Política alemã que bateu de frente com a Fifa chegou ao cargo em 2021 – UOL Confere

0
102

Do UOL, com informações da DW
23/11/2022 11h57
Ministra alemã usa braçadeira pró-diversidade no Qatar – Nancy Faeser, que comanda pasta do Interior da Alemanha, acompanhou jogo da seleção do seu país usando braçadeira multicolorida “One Love”, que foi banida pela Fifa. Jogadores alemães protestam contra censura. A ministra do Interior da Alemanha, a social-democrata Nancy Faeser, exibiu nesta quarta-feira (23/11) no Qatar uma braçadeira pró-diversidade “One Love” enquanto acompanhava a estreia da seleção do seu país contra o Japão.
Quem é Faeser?

Ela chegou ao cargo em 2021 e é uma das delegadas indicadas por seu partido para escolher o presidente da Alemanha neste ano.
No cargo, fechou o “Grupo de Especialistas em Islamismo Político” criado por seu antecessor, Horst Seehofer. Também expressou preocupação com o excesso de migrantes que entram na Europa.
A ministra é casada com o advogado Eyke Grüning. O casal tem um filho.
Confronto com Fifa
Faeser, ao lado de autoridades do Catar e do presidente da Fifa, Gianni Infantino, usou o acessório com as cores do arco-íris no braço esquerdo. Ela também publicou em suas redes sociais uma foto usando a braçadeira.

Várias seleções europeias – incluindo a da Alemanha – chegaram a anunciar na semana passada que pretendiam usar, durante os jogos da Copa do Mundo de 2022, a braçadeira colorida contra a discriminação LGBTQIA+. A homossexualidade é considerada crime no Qatar, que também tem um longo histórico de violações dos direitos humanos.

Mas as equipes acabaram desistindo na segunda-feira após uma ameaça de “sanções esportivas” por parte da Fifa, que anunciou que poderia penalizar com cartão amarelo os jogadores que exibissem esse lema.

Na terça-feira, em entrevista ao tabloide alemão Bild, Faeser já havia se manifestado sobre a proibição da Fifa e lamentou como as seleções europeias recuaram diante das ameaças da Fifa.

“Proibir a braçadeira ‘One Love’ é um grande erro da Fifa. É de partir o coração de todos os torcedores como a Fifa também está transferindo esse conflito para as costas dos jogadores. Escancara como a entidade usa ameaças para impedir que os jogadores defendam a tolerância. Deveria ser possível mostrar a diversidade abertamente. E é mais do que lamentável que as federações europeias não tenham se oposto a isso juntas. Isso teria sido um sinal importante”, disse Faeser.

Seleção alemã protesta contra censura

Como esperado, após as ameaças da Fifa, o capitão da seleção alemã, Manuel Neuer, não usou a braçadeira “One Love” durante a partida contra o Japão.

Apesar do recuo, a seleção alemã não permaneceu impassível diante da atitude da Fifa.

Durante a foto de grupo pouco antes do início da partida, todos os jogadores alemães cobriram suas bocas, num óbvio sinal de protesto contra a Fifa. Anteriormente, o presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Bernd Neuendorf, havia descrito como “censura” a decisão da entidade internacional de banir o acessório.

A DFB também divulgou em suas redes sociais uma foto dos jogadores realizando o protesto e uma mensagem explicando as suas razões.

“Com a nossa braçadeira de capitão quisemos dar o exemplo dos valores que vivemos na seleção: a diversidade e o respeito mútuo. Junto com outras nações, queríamos que nossa voz fosse ouvida. Não se trata de uma mensagem política: os direitos humanos não são negociáveis. Isso deveria ser óbvio. Infelizmente ainda não é. É por isso que esta mensagem é tão importante para nós. Banir o uso da braçadeira é como calar a nossa voz.”

Na terça-feira, o diretor de mídia da DFB, Steffen Simon, disse à rádio alemã Deutschlandfunk que os times europeus foram vítimas de chantagem “extrema” para não usar braçadeira. Ele mencionou o caso da Inglaterra, que seria o primeiro time a usar a braçadeira na segunda-feira na partida contra o Irã, afirmando que a equipe foi ameaçada com várias sanções esportivas.

“O diretor do torneio foi até o time inglês e falou sobre várias violações de regras e ameaçou com sanções esportivas massivas sem especificar quais seriam”, disse Simon.

“Perdemos a braçadeira e é muito doloroso, mas somos as mesmas pessoas de antes com os mesmos valores. Não somos impostores que afirmam ter valores e depois os traem”, completou. “Estávamos em uma situação extrema, em uma chantagem extrema.”
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}

Por favor, tente novamente mais tarde.

Não é possivel enviar novos comentários.
Apenas assinantes podem ler e comentar
Ainda não é assinante? .
Se você já é assinante do UOL, .
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia os termos de uso

source

Leave a reply