O que levou apoiadores de Bolsonaro em MT a desistir de falar da corrupção? – Elfo Livre

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Grupo liderado pelo governador Mauro Mendes diz que tema não rende mais votos, e já exploram o cenário de recessão econômica
Ficou quase em consenso na reunião dos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), realizada esta semana em Cuiabá, que a exploração dos assuntos de corrupção está esgotada. Expor as polêmicas envolvendo crimes e prisões, segundo eles, não irá mais atrair ou retirar votos. 
A estratégia já é enfocar o cenário com sinais de recessão econômica mundial e os efeitos dele no caso de uma eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência. A mudança de foco foi certeira, mas poderá ter amplitude limitada fora de Mato Grosso. 
“Falar de corrupção é falar do passado; falar de economia é falar do futuro. O que os apoiadores de Bolsonaro estão tentando fazer é capitalizar os números da economia, que é o melhor aspecto do governo do Bolsonaro, e que ele não conseguiu fazer. Mas, Mato Grosso é um estado eleitoralmente insignificante e deverá passar batido”, comenta o analista político Onofre Ribeiro. 
Segundo ele, o erro da estratégia de Bolsonaro foi não falar dos números recentes, como pagamento de auxílios assistenciais na casa dos R$ 800 bilhões no ano passado, a redução no preço dos combustíveis e a melhora nos índices de inflação e empregos. 
Dentro de seu território, Mato Grosso tem números da economia com perspectiva positiva para apresentar e os políticos conseguiram sacar o viés que poderão mexer com a decisão de voto dos eleitores. Por exemplo, o Brasil deve crescer em torno de 2% ao fim deste ano e Mato Grosso, em 10%. 
“Bolsonaro achou que a mensagem dele estava dada, que era só baixar os preços, os impostos e falar que o governo dele vai bem economicamente que a população iria entender. O grupo de apoio a ele está sendo criado no segundo turno porque houve desespero; a campanha do PT se comunicou melhor com eleitor”, diz o analista. 
O governador Mauro Mendes (União Brasil), que se tornou coordenador-geral dos partidos de campanha, tem seu próprio interesse, ainda que com tiro curto, na defesa da reeleição de Bolsonaro. 
Reeleito para mais quatro anos de mandato, sua gestão lida há pelo menos seis meses com os problemas da falta de mão de obra no mercado. O reaquecimento economia, com o recuo do contágio do novo coronavírus, expor a falta de profissionalização para dar conta da demanda. 
Segundo Onofre Ribeiro, o discurso utilizado por ele de “risco de guinada à esquerda” com vitória de Lula tem a ver com as medidas que poderão ser implantadas a partir de 2023 mais voltada para o assistencialismo do que para as iniciativas privadas. 
O Brasil e Mato Grosso, especificamente, podem sentir menos os efeitos da recessão, se não houve mudanças nos números mundiais, por causa do forte setor do agronegócio, e o travamento na qualificação de mão de obra seria ruim neste momento. 
“Ele viu bem isso. Mesmo num cenário de crise, as pessoas vão encontrar dinheiro para comprar comida. E o Brasil tem sido visto como celeiro, uma porta de entrada para abastecer o mundo. Ao mesmo tempo, há a necessidade de profissionalização de 608 mil pessoas até 2030, são jovens procurando empregos”, afirma. 
  


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