Privatizações vão acabar no Brasil, diz Lula – Poder360

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O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse na 3ª feira (13.dez.2022) que as privatizações vão acabar no Brasil durante seu governo. Afirmou que estrangeiros são bem-vindos, mas não para comprar as estatais brasileiras.
“Vai acabar privatizações nesse país. Já privatizaram quase tudo e vamos provar que algumas empresas públicas vão poder mostrar a sua rentabilidade”, disse.
O presidente eleito mandou um recado às empresas estrangeiras interessadas na compra de estatais brasileiras. “Queremos dizer ao mundo inteiro que, quem quiser vir para cá, venha. Tem trabalho, tem as coisas para vocês fazerem, tem projeto novo para investimentos. Mas não venham aqui para comprar as nossas empresas públicas porque elas não estão à venda”, disse.
A fala do petista foi feita durante evento de encerramento dos trabalhos realizados pelos integrantes dos grupos técnicos da transição, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília.
Assista à íntegra do evento (1h0min34s). Declaração sobre privatizações começa aos 55min35s.

​​O governo de Lula deve frear ao menos 7 privatizações e rever a desestatização do Porto de Santos, segundo levantamento do Poder360, a partir de informações divulgadas pela equipe de transição.
O número considera as refinarias à venda pela Petrobras e a TBG (Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil), ainda sem fechamento dos contratos, além da privatização dos Correios e da Dataprev. No caso da Petrobras, a intenção agora é suspender processos em estágio inicial e reavaliar os desinvestimentos. Leia mais nesta reportagem.
 
MERCADANTE – no mesmo evento, Lula anunciou o ex-ministro Aloizio Mercadante (PT) como o novo presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). De acordo com o ex-presidente, a escolha é baseada na necessidade de “alguém que pense em desenvolvimento”.
Eu vi algumas críticas sobre boatos que você vai ser presidente do BNDES. Eu queria dizer que não é mais boato. Aloizio Mercadante será presidente do BNDES. Precisamos de alguém que pense em desenvolvimento, em reindustrializar esse país, inovação tecnológica, na geração de financiamento ao pequeno, médio, grande empresário para que esse país volte a gerar emprego”, disse Lula.
O petista também criticou as eventuais reações negativas do mercado financeiro quantos às decisões de seu novo governo, como com Mercadante e com o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
“Eu queria dizer ao mercado, ao glorioso mercado, que muitas vezes parece invisível. Ao tentarem julgar o que estamos fazendo, digam se em algum momento da vida do mercado brasileiro ganharam tanto dinheiro como ganharam de 2003 a 2008, quando eu presidi esse país. Pergunte ao agronegócio, empresários da indústria, banqueiros, mas também perguntem aos bancários, aos comerciários, às pessoas que ganham 1 salário mínimo, porque provamos que é possível governar para todos de verdade”, afirmou.
Lula disse ainda que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) não é “um número para ser usado em manchete de jornal” e que “só tem sentido se distribuirmos com quem ajudou no crescimento, que é o povo trabalhador”.
PRIORIDADES – como prioridades, o presidente eleito citou a reforma tributária, como forma de “corrigir um pouco as injustiças centenárias” existentes no Brasil. Criticou a dedução de despesas médicas do Imposto de Renda, que, segundo o político, são pagas pela população mais pobre, que não tem acesso ao sistema de saúde privado.
Lula também disse que se comprometerá, especialmente, com o fortalecimento do SUS (Sistema Único de Saúde). “As pessoas se esquecem que não tem nenhum país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes que tem sistema de saúde como o nosso”, falou o presidente eleito, afirmando que o SUS é incompreendido.
O petista mencionou ainda seu compromisso de reduzir a fome no país e disse que melhorará o ensino básico, que será em tempo integral. “Vamos fazer todo o esforço possível para que esse país tenha escola em tempo integral porque, além de cuidar melhor da educação, a gente vai ter melhor como resultado menos violência e menos vítimas na rua porque as crianças estarão protegidas dentro de uma escola aprendendo alguma coisa”, disse.
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