Pelé, Sheik e "mercenários": as raízes brasileiras no futebol do Catar – Um Dois Esportes

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A partida de abertura da Copa do Mundo de 2022 contra o Equador, em 20 de novembro, assinalará o auge do novato futebol do Catar.
Quando a bola rolar no estádio Al Bayt, situado em Al Khor, a 35 quilômetros ao norte do centro da capital Doha, o país do Golfo Pérsico celebrará um momento histórico.

E apenas poucas décadas depois da primeira bola ser chutada por ali na década de 1940, época das descobertas das reservas de petróleo.
A Associação de Futebol do Catar foi fundada apenas em 1960, quando o Brasil já era campeão mundial. Já o primeiro jogo da seleção do país aconteceu uma década depois, em 1970, ano do tri. Em 1972, foi inaugurada a liga de futebol do Catar.
Em 1973, o Rei Pelé pisou em Doha para uma partida amistosa, dando início a uma relação íntima entre o futebol brasileiro e o país árabe.
Consagrado mundialmente após a conquista do tricampeonato mundial em 1970, no México, Pelé foi recebido com honras no Catar três anos depois, para um amistoso entre o Santos e o Al Ahli, no Estádio de Doha. O jogo acabou 3 a 0 para o Peixe.
Um ano depois da visita do Rei, o país começou a construção do Estádio Internacional Khalifa, um dos oito palcos da Copa de 2022. Pelé ainda seria convidado múltiplas vezes a visitar o Catar nos anos seguintes.
O desenvolvimento do futebol no Catar está intimamente ligado ao Brasil – e, de certa maneira, também ao futebol paranaense.
Dez treinadores brasileiros já comandaram a seleção do país: Júlio Espinosa, Cabralzinho (ex-Ahletico), Procópio Cardoso (ex-Athletico), Evaristo de Macedo (ex-Athletico), Dino Sani (ex-Coritiba), Zé Mario, Iwo Wortmann (ex-Coritiba), Paulo Campos (ex-Paraná, Iraty e Londrina), Sebastião Lazaroni (ex-Paraná) e Paulo Autuori (ex-Athletico).
Evaristo de Macedo, por sinal, fez história. Em 1981, conduziu a seleção sub-20 do país à final da Copa do Mundo, perdendo o título para a Alemanha. Ele comandaria a equipe principal por 7 anos, divididos em duas passagens.
O Catar já teve um xeique nascido em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. O polêmico ex-atacante Emerson Sheik se naturalizou catariano em 2008, a pedido do Xeique Mohammed Bin Hamad, quando atuava no Al-Sadd.
Emerson jogou dois amistosos pela seleção do Catar e uma partida contra o Iraque nas Eliminatórias da Copa de 2010. Na sequência, ele seria impedido pela Fifa de voltar a defender a seleção do país, pois já havia jogado pela seleção brasileira sub-20.
O Catar quase foi punido pela Fifa por escalar Emerson, mas foi absolvido porque Emerson defendeu a seleção brasileira usando outro nome: Marcio Passos de Albuquerque.
Além de Emerson Sheik, outros brasileiros já se naturalizaram e defenderam a seleção do Catar. O ex-meia Fábio Montezine, revelado pelo São Paulo, chegou a ser capitão da equipe e anotou 4 gols em 22 partidas.
Completam a lista o ex-atacante Araújo, revelado pelo Goiás, e o atacante Rodrigo Tabata, que fez sucesso no Brasil em Goiás e Santos e hoje, aos 41 anos, ainda é um dos ídolos do Al-Sadd. A relação poderia ser muito maior, não fosse uma proibição imposta pela Fifa, em 2004.
Na época, o Catar tentava naturalizar os brasileiros Aílton, Dedê e Leandro, que atuavam no futebol alemão, para jogar as eliminatórias de 2006. O cenário levou a Fifa a mudar a regra de naturalizações.
O país árabe teria oferececido 1 milhão de euros para Ailton se naturalizar, além de mais 400 mil euros por ano de salários. Na época, ele defendia o Werder Bremem, da Alemanha. Já Dedé e Leandro atuavam pelo Borussia Dortmund.

A situação ligou o alerta no mundo do futebol para a criação de “seleções de mercenários”.
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