O recado do general Villas Boas aos manifestantes bolsonaristas – VEJA

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O general Eduardo Villas Boas, ex-comandante do Exército entre 2015 e 2019 e assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Jair Bolsonaro até junho deste ano, acaba de incluir mais um capítulo em seu recente currículo de polêmicas na seara política.
Em nota publicada neste Dia da República no Twitter, Villas Boas flerta com as manifestações de caráter golpista conduzidas por bolsonaristas pelo país, que questionam principalmente o resultado da eleição presidencial e pedem intervenção dos militares para impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
“A população segue aglomerada junto às portas dos quartéis pedindo socorro às Forças Armadas”, escreve o general. “Com incrível persistência, mas com ânimo absolutamente pacífico, pessoas de todas as idades, identificadas com o verde e amarelo que orgulhosamente ostentam, protestam contra os atentados à democracia, à independência dos poderes, ameaças à liberdade e dúvidas sobre o processo eleitoral”, completa.
Os protestos, que começaram com bloqueios de rodovias e agora se concentram em frente a quartéis e outras instalações militares, entraram na mira do Supremo Tribunal Federal, que os considera antidemocráticos e passíveis de enquadramento na legislação criminal.
“O segundo turno acabou democraticamente no último domingo. O TSE proclamou o vencedor. O vencedor será diplomado até 19 de dezembro e tomará posse dia 1º de janeiro de 2022. Isso é democracia, isso é alternância de poder, isso é Estado republicano. Não há como se contestar um resultado democraticamente divulgado com movimento ilícitos, antidemocráticos, criminosos, que serão combatidos e os responsáveis, apurados e responsabilizados sob a pena da lei”, disse o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
Na nota, Villas Boas questiona o que considera silêncio da imprensa diante das manifestações. “Talvez nossos jornalistas acreditem que, ignorando a manifestação de milhões de pessoas, elas desaparecerão (…). A mídia totalmente controlada nos países da Cortina de Ferro não impediu a queda do Muro de Berlim”, escreve.
pic.twitter.com/6dzhCTIluL
— General Villas Boas (@Gen_VillasBoas) November 15, 2022

Em um texto escorregadio, no entanto, o ministro, no final, elogia a postura dos comandantes das Forças Armadas e do ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. “Não pode deixar de ser destacada a liderança, o equilíbrio, a serenidade e a autoridade dos atuais comandantes e do ministro, condições com as quais asseguram a disciplina e a coesão de seus subordinados”, afirma. Até agora, nenhum chefe militar deu aval aos protestos bolsonaristas.
A maior polêmica de Villas Boas até agora ocorreu em abril de 2018, quando, na véspera do julgamento pelo STF de pedido de Lula para evitar a sua prisão pela Lava-Jato, postou dois tuítes que foram interpretados como pressão sobre a Corte. “Asseguro à nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”, disse em um deles. O Supremo negou o recurso, Lula foi preso logo depois, ficou 580 dias na cadeia e foi impedido de disputar a Presidência da República na eleição daquele ano.
Bolsonaro, aparentemente, sabia da importância do tuíte do general para o seu triunfo eleitoral. Em janeiro de 2019, na cerimônia de posse do novo ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, o presidente mandou um recado a Villas Boas. “General Villas Boas, o que já conversamos ficará entre nós. O senhor é um dos responsáveis por eu estar aqui”, disse Bolsonaro. 
Em 29 de outubro deste ano, um dia antes da vitória de Lula nas urnas, Villas Boas voltou à carga ao postar um texto com várias críticas a um eventual governo de esquerda, como as de que iria promover a “destruição do civismo”, a “ridicularização do patriotismo”, a “contaminação ideológica do ensino, impondo a aceitação de verdadeiras perversões às crianças”, o “apoio a ditaduras” e a “relativização da soberania da Amazônia”.
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