Pelé teve vida dedicada ao futebol, mas foi personagem na F1 por … – Grande Prêmio

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Quem foi Pelé? O Rei do Futebol, Atleta do Século, dínamo cultural, ministro da República… Quem foi Pelé? Dentre as muitas respostas possíveis para a pergunta sobre qual a identidade do homem mais influente da história do esporte brasileiro e talvez de toda a história do esporte, o automobilismo e a Fórmula 1 serão notas de rodapé. Ninguém vai ligar Pelé aos carros, assim, de primeira, com a cabeça livre para considerar quem foi Pelé. Mas Pelé foi personagem da F1 por muitas vezes ao longo da vida pública.
Edson Arantes do Nascimento morreu nesta quinta-feira (29), vítima de um câncer que o acompanhou durante os últimos tempos. E as homenagens serão muitas, certamente, e virão das mais diferentes esferas. No futebol, lógico; na política, como foi o ministro Pelé, o dirigente Pelé, o empresário Pelé, o ator Pelé, os filmes sobre Pelé e, evidentemente, a parte particular da biografia de Pelé. É natural que seja assim, porque assim funciona com figuras públicas transcendentes. Mas, sobre Pelé, haverá tempo e muito espaço para falar. Faremos, então, nossa parte, ao lembrar das participações dele na F1.
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1 – Em 1972, Pelé e Emerson Fittipaldi trocaram as bolas na capa da revista Manchete. O ensaio fazia com que Pelé colocasse o macacão, enquanto Emerson vestia o uniforme branco do Santos. Pelé, claro, já era tricampeão do mundo e dono de incontáveis troféus com o Santos. Emerson conquistava o primeiro dos dois títulos mundiais naquela temporada.
2 – O jogador de futebol mais famoso de todos os tempos foi ministro do esporte no Brasil entre 1995 e 1998. Apesar disso, o encontro público entre ele e Nelson Piquet, embora tenha acontecido neste período, foi para falar do esporte brasileiro de maneira geral. Zico também estava presente no que foi uma curiosa coletiva de imprensa. Piquet chegou a contar certa vez que Pelé estragou seu dia de torcedor num jogo entre o Vasco, time de Piquet, e o Santos pelo Torneio Rio-São Paulo de 1973. Vitória santista.
3 – Pelé e Ayrton Senna são muito provavelmente os dois atletas mais amados da história do esporte brasileiro. É difícil duvidar desta afirmação. Apesar disso, os dois pouco se viram ao longo da vida pública. O encontro registrado entre os dois aconteceu na boate Limelight, em São Paulo, após a vitória de Ayrton no GP do Brasil de 1993.
4 – Além da famosa ocasião da bandeirada, os caminhos de Pelé e Michael Schumacher se cruzaram várias vezes após o Rei começar a assumir mais e mais o papel de entidade esportiva e menos de empresário e político. Um deles foi em 2000, quando entregou o troféu de vitorioso ao alemão — com destaque para a famosa gravata com estampa de bolas de futebol. Depois, quando o heptacampeão se despedia da carreira pela primeira vez, em 2006, também foi Pelé quem entregou a Michael um prêmio como homenagem à então carreira mais vencedora da F1.
5 – O primeiro encontro no pódio com Schumacher, entretanto, foi menos positivo. Aconteceu em 1996, quando o alemão vivia o primeiro ano numa Ferrari com muitos problemas e que via a Williams voar. Schumacher foi ao pódio, mas Damon Hill é que recebeu o troféu das mãos do Atleta do Século.
6 – Aqui é onde o garoto-propaganda Pelé entra em ação. Ao longo dos anos 1990 esteve ao lado da Master Card, multinacional dos cartões de crédito. Em 1998, a Jordan estava na crescente e tinha a companhia como uma das patrocinadoras. Aí, as duas partes, Jordan e Master Card, criaram um grande evento de caridade e, claro, chamaram Pelé. O camisa 10 presenteou Daniel Crawford, uma criança inglesa que sofria de paralisia cerebral, com um cheque no valor de £ 2 mil. O menino sorria com o cheque na mão, em frente a um carro amarelo da Jordan, com Pelé feliz da vida e um Eddie Jordan de riso aberto.
7 – A PSN — Panamerican Sports Network — foi um canal que nasceu no começo de 2000 já de maneira arrebatadora no Brasil e na América Latina. Pelé foi chamado para ser embaixador e tinha até o próprio programa no canal, onde comandava um tipo de mesa redonda a cada duas semanas. A PSN era originalmente estadunidense e, desejando dinheiro da maneira que fazia logo de cara, resolveu patrocinar uma equipe de F1. A Prost, mais especificamente. E Pelé visitou o time francês nos GPs do Brasil e de Mônaco. Nas visitas, saiu em fotos com Luciano Burti e dentro do carro de Jean Alesi – os dois pilotos que defendiam o time.
8 – Claro que quem tinha relativa idade em março de 2002 vai lembrar cristalinamente do dia em que Pelé não deu a bandeirada do GP do Brasil. Michael Schumacher passou na reta de Interlagos para vencer a segunda em três corridas de uma temporada que dominaria totalmente. Pelé foi chamado para sacudir a quadriculada e receber o vencedor e estava posicionado no lugar certo, com a câmera da TV focada nele, mas se distraiu. Galvão Bueno ilustrou o momento perfeitamente com a narração de “Vai passar, Pelé”.
9 – O ano era 2012 e mais uma vez a faceta de garoto-propaganda fez Pelé aparecer na Fórmula 1 —agora, ao lado de Felipe Massa. Num evento do banco Santander, os dois conversaram e concederam uma entrevista em conjunto. Pelé estava em São Paulo, enquanto Massa, então piloto da Ferrari, aparecia numa TV e falava direto do Principado de Mônaco.
10 – A última vez que o ‘Rei’ se aproximou da F1 foi de maneira completamente diferente. Não era mais o empresário ou o garoto-propaganda, muito menos o atleta. Não, nada disso. Era a entidade Pelé nas homenagens via Instagram a Lewis Hamilton. A última foi em novembro de 2021, quando Hamilton venceu o GP de São Paulo de maneira épica e aproveitou para pegar uma bandeira brasileira e desfilar pela pista de Interlagos antes de subir ao pódio enrolado nas cores do Brasil. “Atuação maravilhosa. Um dia tão glorioso para você quanto para nós, brasileiros. É muito bom ver um piloto da F1 levantar nossa bandeira no pódio. Obrigado por ser quem você é”, vibrou Pelé, que ainda posou com uma camisa da seleção brasileira com autógrafo dedicado ao piloto.
Antes, quando Hamilton alcançou a marca de 100 vitórias na F1, Pelé usara os stories para mandar o recado. “Você é 100 vezes incrível, Lewis Hamilton”.
A F1 diagnosticou cedo que era bom atrelar sua imagem à de Pelé. Durante os últimos 50 anos, funcionou por magia.

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