Operação da Polícia Federal mira grupo suspeito de fraudar registros para comprar e vender armas – Jornal O – Jornal O Sul

0
42

Sábado, 22 de outubro de 2022
Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui
RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE
Por Redação O Sul | 21 de outubro de 2022
Compartilhe esta notícia:
Uma operação da Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (21), quatro integrantes de uma quadrilha que fraudava o registro de CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador) para obter armas e vender ilegalmente. Os criminosos usavam as redes sociais para captar clientes. Os agentes cumpriram ainda 37 mandados de busca e apreensão e 11 ordens de suspensão de atividades econômicas, atingindo clubes de tiros e lojas de armas em três Estados – Pernambuco, Alagoas e São Paulo.
Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Caruaru (PE), onde as investigações tiveram início, em 2021. Na ocasião, apurou-se que um clube de tiro e uma loja de armas de um mesmo grupo dava cursos, serviços de conserto, manutenção e customização de armas de fogo sem licença da PF para atuar como armeiros. Para isso, eram usados documentos falsificados em nome de armeiros legalmente credenciados, mas que não tinham vínculo com a loja e o clube de tiro. Em Maceió, capital alagoana, o alvo da operação foi uma loja de armas no bairro da Serraria, onde uma pessoa foi presa e documentos foram apreendidos.
Conforme a PF, durante a investigação foi identificada uma grande organização criminosa que falsificava documentos de CACs, dando aparência legal tanto para o comércio, quanto ao porte ilegal de armas. “O grupo utilizava pessoas jurídicas como instrumentos para produzir entrevistas, vídeos e outros conteúdos para difundir o nome da empresa, sobretudo por meio da internet, com publicidades ilegais para a venda. Com isso, estimulava o uso indiscriminado de armas de fogo e incitava a prática de crimes”, disse, em nota.
No cumprimento dos mandados, foi verificado que o esquema era operado através do registro de cidadãos, mediante declarações falsas de que seriam caçadores, colecionadores ou atiradores esportivos, para possibilitar a compra e o porte de armas de fogo de maneira ilegal. Ainda segundo a PF, a operação vai prosseguir para identificar outros envolvidos e apurar a execução de fraudes contra os sistemas dos órgãos públicos de fiscalização e controle.
A Polícia Federal obteve o bloqueio de 14 páginas, perfis e canais de disseminação de conteúdo ilegal envolvendo armas na rede mundial de computadores. A operação contou com a colaboração da Receita Federal. Os envolvidos vão responder pelos crimes de pertencimento e organização criminosa, uso de documento falso, porte ilegal de arma de fogo e comércio ilegal de arma de fogo. As penas podem chegar a 30 anos de prisão, além de multas. Os suspeitos não tiveram as identidades divulgadas, o que impossibilitou o acesso da reportagem à defesa deles.
Desde 2019, uma série de medidas adotadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo a edição de decretos, facilitou o acesso às armas pelos CACs. Atualmente, um atirador tem direito a deter a posse de até 60 armas, sendo que até 30 podem ser de uso restrito. Para cada arma, o CAC pode comprar até mil munições por ano, quantidade que, no caso do atirador, pode ser até cinco vezes maior, desde que autorizada pelo Exército brasileiro.
Compartilhe esta notícia:
Voltar Todas de Brasil
Fale Conosco
© 2022 – Direitos Reservados – O Sul – Rede Pampa de Comunicação | RS – Brasil.

source

Leave a reply