Para ganhar eleição, Lula deve se aproximar do centro, diz The Economist – UOL Confere

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Colaboração para o UOL, em Salvador
04/10/2022 21h41Atualizada em 05/10/2022 07h02
A revista britânica The Economist analisou, hoje, as eleições presidenciais no Brasil. Ao publicar um texto sobre o tema, a mídia defendeu uma aproximação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o centro, para vencer o presidente Jair Bolsonaro (PL), ao qual chamou de ‘populista trumpiano’.
No artigo, a revista aponta a imprecisão das pesquisas e reitera que, apesar da “manifesta inaptidão” de Bolsonaro, o petista está a apenas alguns pontos à frente. “A razão pela qual as pesquisas subestimaram os bolsonaristas é incerta, mas pode ser que muitos sejam ‘tímidos’ ou desconfiados dos pesquisadores e relutantes em compartilhar suas opiniões com eles”, disse a The Economist no texto.

O editorial diz, ainda, que Bolsonaro “mente tão facilmente quanto respira e imagina conspirações em todos os lugares”. A revista também teceu críticas ao tratamento dado pelo mandatário brasileiro ao combate à covid-19, além da fiscalização da destruição da floresta amazônica.
“Ele mina as instituições, da Suprema Corte à própria democracia. Ele sugere que a única maneira de perder a eleição é se for fraudada e que não aceitará nenhum resultado exceto a vitória. Ele incita abertamente a violência”, acrescenta a revista.
Ainda sobre Lula, o artigo diz que muitos eleitores ficaram receosos de votar no petista por dois motivos principais: que ele possa ser muito brando com a corrupção e muito esquerdista em economia. Também afirma que o petista “tem alguma responsabilidade política” sobre o esquema investigado pela Lava Jato e diz que ele “nunca se desculpou” pelo caso.
Na opinião do veículo, “para convencer os eleitores indecisos de que podem confiar em sua prosperidade futura, Lula deve se aproximar do centro” e “nomear publicamente um economista moderado para ministro da Fazenda”.
A revista também afirma que, em economia, o histórico de Bolsonaro tem sido justo. A inflação está caindo, o crescimento está aumentando e o Estado distribuiu este ano ajuda extra para cerca de 20 milhões de famílias mais pobres.
No artigo, a The Economist sugere que o petista garanta aos agricultores “que não tolerará invasões de terras organizadas por movimentos sociais próximos ao seu partido, prometer não nacionalizar nenhuma indústria e parar de brincar com a perigosa ideia de interferir na liberdade de imprensa do Brasil”.
Esse aceno, para a revista, ajudaria Lula a firmar novas alianças e também a governar, uma vez que, “muitos dos aliados de Bolsonaro ganharam cargos esta semana no Congresso ou como governadores estaduais”. A revista, então, reforça: “para Lula ter maioria legislativa, precisará da ajuda do centro”.
Por fim, o editorial defende a candidatura de Lula. “Um segundo mandato para um homem assim seria ruim para o Brasil e para o mundo. Só Lula pode impedir. Reivindicar o campo central é a melhor maneira de fazê-lo”.
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Carlos Madeiro
Tales Faria

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