Planalto comanda rede pró-Bolsonaro de 6 mil celulares no WhatsApp – Metrópoles
Com Bruna Lima, Edoardo Ghirotto, Eduardo Barretto e Paulo Cappelli
02/10/2022 6:00,atualizado 02/10/2022 0:18
O Palácio do Planalto tem uma rede oficial de disparos de WhatsApp com conteúdo pró-Bolsonaro para 6,6 mil números de celular. Nos 45 dias de campanha, o Planalto enviou em média quatro mensagens por dia, que exaltavam o governo e as pessoas de Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro.
Até o último dia 15, 6.615 celulares recebiam o conteúdo, por meio de 36 grupos no WhatsApp.
Entre as 182 mensagens enviadas durante a campanha eleitoral, de 16 de agosto até esta sexta-feira (30/9), o governo Bolsonaro e teorias de direita foram defendidas diversas vezes.
Em 4 de setembro, uma mensagem dava justificativas históricas para o golpe militar de 1964, alegando que o episódio foi “um dos mais importantes da nossa história”. O texto não citou o termo “golpe”.
A ditadura militar durou duas décadas e foi comandada por presidentes militares sem voto popular. As violências da ditadura, como tortura, censura e fechamento do Congresso, foram omitidas.
No dia 7 de setembro, o Planalto aproveitou o Bicentenário da Independência para afirmar que a liberdade do Brasil “sempre estará em risco”. O discurso segue a linha de Jair Bolsonaro, que costuma citar a suposta liberdade para atacar o STF e a Justiça Eleitoral.
Já no dia 16, o governo divulgou no WhatsApp o Dia Nacional do Caminhoneiro, eleitorado que votou em peso em Jair Bolsonaro em 2018. “A data é lembrada com programas e ações para beneficiar os caminhoneiros”, disse a mensagem.
Em 18 e 20 de setembro, o Planalto divulgou as viagens de Jair e Michelle Bolsonaro para os Estados Unidos e para a Inglaterra. O discurso de Bolsonaro na sede das Nações Unidas, em Nova York, foi citado ressaltando o “combate à corrupção”.
A imprensa destacou mentiras do presidente nessa fala. Na viagem à Inglaterra para o funeral da rainha Elizabeth, o Planalto compartilhou fotos de Jair e Michelle Bolsonaro.
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