Pais denunciam coação aos filhos por posição política e escolas em Salvador enfrentam polarização – Metro 1

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Sexta-feira, 04 de novembro de 2022
Colégios dizem que têm atuado para “preservar a convivência saudável entre a comunidade estudantil”
Foto: Divulgação
Por: Mariana Bamberg/Rodrigo Daniel Silva no dia 03 de novembro de 2022 às 16:50
A eleição ficou para trás, mas tudo indica que o clima de polarização política deve permanecer no país por algum tempo. O acirramento político que se vê em vários cantos do Brasil também invadiu as escolas. Em Salvador, pais têm acusado colégios de coagirem os filhos, que querem demonstrar a posição ideológica e política nos ambientes escolares.
Ao Metro1, a psicanalista Renata Badaró relata que seu filho, estudante do Sartre Nobel, foi proibido de usar um adesivo do PT na escola. O menino de 10 anos queria comemorar a vitória de Lula (PT), que foi eleito para o terceiro mandato presidencial no último domingo (30). “Achei que, de fato, era a vitória de um presidente, algo importante e ele poderia comemorar de forma silenciosa. Pedi que não falasse nada, não ‘zoasse’ os colegas e assim foi feito. Porém, a professora pediu para ele retirar o adesivo. Ele negou e disse que não era errado. Foi retirado da sala e ficou quatro horas na coordenação sendo ameaçado e constrangido”, diz a mãe.
Renata Badaró conta ainda que só depois cerca de 3h o filho teve autorização da diretora para colar o adesivo no braço e voltar à sala de aula.  “Estou muito indignada. Ela voltou para casa muito triste”, afirma. 
No início de outubro, o Colégio Anchieta proibiu alunos de se manifestarem politicamente com uso de camisas ou material de propaganda nas unidades escolares. A escola alegou que a medida era para “preservar a convivência saudável entre a comunidade estudantil”. Em nota enviada à reportagem, o Sartre Nobel também argumentou que o objetivo é o “bem-estar de todos os estudantes”.
“A Escola SEB Sartre tem compromisso pedagógico com a formação de cidadãos conscientes, alicerçado na liberdade da expressão e sem qualquer viés político partidário. Desta forma, e sempre com olhar atento para o bem-estar de todos os estudantes, nosso corpo docente está atento para garantir que o ambiente escolar seja livre, respeitoso e equilibrado”, diz.
A psicóloga infantojuvenil Roberta Takei alerta para o cuidado no tratamento que os colégios devem ter com os alunos. “O público infantojuvenil acabou se envolvendo mais nesse processo eleitoral, muito pela polarização, mas também pelo acesso à informação. E a gente sabe que os jovens têm sua forma de se expressar, que muitas vezes é nas vestimentas, em botons, adesivos. Nos próximos anos vamos ter um cenário de retomar a possibilidade de diálogo. As escolas vão precisar trabalhar a questão da aceitação do diferente”, pontua.
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