Política externa universalista? – UOL
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A política externa brasileira dita “universalista” teve seu berço em 1960, quando Jânio Quadros rompeu relações com os “bálticos” —como eram conhecidos os governos dos países do Leste Europeu no exílio— e enviou à região a missão Dantas.
Assentou-se em um olhar igual para o Ocidente, para aquele conjunto de países da Europa Oriental e para o terceiro mundo. Após 1990, com o fim do conflito leste-oeste, saem de cena os segundos como bloco político e entram em cena os emergentes asiáticos.
De uma ótica de longo prazo, o universalismo tem sido o parâmetro maior da política externa brasileira. Seus movimentos básicos são a política externa independente, quando a política interna se desloca da direita para a esquerda, e o pragmatismo responsável, se no sentido inverso.
Está sujeito, não obstante, a oscilações, como a participação do Brasil, em 1965, na Força Interamericana de Paz da OEA que interveio na República Dominicana —um recuo aos anos 1946-60, quando a Guerra Fria impunha ao Brasil estratégia de alta coesão com os Estados Unidos. “Não culpe o Itamaraty pelo que faz o Laranjeiras”, diria o chanceler Vasco Leitão da Cunha ao receber do embaixador do país caribenho uma nota de protesto pela ocupação.
A partir de 2003, a política universalista seria alvo de interpelação por parte de segmentos conservadores da sociedade brasileira ante a disposição do Brasil de intensificar relações com países do terceiro mundo de modelo socializante. O clima se anuviaria com a visita, em 2007, do presidente George W. Bush.
Mais recentemente, o biênio 2019-20 também projetaria sombras sobre esse universalismo em face de uma política externa de declaradas preferências e preterições, o que começaria a mudar a partir de 2021.
O universalismo brasileiro é, contudo, de sustentabilidade real, porquanto suas raízes mais profundas são a estruturação do Brasil no cenário internacional, marcada por sua condição de país ocidental, pan-americano, sul-americano, sul-atlântico, multirracial e sem revisionismos ativos ou passivos, além de aberto para a cooperação internacional polidirecionada por sua própria amplidão geográfica e mercadológica.
Regida, assim, por uma mecânica que, qual na física newtoniana, a traz de volta ao universalismo como seu próprio ponto de equilíbrio, a política externa brasileira não tem como desafio maior mantê-lo, mas definir, a cada etapa das relações internacionais, o que pretende fazer com ele, que é seu ponto de partida, não de chegada.
Nestes tempos, o processo internacional estaria a indicar ao Brasil elaborar e executar estratégias sofisticadas de inserção global, com novas concepções, fórmulas, métodos, técnicas e instrumentos, que passam pela reorganização administrativa interna e delineamento de novas identidades e posturas profissionais dos atores brasileiros nas relações internacionais.
Trata-se não só de buscar “mais do mesmo”, mas de lançar vetores novos de ação externa, com integração do conhecimento, da experiência, da imaginação e de uma lógica futurista, o que significa renovação ampla do fazer externo, ainda que sem abandono de hígidas tradições.
Num mundo cada vez mais interdependente na economia e tecnologia, que arrastam consigo a política, a ação externa não deve prescindir de metas de desempenho em medições como fluxo de comércio, de investimentos, cadeias de valor globais, termos de intercâmbio, “risco Brasil” e emissão de gás carbono, entre tantas outras relevantes.
Fecham-se os espaços para casuísmos e improvisações. Relações exteriores como que passaram a compor uma equação única de múltiplas variáveis, pedindo soluções compatíveis entre si e modelos sistêmicos e executivos, tão técnicos quanto políticos.
Esse é o desafio que o próximo quadriênio trará no campo das relações internacionais, ante a necessidade inadiável de o Brasil aprimorá-las como caudal de retomada do crescimento.
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