O impacto das bets no Brasil e no futebol brasileiro – Placar

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Quanto amor, quanta paixão estamos vendo nessa Copa do Mundo. O futebol tem dessas coisas, desperta todo tipo de sentimento. O choro de alegria ou de decepção é lugar comum nesse esporte tão amado ao redor do planeta e que tem na Copa do Mundo seu palco mais importante. Governos se engajam, artistas se envolvem e o cidadão comum comete as maiores loucuras pra ver seu país representado nessa competição que mexe com o imaginário do globo há quase um século. Nada disso é surpresa e se repete a cada quatro anos, renovando a esperança de povos e nações. Acontece que o mundo passa por uma transição e no futebol é inevitável o impacto que as empresas de apostas têm exercido na maneira de se consumir e de torcer.
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Projeta-se que a indústria de betting online ao redor do mundo movimente cerca de US$ 93 bilhões em 2023, um salto de cerca de 23% em comparação às estimativas para 2022. Uma indústria que se expande como nenhuma outra. As apostas são uma realidade no esporte europeu por muitos e muitos anos. Vamos tomar a Inglaterra como exemplo. A terra da rainha possui registros de apostas desde meados do século 18. Estima-se que cerca de US$ 17 bilhões serão movimentados apenas no mercado inglês em 2022.
O mercado de apostas online no Brasil está engatinhando. São cerca de 450 casas de apostas que atuam no Brasil e esse número não para de crescer. Essa semana, a tão aguardada regulamentação não foi assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, que deixa o comando do Governo Federal em Janeiro. Ainda não se sabe qual a posição concreta do novo governo sobre o tema. O que temos de certeza é que, sem a regulamentação, o único prejudicado é o governo brasileiro, e por consequência, a sua população.
As empresas driblam a falta de regulamentação utilizando suas sedes fora do país e acabam por destinar os tributos recolhidos a estes países, que fazem fortuna com apostadores brasileiros. Um prejuízo incalculável, mesmo porque é impossível saber quanto que essa indústria, em franca expansão no território nacional, movimenta por ano. O que não é difícil saber é o nível de investimento que esses “players” já fazem na indústria do futebol no Brasil.
A Betano, por exemplo, patrocina clubes como o Fluminense e o Atlético Mineiro. Recentemente foi noticiado que a empresa adquiriu o  “title sponsor” da Copa do Brasil com investimento que girará em torno de R$ 60 milhões. Pra efeito de comparação, o Assaí (empresa brasileira de atacarejo), possui a mesma propriedade no Campeonato Brasileiro por valores que não chegam a 40% do investimento da empresa de betting. É uma força econômica sem precedentes no mercado nacional. Essa mesma empresa, uma das maiores do mundo, fechou dias antes do início da Copa do Mundo um patrocínio regional (Europa) com a FIFA. 
Mas a guerra pelo consumidor final é algo que está apenas no começo. O CAC (custo de aquisição do cliente) para esse tipo de negócio é altíssimo, daí a movimentação dessas empresas na busca por propriedades que geram exposição e “awareness”. Contei nesta Copa do Mundo, durante um único break comercial no intervalo de alguns jogos da Globo, cinco anunciantes de betting. Garotos propaganda como Marcelo (Ex-Real Madrid), Vinicius Junior, Neymar e Galvão Bueno são alguns rostos que veremos por muito tempo na telinha. Como se não bastasse a exposição no mercado nacional, temos algumas ativações que extrapolam nossas fronteiras. A Pixbet fechou um patrocínio com o Corinthians e expôs a parceria no Times Square em Nova Iorque. 
Não há limites para a paixão do povo brasileiro pelo futebol e é nessa paixão desenfreada que as empresas de betting apostam todas as suas fichas. Não há como retroceder dessa realidade e o que nos resta é embarcar nesse hobby que muda nossa maneira de enxergar o jogo. A regulamentação se faz necessária, para que o país possa lucrar com essa atividade, e os mecanismos de controle para se evitar manipulação de resultados devem ser otimizados para a tranquilidade de toda a indústria do futebol. Com isso poderemos todos nos beneficiar, também financeiramente, desse amor e dessa paixão que tanto nos move. Nada de errado nisso. Que me avalizem os ingleses. 
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