Órfãos de Bolsonaro, os militares querem um Lula ao seu gosto – Metrópoles

Blog com notícias, comentários, charges e enquetes sobre o que acontece na política brasileira. Por Ricardo Noblat e equipe
07/12/2022 8:00, atualizado 07/12/2022 8:22
Se pudessem dentro da legalidade impedir a posse de Lula, bem que os militares o fariam. Lula é de esquerda, pelo menos parece, os militares são assumidamente de direita. Militares de esquerda só existiram até o golpe de 64. Foram expulsos e muitos presos.
Lula é corrupto, na opinião dos militares que cobriram o ex-juiz Sérgio Moro com todas as condecorações que podiam lhe oferecer. Ou Lula foi corrupto. Ou Lula foi conivente com a corrupção mesmo que não tenha se beneficiado diretamente dela.
E as melhorias feitas pelas empreiteiras no sítio de Atibaia onde Lula e sua família repousavam nos fins de semana? Isso não foi corrupção? – perguntam generais com assento no Alto Comando do Exército. Sendo assim, o general João Figueiredo era corrupto.
Último presidente da ditadura, Figueiredo era dono do Sítio do Dragão, em Petrópolis, no Rio. Recolheu-se ali depois que deixou a presidência. Mas, antes, o sítio foi caridosamente reformado por empreiteiras que prestaram serviços ao seu governo.
Só por meio de um golpe, que não têm condições de dar, os militares poderiam negar-se a bater continência à Lula. Então, fazer o quê? Pressionar Lula para que ele ceda a todas as suas exigências, ou a parte delas, se quiser se dar bem com eles.
As principais exigências, segundo a jornalista Malu Gaspar:
(Moleza. Lula já indicou: será José Múcio Monteiro, ex-presidente do Tribunal de Contas da União, político que sempre militou em partidos de direita.)
(Fechado. Assim será. Lula topou.)
(Antes de ser eleito, Lula mandou dizer aos interessados que não mexerá.)
(Ainda não se sabe o que Lula pensa sobre isso.)
(Lula dirá que isso cabe ao Congresso, mas no que depender dele…)
(Lula responderá que nos seus governos anteriores, as Forças Armadas foram aquinhoadas com recursos como nunca haviam sido antes.)
Em resumo: órfãos de Bolsonaro, os militares gostariam de ter outro igualzinho a ele para pôr no lugar. Esqueceram de combinar com a maioria dos eleitores que votaram no dia 30 de outubro.
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