PJ tem meios como nunca teve para combater a corrupção – Diário As Beiras

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DB/Foto de Pedro Ramos
A Polícia Judiciária (PJ) tem hoje meios como nunca teve para combater a corrupção. Quem o diz é Pedro Fonseca, diretor da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ.
Ontem, durante a conferência “Ética, integridade e transparência”, organizada pela Universidade de Coimbra (UC), Pedro Fonseca vincou as condições de excelência que há em Portugal no combate à corrupção.
“Somos um país com muitos recursos e meios. Nós temos instrumentos de trabalho únicos e inovadores. Só precisamos de utilizar todos os instrumentos legais que estão à disposição”, disse.
O diretor deu exemplos de meios que são fulcrais nas investigações do combate à corrupção.
“Hoje em dia, eu posso, devido à lei, monitorizar qualquer conta bancária do país sem que o suspeito saiba. Conseguimos perceber os circuitos. A lei também criou mecanismos para fazermos registo de som e imagem ambientais para conseguir controlar os suspeitos”, assumiu.
Pedro Delgado reiterou que só uma investigação apoiada em vários setores e com a sociedade civil pode combater a corrupção.
“Nos dias de hoje tem que haver uma visão multidisciplinar da investigação. Tem que haver partilha com equipas mistas e com multivalências. Por outro lado, nunca houve tantos infiltrados no combate à corrupção. Muitos deles até são civis apoiados pela PJ. É com a população que também contamos. É necessário que todos exerçam o dever cívico de denúncia”, disse.
Fernando Oliveira Silva, secretário-geral do Conselho de Prevenção da Corrupção, também esteve presente na conferência e realçou que a sociedade é “mais cristalina”.
“Estamos muito melhor. Não sei se hoje em dia há mais corrupção, mas vivemos numa sociedade muito mais transparente”, afirmou.
O também diretor-geral do Tribunal de Contas assumiu que a corrupção em Portugal não é sistémica, mas deve-se continuar a tentar mudar mentalidades.
“Quando falamos em corrupção em Portugal, felizmente falamos em atos isolados. Ainda assim, temos que alterar mentalidades. Desde pequeno que devemos educar os nossos jovens a não copiarem ou a fazer plágio. Os nossos estudantes têm que perceber que o copianço ou o plágio é corrupção no sentido mais amplo”, explicou.
Na cerimónia de enceramento, o reitor da UC Amílcar Falcão frisou o motivo da elaboração da conferência sobre a ética, a integridade e a transparência.
“Este evento era de enorme importância para a consciencialização dos valores da ética, integridade e transparência. Queríamos contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária”, vincou.
Amílcar Falcão aproveitou também para lembrar que a prevenção deve ser o primeiro mecanismo para combater a corrupção.
“Não podemos agir com indiferença a situações que podem configurar corrupção. Podemos ter ampla legislação, mas se não tivermos uma cultura de prevenção, será sempre mais difícil combatermos a corrupção”, esclareceu.
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