Perseguição política? Reinaldo transfere para a fronteira cabo da PM que apoiou Capitão Contar – O Jacaré

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O Governo do Estado transferiu, alegando “necessidade do serviço”, de Campo Grande para a fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai o cabo da Polícia Militar, Marcelo Goes dos Santos, 32 anos. Para o militar, a remoção é “punição geográfica” por ter apoiado o candidato de oposição, o deputado estadual Capitão Contar (PRTB), e ter feito campanha contra o governador eleito Eduardo Riedel (PSDB).
Cabo Goes tem 30 dias, a contar desta semana, para se mudar para Sete Quedas, a 467 quilômetros da Capital, onde acabou de realizar o sonho de construir a casa própria. O policial não se conforma com a punição.
Condecorado com a Medalha Adib Massad, concedida pela Assembleia Legislativa, e com 27 elogios na carreira, 19 individuais e 8 coletivos, ele tem um trabalho social na região das Moreninhas. Durante a pandemia, Marcelo chegou a arrecadar alimentos para ajudar as famílias carentes.
Além de ingressar na Justiça contra a transferência, o cabo da PM denunciou o caso por assédio moral e punição geográfica no Ministério Público Estadual. “Se eu fiz um erro, abre investigação e me puna com base no Código Militar”, ressaltou o policial.
Durante a campanha eleitoral, Marcelo Goes atuou ativamente na campanha do Capitão Contar. Ele não é o primeiro a ser vítima da prática na gestão do PSDB.
O vereador Tiago Vargas (PSD) construiu a carreira política como vítima de perseguição o PSDB. Ele chegou a ser transferido da Capital para Pedro Gomes. Após retornar à Capital, o policial civil foi alvo de 11 sindicâncias e acabou demitido por ter ameaçado a junta médica da Ageprev.
Ele foi o vereador mais votado de Campo Grande nas eleições de 2020. Neste ano, ainda como vítima da gestão tucana, Tiago foi eleito deputado estadual com mais 18 mil votos. No entanto, ele acabou tendo a votação anulada porque foi declarado inelegível. Para surpresa dos eleitores, Tiago Vargas passou a defender a eleição do candidato do PSDB e virou franco atirador nas redes sociais contra Capitão Contar.
Agora, Marcelo Goes dos Santos começa a repetir a saga do policial civil. Ele ingressou na PM em 2014, quando começou a prestar serviço em Jardim. Como soldado atuou em Porto Murtinho até conseguir a transferência para Campo Grande para concluir o curso de Direito na Anhanguera-Uniderp.
Ele foi promovido a cabo e está na Capital desde junho de 2016. Nos últimos dois anos, o militar alega que caiu em desgraça porque não aceitou apoiar o candidato do PSDB a vereador em 2020. Ele já foi transferido sete vezes antes de ser punido com a remoção para a fronteira.
O Comando da Polícia Militar negou que a transferência seja perseguição política. “Como o próprio texto da publicação no Diário Oficial informa, por necessidade de serviço”, informou a assessoria da Pm. “O policial militar ao ingressar na corporação pode ser movimentado para qualquer cidade do estado”, destacou. “O ato é discricionário do Comando da corporação”, concluiu.
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