Protestos golpistas na porta de quartéis murcham e viram vigília pró-Bolsonaro – Diário do Centro do Mundo

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Passadas mais de duas semanas do resultado da eleição, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro seguem concentrados nas proximidades de instalações das Forças Armadas em atos contra a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Após ganhar fôlego durante o feriado de 15 de novembro e chegar a juntar algumas milhares de pessoas em algumas capitais, o movimento murchou, vai ficando com cara de vigília lamuriosa e hoje reúne entre algumas dezenas e poucas centenas de manifestantes nos pontos de concentração. É o que revela reportagem do Estadão publicada neste sábado (19).
A reportagem conta que percorreu sedes militares em São Paulo, interior paulista, Brasília, Rio, Florianópolis e Recife, na quinta, 17, e nesta sexta-feira, 18. Em comum, os manifestantes acampam para pedir “socorro”. Apesar do direito constitucional à manifestação, há defesa de intervenção militar, mensagens antidemocráticas e registros de confrontos, além do inconformismo com o resultado das urnas.
“Vamos ficar aqui até que as Forças Armadas impeçam o verdadeiro golpe, que é a posse do Lula”, afirmou um senhor na Praça Duque de Caxias, na Avenida Presidente Vargas, no centro do Rio. ao Estadão. Diante do Comando Militar do Leste, responsável pela tropa terrestre no Rio, em Minas e no Espírito Santo, ele se apresentou apenas como Luiz, de 67 anos e “da reserva”.
No Rio, onde Bolsonaro perdeu para Lula por uma diferença de pouco mais de 2 milhões de votos, os golpistas se aglomeram em torno do Panteão Duque de Caxias, onde ficam os restos mortais de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, patrono do Exército. São cerca de 200 pessoas.
O acampamento na frente do quartel-general do Exército em Brasília, golpistas usam redes sociais para dar orientações a financiadores e prestar contas, embora os manifestantes digam que o protesto é “auto-organizado”, com a colaboração dos próprios participantes. Nesta sexta, um grupo anunciou a arrecadação de R$ 10,9 mil. Há ainda doações privadas e acesso liberado para veículos com mantimentos. A reportagem presenciou a chegada de um caminhão com verduras e legumes ao local.
A concentração na capital federal foi marcada por alta adesão no feriado da Proclamação da República, na terça. Desde então, o nível de participação caiu. A manifestação com pedido de golpe em Brasília tem infraestrutura, com palco e alto-falante pelo qual são repassadas a programação e a pauta. Há banheiros químicos nas imediações da Praça dos Cristais, na frente da sede do Exército.
No Recife, a aglomeração se dá no Comando Militar do Nordeste. Nesta sexta, havia 90 pessoas no local. Um dos alvos na frente do 63.º Batalhão de Infantaria, em Florianópolis, é o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Cerca de 300 pessoas ficam plantadas por lá. O mesmo acontece em Sorocaba, no interior de São Paulo.
Em São Paulo, a vigília ocorre no Comando Militar do Sudeste, na região do Parque do Ibirapuera. O grupo reúne cerca de cem manifestantes e quer a anulação da eleição, também sob a alegação de fraude nas urnas eletrônicas. Pede ainda a perda de poderes dos ministros do STF. São cerca de 50 barracas ao longo da Avenida Mário Kozel Filho.
Em rodas de conversa, apoiadores de Bolsonaro se mostravam impacientes com a inércia das Forças Armadas e com a ausência de declarações contundentes do presidente.

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