Papa diz que julgamento de Lula começou com "notícias falsas" – Poder360

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O papa Francisco disse que a investigação da operação Lava Jato que levou à prisão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em abril de 2018, foi iniciada a partir de “notícias falsas na mídia que criaram um clima favorável ao julgamento”.
“Parece que não houve um procedimento adequado. Aqui tem que ter cuidado com quem monta o cenário do procedimento, seja qual for. Eles o armam através da mídia de tal forma que têm um efeito sobre aqueles que devem julgar e decidir”, disse o pontífice em entrevista publicada pelo jornal espanhol ABC no domingo (18.dez.2022). 

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O papa afirmou não estar “se metendo em política” com a declaração, mas apenas falando “sobre o que aconteceu” no país. 
“Esse é um caso paradigmático […] Um julgamento deve ser o mais limpo possível, com tribunais de 1ª linha, sem nenhum interesse que não seja o de garantir uma justiça limpa. Esse caso do Brasil é histórico”, disse. 
Lula foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP) pelo então juiz Sergio Moro (hoje senador eleito pelo Paraná), em julho de 2017. O STJ (Superior Tribunal de Justiça) confirmou a decisão. O petista foi preso em 7 de abril de 2018. Passou 580 dias presos na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba (PR).
A soltura do ex-presidente foi autorizada depois da nova interpretação do STF (Supremo Tribunal Federal), que proibiu a prisão imediatamente após condenação em 2ª Instância.
Em março de 2021, o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a anulação de todas as decisões tomadas pela 13ª Vara de Curitiba. A Corte entendeu que Moro foi parcial nos julgamentos e que a competência do caso deveria tramitar na Justiça do Distrito Federal. 
Na mesma entrevista publicada no domingo (18.dez), o líder da Igreja Católica disse ter pronta uma carta de renúncia caso esteja impossibilitado de seguir à frente do papado. Disse ter entregado o documento ao então secretário de Estado do Vaticano, Tarcísio Bertone, logo que assumiu ao comando da Igreja, em 2013.
“Assinei e disse-lhe: ‘Em caso de impedimento por motivos médicos ou sei lá o quê, aqui fica a minha demissão’”, declarou.
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