Prima de Alckmin e apoiadores de Lula são ameaçados por bolsonarista em SP – UOL Confere

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Gabryella Garcia
Colaboração para o UOL, em São Paulo
15/10/2022 10h29Atualizada em 15/10/2022 14h48
Um grupo de cerca de 40 pessoas que fazia panfletagem em apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), foi ameaçado por um homem bolsonarista na noite de ontem (14) em Guaratinguetá, no interior de São Paulo. Uma prima do candidato à vice-presidência, que não quis que o nome fosse divulgado, também participava do ato quando as ameaças aconteceram.
Géssica Régis, integrante da frente feminista do PSOL, afirmou ao UOL que o grupo se reuniu na praça Mendes Sá para fazer um bandeiraço e panfletagem em apoio ao petista. Por volta das 19h, segundo Géssica, um homem passou pela primeira vez pelo local fazendo ameaças ao grupo.

“Ele passou pela primeira vez e já parou o carro. Começou a xingar, fazer gestos obscenos e pegar nas suas partes íntimas. Ele estava descontrolado e gritava que a gente deveria voltar para a Venezuela e ali não era o nosso lugar”, diz.
Nesse momento o grupo já ligou para a PM (Polícia Militar) para denunciar o ocorrido, mas não houve deslocamento das forças de segurança até o local. Cerca de 15 minutos depois, o homem retornou ao local e, segundo Géssica, fez novas ameaças ao grupo. “Estava um clima pacífico, mas esse cidadão se destacou pelo descontrole, foi bem tenso quando ele voltou ao local pela segunda vez.”
Após as novas ameaças, o homem teria deixado o local e, cinco minutos depois, retornado. “Ele já desceu do carro descontrolado na terceira vez e perguntando quem estava filmando e se identificando como delegado. Ele ameaçava e pedia nossa identificação dizendo ser delegado, aí voltou para o carro insinuando que ia pegar uma arma e todo mundo começou a gritar muito. Acho que ele teve um lapso de consciência, entrou no carro e foi embora.”
Géssica ainda relatou que, após seguidas ligações para a PM, os policiais chegaram ao local cerca de uma hora depois do ocorrido e que o apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) já havia ido embora após a terceira ameaça. Parte do grupo foi orientada pelos policiais a ir até a delegacia registrar um boletim de ocorrência, mas no local foram desencorajados pelo próprio delegado, de acordo com a integrante da frente feminista do PSOL.
“Fomos para a delegacia fazer o BO [boletim de ocorrência] físico, mas chegando lá fomos desencorajados a fazer o boletim. Fomos orientados a fazer online se quiséssemos dar prosseguimento. Acabamos fazendo o BO online porque a gente teme pela segurança, é uma cidade pequena em uma região que Bolsonaro teve mais de 60% dos votos. Foi terrível, e para quem viu as cenas que já aconteceram até em um aniversário, foi quase uma repetição”.
Além da frente feminista do PSOL, Géssica afirmou que também estavam presentes no ato lideranças locais, integrantes do PT, movimentos feministas da cidade e parentes de Geraldo Alckmin, que é da região. O candidato a vice de Lula nasceu em Pindamonhangaba, cidade que fica a menos de 40 km de Guaratinguetá, e estava representado por uma prima.
Procurada pelo UOL, a Secretaria da Segurança Pública afirma que a Polícia Militar foi acionada para atender a ocorrência e enviou equipe até o local, que orientou as vítimas. Ainda de acordo com o texto, os agentes realizaram patrulhamento na região antes e após o contato com as vítimas para localizar o carro do suspeito, sem sucesso.
A SSP também afirma que a Polícia Civil irá apurar as circunstâncias relacionadas aos fatos e, caso seja constatada alguma orientação irregular dada às vítimas durante o atendimento na delegacia, tomará todas as providências cabíveis. De acordo com a pasta, o boletim de ocorrência registrado na Delegacia Eletrônica será avaliado e encaminhado para a delegacia responsável pela área onde ocorreu o crime para que a equipe possa dar prosseguimento na investigação, identificação e responsabilização do autor.
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Carlos Madeiro

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