Ou derrotamos Bolsonaro nas urnas ou extrema direita arruinará de vez o Brasil – UOL

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Geógrafo e escritor, autor de "Torto Arado"
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Há alguns anos em Lisboa, uma amiga portuguesa me levou para comer os tradicionais pastéis de nata próximo à Torre de Belém. Já falávamos com certa urgência sobre os rumos da democracia.
Foi quando ela me contou sobre o começo do fim do salazarismo: uma cadeira que —não se sabe se em falso ou quebrada, ou estrategicamente fora do lugar— levou o ditador ao chão. Em 1968, António de Oliveira Salazar gozava férias em Santo António do Estoril e bateu a cabeça com violência no piso de pedra. Teve um hematoma cerebral e jamais conseguiu se recuperar do trauma. Morreu dois anos depois.
A ditadura que governava o país desde 1933 entrou em declínio. Salazar foi considerado inepto, e a Presidência, transferida para o aliado Marcelo Caetano, que por fim seria deposto pela Revolução dos Cravos, em 1974.
O apego de Salazar pelo poder era tão grande que seus últimos dois anos de vida foram cercados de mentiras. Conta-se que ele jamais soube que não era mais o presidente do Conselho de Ministros e que a equipe de governo se reunia em sua presença para encenar reuniões e decisões. Salazar continuava a acreditar piamente que era o todo-poderoso ditador de Portugal e que conduzia o país com as rédeas autoritárias de outrora. Sem seu líder, o salazarismo perdeu força e deu vez a democracia.
Uma história com ares de ópera-bufa, se imaginarmos que o ditador foi derrotado por uma cadeira. Em nossos dias, há projetos de Salazar por toda parte: de Trump a Orbán, de Maduro a Ortega, incluindo Bolsonaro.
O bolsonarismo é primo do salazarismo, com claras inspirações fascistas, e as urnas demonstraram a força desse movimento. A eleição de um juiz de extrema direita que colocou sua ambição de poder acima do país e de uma propagadora de fake news como senadores e de inúmeros deputados identificados como bolsonaristas mostra que a extrema direita veio para ficar. Precisaremos lidar com os extremistas por um longo tempo.
Mas uma coisa é lidar com os extremistas que sempre existiram de maneira isolada. Outra coisa é enfrentá-los organizados, como ocorre agora. Com o Congresso Nacional eleito, o admirador da tortura e da ditadura poderá aprofundar o autoritarismo que conhecemos nos últimos quatro anos. As declarações do próprio presidente da República e de senadores eleitos sobre mudanças no Supremo Tribunal Federal são a prova do que está em jogo.
A corrosão da democracia nos nossos dias se dá com mais força em um segundo mandato dos autocratas, com a desconfiguração do Legislativo e do Judiciário. Foi assim em inúmeros países.

Não estivesse a democracia em jogo, não seriam tantos os atores políticos de diferentes espectros ideológicos, mas preocupados com a integridade do país, a se posicionarem diante da barbárie: do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso aos economistas liberais que criticaram democraticamente os governos petistas. Uma parcela significativa da população parece ter compreendido o risco.
O acirramento da campanha eleitoral tem dado a medida do desequilíbrio de narrativas. Embora a imprensa —que apoiou a Lava Jato e o juiz de extrema direita sem nenhuma crítica e cobra autocrítica de partidos e políticos— publique editoriais sobre uma falsa simetria entre os candidatos à Presidência da República, quem acompanha as diferentes fontes jornalísticas consegue ter a dimensão da barbárie que é o bolsonarismo.
O que se passou na Basílica de Aparecida em 12 de outubro é uma pequena mostra de qual será nosso destino caso Bolsonaro seja reeleito: vaias e xingamentos contra o arcebispo que pregava contra o ódio e a fome, perseguição aos que pensam o contrário, ataques a jornalistas.
Não para por aí. Quem não sentiu revolta ao ouvir o discurso de teor sexual da senadora eleita propagadora de fake news para uma audiência repleta de crianças? O Ministério Público solicitou com urgência informações sobre o caso e, até agora, nada foi apresentado. Sem contar as mortes e as ameaças permanentes que marcaram os últimos meses de campanha eleitoral.
Ou nós derrotamos o líder da extrema direita nas urnas ou a extrema direita arruinará ainda mais o país. Cada um de nós deve ter o compromisso de um papel ativo para derrotar esse projeto de violência e morte chamado bolsonarismo.
Não é preciso esperar pelas cadeiras do acaso. Temos um compromisso com a urna no dia 30.
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