Polícia Federal passou por maior crise de sua história no governo Bolsonaro – folha.uol.com.br

0
89

Acesse seus artigos salvos em
Minha Folha, sua área personalizada
Acesse os artigos do assunto seguido na
Minha Folha, sua área personalizada

Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Gostaria de receber as principais notícias
do Brasil e do mundo?
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Após se transformar em uma das instituições mais respeitadas desde a reformulação pela qual passou, no início dos anos 2000, a Polícia Federal registrou as maiores crises de sua história durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) e viu sua imagem arranhada por suspeitas de interferência política.
Crises em sequência e trocas de comando —foram quatro diretores-gerais até outubro de 2022, o maior número em um só mandato desde a gestão FHC (PSDB)— expuseram rachas internos e enfraqueceram o órgão a ponto de questões políticas interferirem na nomeação de delegados para cargos de chefia.
Como mostrou a Folha, de forma inédita na história da PF, uma ingerência política barrou em abril deste ano a tentativa da cúpula do órgão de trocar o então superintendente em Alagoas Sandro Valle Pereira.
Também pela primeira vez foram formalizadas na Justiça denúncias de suspeitas, por duas vezes, de interferências políticas na PF. A primeira, denunciada pelo hoje senador eleito Sergio Moro. A segunda, em junho, pelo delegado Bruno Calandrini, responsável pela operação que prendeu o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.
O primeiro caso foi arquivado. Já o episódio ligado ao Ministério da Educação aguarda manifestação da Procuradoria-Geral da República e da ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia.
No caso mais recente, o ministro da Justiça, Anderson Torres, afirmou ter encaminhado à PF um pedido para abrir inquérito sobre os institutos de pesquisas eleitorais, um movimento alinhado aos ataques de Bolsonaro devido à disparidade com o resultado do pleito divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Além disso, no governo atual, nomeações de delegados para cargos internos em superintendências foram barradas pela direção-geral, como nos casos do ex-coordenador-geral de repressão à corrupção Thiago Delabary e de Franco Perazzoni, que investigou o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.
Um resumo com o que de mais importante a Folha destaca sobre a eleição
Carregando…
Os dois foram vetados na gestão de Paulo Maiurino, terceiro diretor-geral no governo Bolsonaro. Até então, as decisões dos superintendentes, indicados pela cúpula, eram respeitadas pela direção.
As turbulências pelas quais a PF passou até agora contrastam com a euforia de integrantes da corporação após a eleição do presidente e a escolha de Moro como ministro da Justiça, ainda em 2018.
A expectativa entre a maioria dos policiais era a de que a bandeira do combate à corrupção levantada por Bolsonaro na campanha eleitoral e o histórico do ex-juiz na Lava Jato garantiriam liberdade de atuação como nunca antes vista, além de mais investimentos e de acolhimento de demandas da classe.
A realidade, porém, começou a se mostrar diferente já em 2019. Em agosto, Bolsonaro anunciou em entrevista que iria trocar o comando da PF do Rio sem consultar a direção do órgão. Ele chegou a revelar o substituto, mas uma nota da corporação negou a indicação e apontou outro nome.
A tensão se agravou, e seus desdobramentos desaguaram no pedido de demissão de Moro, em abril de 2020. O até então superministro sofria derrotas no governo e, após investida de Bolsonaro para substituir o diretor-geral Maurício Valeixo, Moro pediu para sair acusando o presidente de interferir na corporação.

A denúncia resultou num inquérito sobre a suposta interferência, provocando fricções no órgão até março de 2022, quando a PF concluiu que faltavam provas de uma eventual ação do chefe do Executivo.
Além do inquérito, o relato de Moro produziu outro fato inédito. Após a saída de Valeixo, Bolsonaro tentou nomear Alexandre Ramagem para o comando da PF, mas foi barrado por uma decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes. No lugar de Ramagem, alocado no comando da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), o presidente nomeou Rolando de Souza, que ficou no cargo de maio de 2020 a abril de 2021.
Na sequência, assumiu a direção da PF o delegado Maiurino, que estava fora da corporação havia cerca de dez anos, ocupando cargos por indicação política em governos. Apadrinhado pelo ministro do STF Dias Toffoli, ele ficou apenas dez meses no cargo, tempo suficiente para que sua gestão registrasse uma série de crises e fosse considerada uma das mais tumultuadas da história da corporação.
Além de vetar nomeações de desafetos a cargos de chefia, Maiurino chegou a mandar memorial ao STF em que defendeu o aumento de poder do diretor-geral, em sentido contrário à autonomia de delegados.
Seus atos acabaram por colocá-lo na mira do inquérito sobre a interferência de Bolsonaro na PF. O delegado responsável pelo caso pediu informações sobre o episódio envolvendo a negativa da promoção de Perazzoni e a saída de Saraiva da chefia da PF no Amazonas —os dois investigadores atuaram em casos que esbarravam no então ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, Ricardo Salles.
Maiurino foi substituído em fevereiro por Márcio Nunes, braço direito de Anderson Torres no Ministério da Justiça. Embora respeitado na corporação, Nunes já enfrentou ao menos duas crises internas.
A primeira, ao ter sido impedido de trocar o superintendente de Alagoas, indicado ainda na gestão Maiurino. A segunda, devido à acusação de Bruno Calandrini. O delegado disse em mensagem a colegas que não teve “autonomia investigativa para conduzir o inquérito” e relacionou a decisão de não transferir Milton Ribeiro de São Paulo para Brasília, como a Justiça havia ordenado, a uma “decisão superior”.
O caso gerou o encaminhamento do inquérito para o STF, que decidirá se abre uma nova investigação sobre interferência na PF. Para delegados experientes do órgão, as crises e as sucessivas trocas de comando geraram desorganização interna e ausência de unidade na atuação dos investigadores.
Receba no seu email a seleção diária das principais notícias jurídicas; aberta para não assinantes.
Carregando…
Para eles, não há na história recente do órgão outro período de tamanha turbulência. Dois momentos anteriores de tensão, a troca do diretor Paulo Lacerda por Luiz Fernando Corrêa, em 2007, e a demissão de Fernando Segovia, em 2018, dizem os delegados, não impactaram o dia a dia da PF.
Já no governo Bolsonaro, houve o registro de queda no número de prisões em casos de corrupção, parcialmente explicada pela mudança de postura do Judiciário após a Operação Lava Jato. Além disso, o órgão voltou suas forças para ações de repreensão ao tráfico de entorpecentes e apreensão de drogas, em contraposição ao foco de anos anteriores, com combate a desvio de dinheiro público e lavagem de dinheiro.
Maurício Valeixo (jan.19 a abr.20)
Alexandre Ramagem
Rolando de Souza (mai.20 a abr.21)
Paulo Maiurino (abr.21 a fev.22)
Márcio Nunes (fev.22)

Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Leia tudo sobre o tema e siga:
Você já conhece as vantagens de ser assinante da Folha? Além de ter acesso a reportagens e colunas, você conta com newsletters exclusivas (conheça aqui). Também pode baixar nosso aplicativo gratuito na Apple Store ou na Google Play para receber alertas das principais notícias do dia. A sua assinatura nos ajuda a fazer um jornalismo independente e de qualidade. Obrigado!
Mais de 180 reportagens e análises publicadas a cada dia. Um time com mais de 200 colunistas e blogueiros. Um jornalismo profissional que fiscaliza o poder público, veicula notícias proveitosas e inspiradoras, faz contraponto à intolerância das redes sociais e traça uma linha clara entre verdade e mentira. Quanto custa ajudar a produzir esse conteúdo?
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
As principais notícias da semana sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos
Carregando…
As principais notícias da semana sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos
Carregando…
Cidadania global: formação para além do bilinguismo
Brilho eterno: Tiffany cresce e planeja dobrar vendas no Brasil
Entenda o que é deep fake e saiba como se proteger
Seminário aponta caminhos para acelerar a transição energética
Cursos de direito devem romper com passado e ampliar aprendizado
Rastreamento pode reduzir mortes por câncer de pulmão
Clara facilita vida das empresas na gestão de gastos corporativos
Abertura do mercado de energia vai modernizar setor no Brasil
A nova era no cuidado do câncer de pulmão
Chegada do 5G traz revolução para o dia a dia dos negócios
Tecnologia com inclusão e diversidade gera inovação
Podcast debate nova geração de testes genéticos na psiquiatria
Coleção especial celebra os 60 anos da Vivara
Avanço de pesquisas e mais investimentos em genômica revolucionam a medicina
Mastercard apoia inclusão digital de empreendedores das favelas
PARCERIA NA TRANSFORMAÇÃO DIGITAL, DE PONTA A PONTA
Soluções de cibersegurança reforçam confiança do consumidor nas empresas
Ciência comprova eficácia e aponta novos caminhos para Cannabis medicinal
Na Móbile, projeto de vida começa cedo
Prevenção ao suicídio exige engajamento de toda a sociedade
Inteligência artificial e automação moldam o futuro das empresas
Tecnologia permite que pessoas recebam pela comercialização de seus dados
Consumidor já pode pagar suas contas com o rosto
Tecnologia da Mastercard possibilita transferências com uso de cartão de débito
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Ministro escolhido pelo presidente da República contraria área técnica e libera contratos; Codevasf e empresa dizem seguir lei
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Ao menos 75 disparos foram feitos contra Kiev, Lviv e outros centros urbanos do vizinho
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Apesar da acusação de que presidente preteriu SP, governador diz que adesão é coerente por ser anti-PT

O jornal Folha de S.Paulo é publicado pela Empresa Folha da Manhã S.A.
Copyright Folha de S.Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.
Cadastro realizado com sucesso!
Por favor, tente mais tarde!

source

Leave a reply