Os desafios de Lula na economia, segundo empresários e investidores – VEJA

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Depois das eleições, a equipe de transição para a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva começou, esta semana, o trabalho para abrir espaço às primeiras iniciativas do novo governo. Os desafios deverão ser muitos para promover um crescimento sustentável, ainda mais num ambiente que continua polarizado politicamente e com as contas públicas apertadas. VEJA ouviu empresários, executivos e investidores para que pudessem expor suas expectativas e ideias de quais devem ser a prioridades e os desafios que estarão pela frente.
José Seripieri Júnior, fundador da Qualicorp e Qsaúde
“O governo combinará, de forma democrática e pluralista, desenvolvimento econômico, inclusão social e preservação do meio ambiente. E, com o fortalecimento do mercado interno e da iniciativa privada, que deve ser uma das prioridades da nova gestão, haverá forte impacto favorável na economia.”
Candido Bracher, ex-presidente e atual integrante do conselho de administração do Itaú Unibanco
“O país precisa adquirir maturidade política para perseguir objetivos de longo prazo de forma consistente em diferentes gestões consecutivas. Espero que Lula não se ocupe apenas do curto prazo. Além da questão da redução das desigualdades, há os desafios do meio ambiente e da educação, que precisam ser elevados ao nível de questão de Estado. Na pauta econômica, os principais desafios são a reforma tributária, a administrativa e medidas para aumentar a taxa de investimento.”
Antonio Carlos Pipponzi, presidente do conselho do grupo RaiaDrogasil
“Os desafios são muitos, como o equilíbrio fiscal, o desenvolvimento de uma política de educação que enfrente os ‘gaps’ gerados durante o isolamento da pandemia e a pacificação da relação entre ambientalistas e agricultores. Resolver todos os problemas não será fácil, mas fatores como a capacidade do presidente em negociar com o Congresso e o restabelecimento das relações internacionais serão pontos decisivos.”
Fabio Alperowitch, fundador e sócio da FAMA Investimentos
“Ainda é prematuro falar em expectativa sem ter elementos novos ainda, mas o discurso oficial foi bastante sólido na parte ambiental, falando em desmatamento zero, proteção aos povos indígenas e manutenção da biodiversidade, elementos esses que jamais ouviríamos do atual presidente. Isso pode representar o destravamento de investimento ESG de alguns investidores estrangeiros no Brasil.”
Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)
“Esperamos um projeto de país e não de governo. Um olhar de longo prazo, definindo políticas públicas viáveis e atendendo às reais prioridades. O Brasil não aceita mais “puxadinhos”, quer soluções concretas e definitivas. O desafio é a redução do tamanho do Estado e a responsabilidade fiscal, reduzindo as despesas públicas sem afetar os programas sociais. Reforma tributária e administrativa e uma consistente política industrial, integrada ao agro e que agregue valor a ambos. Acordos comerciais pragmáticos e não ideológicos, com respeito às ferramentas de defesa comercial, sabendo se impor e integrando o Brasil às cadeias globais de valor. Investimentos em pesquisa e desenvolvimento. O futuro é verde e digital. A maioria dos nossos problemas são internos, causados por nós mesmos. É preciso enfrentá-los com vontade e determinação. E não empurrá-los para as próximas gerações. É preciso vontade política e isso depende das pessoas. E as soluções precisam ser encaradas imediatamente.”
Jânyo Diniz, presidente da Ser Educacional
“Desejo ao presidente que ele possa ter a colaboração de todas as instâncias para realizar as ações necessárias ao país. O que esperamos é que ele tome decisões pensando no melhor para a população, realizando as reformas básicas, necessárias para a recuperação da economia, valorizando a saúde pública, gerando empregos e enxergando que o acesso à educação é necessário e fundamental na construção de uma sociedade igualitária.”
Denis Mizne, diretor-executivo da Fundação Lemann
“A grande expectativa é que seja um governo de união. O Brasil saiu muito dividido das urnas, então a primeira grande expectativa é que seja um governo que governe para mais do que aqueles que o elegeram e, nesse sentido, a gente viu com muitos bons olhos o discurso do presidente eleito nessa direção. A gente espera que esse seja o tom. Uma das prioridades é recuperar os efeitos da Covid sobre educação. Os dados foram devastadores, e o Brasil já não tinha histórico excelente em educação.
O Brasil pré-Covid já tinha um desafio grande de garantir que todos seus alunos terminassem a escola com aprendizagem adequada, mas esses números pioraram muito durante a pandemia, então tem que ter trabalho de recuperação. Essa geração inteira vai ficar marcada pela pandemia e ela pode não ficar marcada pela pandemia. 
Fora do tema educação, um tema muito importante é formar um governo composto por pessoas muito preparadas. Independente de qual ideologia ou direção política, os governos podem ser formados por pessoas técnicas, bem preparadas. Bons governos no mundo têm boas práticas para escolher essas pessoas, para gerir e reconhecer talento. O Brasil está muito machucado, está passando por uma crise terrível, o cenário externo e fiscal é desafiador. Quanto mais a gente puder investir em ter times preparados, maiores as chances de o governo dar certo.”
 
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