Prisão de suspeito de terrorismo eleva tensão pré-posse – 25/12/2022 – Poder – UOL

0
78

Acesse seus artigos salvos em
Minha Folha, sua área personalizada
Acesse os artigos do assunto seguido na
Minha Folha, sua área personalizada

Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Gostaria de receber as principais notícias
do Brasil e do mundo?
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
A prisão no sábado (24), véspera de Natal, do homem suspeito de ter tentado explodir um caminhão de combustível em Brasília aumentou o clima de tensão em torno da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ocorrerá em uma semana.
Petistas, aliados do futuro mandatário e autoridades do país temem novas tentativas de terrorismo e dizem que aumenta a pressão para a desmobilização do acampamento de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) no QG do Exército, na capital federal, a poucos quilômetros da cerimônia de posse.
Bolsonaro não se manifestou sobre o episódio e apenas postou uma mensagem de Natal nas redes sociais. Já autoridades envolvidas na cerimônia do dia 1º de janeiro falam na necessidade de revisão dos planos e reforço do policiamento diante do cenário.
Desde o resultado das eleições proclamado no segundo turno, bolsonaristas se reúnem no local para protestar contra a vitória do petista. Eles pedem intervenção militar e alimentam o discurso de que Lula não vai tomar posse.
A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu o suspeito no sábado, como antecipou a Folha. No depoimento ao qual a reportagem teve acesso, George Sousa disse ser bolsonarista e participar do acampamento no QG do Exército.
O caso aumentou a pressão sobre o Exército, que vem sendo há semanas cobrado para desmobilizar os manifestantes. Ministros do Supremo fazem parte dos que defendem a imediata desocupação do local.
De acordo com integrantes da alta cúpula da força, há intenção de desmontar a estrutura do local até o próximo dia 30. Na condição de anonimato, eles dizem que ainda haverá gente lá no dia da posse, mas o acampamento estará quase 100% desmobilizado.
Integrantes do Exército passaram a desmontar barracas, mudar permissão para estacionamento e proibir trio elétrico no local há cerca de 15 dias. Segundo um general ouvido pela Folha, o feriado do Natal foi importante para garantir que alguns voltassem para suas casas.
Para militares, se a desmobilização for truculenta, pode aumentar a temperatura e piorar o cenário.
Se até outrora eles defendiam as manifestações do QG, o discurso entre integrantes das Forças Armadas tem mudado com o comportamento violento dos atos.
Agora, alguns deles passaram a dizer que os manifestantes não são bem-vindos. Segundo essas pessoas, há alguns bem-intencionados no local, mas não pode haver “marginais”. Eles dizem temer ainda algum tipo de vinculação com o Exército.
Autoridades envolvidas na posse presidencial devem se reunir nesta semana para falar dos planos para o evento. Várias delas falaram à reportagem que há muita preocupação e que é preciso ainda mais cuidado do que o que já havia sido programado.
Além do silêncio de Bolsonaro, o ministro da Justiça, Anderson Torres, demorou a se manifestar.
A Folha chegou a procurá-lo no começo da tarde deste domingo, mais de 24 horas após o explosivo ser desativado. Alguns minutos depois, Torres usou as redes sociais para afirmar que acionou a Polícia Federal para acompanhar as investigações.
“Importante aguardarmos as conclusões oficiais, para as devidas responsabilizações”, escreveu.
Integrantes do governo eleito se queixam do que classificam como omissão e conivência do governo federal e do Exército.
Dizem que o acampamento deveria ter sido desfeito há muito mais tempo e relembram da escalada de violência no dia da diplomação da chapa Lula-Alckmin no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Na ocasião, bolsonaristas tentaram invadir a sede da Polícia Federal, atearam fogo em carros e causaram o caos na capital. Eles justificaram os protestos pela prisão ordenada por Alexandre de Moraes naquele dia do indígena José Acácio Serere Xavante, por sua participação em atos antidemocráticos na capital federal.
Petistas pontuam que, apesar da cobrança em cima do governo eleito, eles ainda não têm a caneta para investigar ou punir criminosos.
Aliados de Lula e autoridades policiais ligaram alerta especialmente diante do arsenal encontrado com o homem suspeito de ter tentado explodir um caminhão de combustível em Brasília.
“Os graves acontecimentos de ontem em Brasília comprovam que os tais acampamentos ‘patriotas’ viraram incubadoras de terroristas. Medidas estão sendo tomadas e serão ampliadas, com a velocidade possível”, disse o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), em suas redes sociais.
Ele disse ainda que o armamentismo cria “degenerações” e que é preciso superá-lo.
O PT ganhou a eleição defendendo revogar decretos armamentistas de Bolsonaro, que flexibilizou e aumentou a circulação de armas de curto e longo calibre em sua gestão. Bolsonaro também usava politicamente o discurso do armamento, ao dizer que “um povo armado jamais será escravizado”.
A frase, inclusive, foi citada pelo bolsonarista preso pela polícia no sábado, em seu depoimento, a que a Folha teve acesso.
Ele disse que planejou com manifestantes do QG a instalação de explosivos em pelo menos dois locais da capital federal para “dar início ao caos” que levaria à “decretação do estado de sítio no país”, o que poderia “provocar a intervenção das Forças Armadas”.

Na versão dada aos policiais, o investigado mencionou o artefato localizado neste sábado (24) nas imediações do aeroporto de Brasília e também planos da instalação de explosivos em postes de energia próximos a uma subestação de distribuição em Taguatinga, cidade do Distrito Federal.
“Uma mulher desconhecida sugeriu aos manifestantes do QG que fosse instalada uma bomba na subestação de energia em Taguatinga para provocar a falta de eletricidade e dar início ao caos que levaria à decretação do estado de sítio”, disse Sousa, que é do Pará e tem 54 anos.
O apoiador de Bolsonaro também afirmou à polícia que, no dia 12, teria conversado com PMs e bombeiros acionados por conter os manifestantes e que, naquele momento, avaliou que os agentes da segurança pública estariam ao lado do presidente e que em breve seria decretada a intervenção das Forças Armadas.
“Porém, ultrapassado quase um mês, nada aconteceu e então eu resolvi elaborar um plano com os manifestantes do QG do Exército para provocar a intervenção das Forças Armadas e a decretação de estado de sítio para impedir a instauração do comunismo no Brasil”, disse.
A Polícia Civil realizou a prisão dele na noite de sábado. Pela manhã, a Polícia Militar do DF afirmou ter interceptado o artefato explosivo.
Segundo fontes da corporação, o motorista do caminhão percebeu que uma caixa havia sido colocada no interior do caminhão e decidiu acionar a polícia. No local, foi encontrada uma pequena dinamite com temporizador.
De acordo com pessoas que tiveram acesso à investigação, o caminhoneiro não tem relação com o crime. Mas a polícia apura outros envolvidos. Em seu depoimento, Sousa cita um outro homem, chamado Alan, e diz que ele teria sido responsável por deixar o explosivo no caminhão.
Segundo o detido, eles se conheceram no acampamento em frente ao QG.
À noite, o Exército foi contatado pelas autoridades locais, que informaram da prisão e da suposta relação do episódio com o acampamento. Segundo a Folha apurou, Alan foi procurado, mas não estaria mais em frente ao QG.

Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Leia tudo sobre o tema e siga:
Você já conhece as vantagens de ser assinante da Folha? Além de ter acesso a reportagens e colunas, você conta com newsletters exclusivas (conheça aqui). Também pode baixar nosso aplicativo gratuito na Apple Store ou na Google Play para receber alertas das principais notícias do dia. A sua assinatura nos ajuda a fazer um jornalismo independente e de qualidade. Obrigado!
Mais de 180 reportagens e análises publicadas a cada dia. Um time com mais de 200 colunistas e blogueiros. Um jornalismo profissional que fiscaliza o poder público, veicula notícias proveitosas e inspiradoras, faz contraponto à intolerância das redes sociais e traça uma linha clara entre verdade e mentira. Quanto custa ajudar a produzir esse conteúdo?
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
As principais notícias da semana sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos
Carregando…
As principais notícias da semana sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos
Carregando…
Setor de óleo e gás investe em tecnologia e inovação
Programa de Saneamento do Novo Rio Pinheiros beneficia mais de 3 milhões em SP
Transmissão é caminho fundamental para energia renovável
Prioridades para 2023 incluem novas soluções em nuvem, IA e segurança
Mastercard atua em consultoria estratégica para o mercado de criptoativos
Cidade de São Paulo retoma atividades culturais e artísticas de fim de ano
Quer saber quais os livros mais vendidos do ano? Confira
Imunoterapia como principal aliada contra o câncer gastrointestinal
Caminhos e alternativas para garantir cuidado contínuo a todos os brasileiros
Carne mais lembrada e mais vendida do Brasil
SP ganha mais mobilidade com obras de expansão e modernização
BP – A Beneficência Portuguesa obtém reconhecimento internacional
Fórum debate desafios da ampliação do teste do pezinho
Governo de SP aposta no transporte público elétrico
Diálogos sobre a Educação debate desafios e propostas para a área
Seguro Viagem: embarque nessa jornada de proteção
Unimed comemora 55 anos como líder do segmento no Brasil
Seminário discute mobilidade no estado de São Paulo
Soluções da Clara liberam empresas para foco total nos negócios
Em todo o ano, juntos pelo seu negócio
Vacilo no descarte de dados facilita ação de golpistas
CNI elabora Plano de Retomada da Indústria do Brasil
Risqué lança linha de esmaltes com ingredientes naturais, vegana e cruelty-free
Prática é diferencial de pós em Gestão de Negócios 100% online
Centro Universitário das Américas amplia acesso a cursos EaD
10 dicas para não se perder na escolha do curso EaD
Podcast discute função do advogado em um mundo de direitos conflitantes
Cartão de crédito versátil revoluciona pagamentos corporativos
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Polícia Federal ainda não localizou alvos; dupla tem feito manifestações golpistas
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Outro Lado: Elmar Nascimento diz ter recebido material de campanha e que contas foram aprovadas pelo TRE-BA
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
É bom lembrar que senadora foi peça-chave para vitória de Lula e dialoga com moderados

O jornal Folha de S.Paulo é publicado pela Empresa Folha da Manhã S.A.
Copyright Folha de S.Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.
Cadastro realizado com sucesso!
Por favor, tente mais tarde!

source

Leave a reply