemos quase todos os livros desse escritor. Recentemente, terminei a leitura do ensaio “Realismo magico y soledad. La narrativa de Haruki Murakami”, um longo ensaio do espanhol Antonio Joaquín González Gonzalo. Sem dúvida também, a literatura de Murakami, embora seja um best-seller, me mostrou muito acerca da cultura desse povo. Uma das minhas frustrações é nunca ter ido visitar Tóquio ou Kioto, ou passar alguns meses num mosteiro japonês.
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O Japão nessa atual Copa fez mostra de que tem uma seleção capaz de vencer grandes times como a Alemanha. Mas na verdade o Japão tem mesmo uma grande vontade de se abrir ao mundo. Talvez pelo fato de viverem numa área de difícil convivência. Com muitas dificuldades naturais, eles precisem dessa atitude. Ou pelo fato de terem sido derrotados na guerra pelos Estados Unidos e serem mesmo dominados durante muito tempo. É um povo que tem ímpeto e força interior. Mas que talvez se forcem a uma grande abertura a outras culturas, principalmente ocidentais. Ainda não conseguiram fazer um grande time, embora com grandes jogadores que já aprenderam a técnica. Mas sem dúvida se forçam para esse tipo de esporte. Nisso também encontramos outras formas de conhecer a cultura nipônica.
Não falei aqui sobre o cinema japonês, mas sem dúvida sou capaz de encontrar nos seus filmes alguns dos melhores que já assisti em minha vida.
Olinda, 06. 12. 22
Sem a participação do Brasil novamente, confrontos das semifinais colocam França e Croácia, campeã e vice-campeã da Copa de 2018, como postulantes a mais uma final.
Seguindo a lógica inclusiva da sigla que não para de crescer, LGBTQIAP+, a bandeira da diversidade sexual agora tem as cores intersexo, trans e antirracismo.
Seleção tem três vitórias e dois empates contra os croatas, sendo duas vitórias em Copas do Mundo; árbitro brasileiro Wilton Pereira Sampaio apitará jogo entre Inglaterra e França.
Sonho do Hexa é adiado pela Croácia, que repete 2018 e avança nas oitavas e quartas de final nas penalidades.
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