O impacto na bolsa e no dólar com a vitória de Lula ou Bolsonaro – Inteligência Financeira
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Uma sondagem feita pela corretora BGC Liquidez com 212 gestores institucionais que operam no Brasil mapeou o impacto na bolsa e nos principais ativos do país nos casos de vitória de Lula ou Bolsonaro.
O resultado mostra que há preferência no mercado por Bolsonaro, mas um governo Lula não provocaria grandes reações negativas no Ibovespa e no dólar.
Em grande parte, porque esse é o cenário apontado como o mais provável para 80% dos gestores. Já estaria, portanto, “no preço”, como dizem os economistas. Na Petrobras, todavia, as perdas seriam maiores porque o candidato petista tem falado em controle das cotações dos combustíveis.
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A pesquisa revela que, em caso de vitória de Lula no primeiro turno, o índice Ibovespa cairia 3% nos dias seguintes ao resultado.
Se o petista levasse no segundo, ficaria estável. Segundo o economista-chefe da BGC, Juliano Ferreira, o fim da eleição no próximo domingo deixaria Lula com capital político mais elevado, o que poderia induzir a mais gastos públicos.
Em caso de vitória de Bolsonaro no primeiro turno, o Ibovespa subiria 8%, com alta de 5% se saísse vencedor no segundo.
“O mercado entende que Bolsonaro tem um alinhamento maior com a agenda liberal de Paulo Guedes. Então qualquer mudança que ele queira fazer, no sentido de gastar mais, seria em menor grau e em menor velocidade do que em caso de vitória de Lula. Isso explica as reações diferentes do Ibovespa”, explicou.
Olhando para o câmbio, a vitória de Lula no primeiro turno levaria a uma alta de 2% do dólar. No segundo, teria efeito nulo. Em caso de vitória de Bolsonaro no primeiro turno, o dólar cairia 3%, e, no segundo, recuaria 2%.
A BGC perguntou o impacto sobre quatro empresas: Petrobras, Banco do Brasil, Eletrobras e Magazine Luiza.
A maior discrepância nos resultados está nas ações da Petrobras.
Como Lula vem falando em alterar a política de preços dos combustíveis da companhia, uma vitória do PT no primeiro turno poderia levar a uma queda de 8% das ações.
Ganhando no segundo, a queda seria de 2%.
Em caso de vitória de Bolsonaro no primeiro turno, a Petrobras subiria 10%, com alta de 5% se levasse no segundo.
Com as demais empresas, incluindo a Eletrobras, que perdeu o controle da União, a volatilidade seria menor, mas sempre positiva caso ganhe o candidato do PL.
A probabilidade de vitória de Lula no primeiro turno é apontada por 20% dos gestores. Já ele sair vencedor no segundo, por 60%.
Esse é o cenário considerado mais provável, para 80% dos gestores. A reeleição de Bolsonaro no primeiro turno teria probabilidade praticamente nula, abaixo de 3%, com chance apontada por 17% de levar no segundo.
“Os números mostram que o cenário base é de vitória de Lula. A grande dúvida é quem será o ministro da Economia e para que caminho ele deve seguir. O que está precificado é algo misto, um político de esquerda com técnicos mais liberais. Há espaço para surpresas, para cima e para baixo”, explicou.
Dos 212 entrevistados, 29% não responderam sobre quem achavam que seria o ministro. E 16% apostaram em Henrique Meirelles, contra 8% de Alexandre Padilha e de Fernando Haddad.
Hoje, o nome do ex-presidente do Banco Central de Lula voltou a circular no mercado, mas no PT a informação é de que “só Lula” sabe quem poderia indicar.
Cabe ressaltar que o cenário internacional é de extrema cautela, pelo aumento dos juros nos EUA, o pacote fiscal da Inglaterra que foi mal-recebido pelo mercado, a guerra na Ucrânia e a desaceleração da China.
Ou seja, motivos não faltam para resultados ruins na bolsa, caso Lula liquide a fatura no próximo domingo.
Com conteúdo do jornal digital O Globo
Matérias selecionadas do jornal O Globo, parceiro da Inteligência Financeira
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