PT vive maior tensão com Forças Armadas desde 2003, diz especialista – CartaCapital
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Em entrevista ao programa Direto da Redação, Ana Penido avalia a escalada dos conflitos entre os petistas e as Forças Armadas
O Partido dos Trabalhadores vive a maior tensão com as Forças Armadas desde o primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo a análise da cientista social Ana Penido, pesquisadora na área de Defesa e Segurança Nacional. Para a professora, a crise é mais aguda do que a observada durante os trabalhos da Comissão da Verdade, no governo de Dilma Rousseff (PT), quando investigações sobre a ditadura incomodaram os militares.
A avaliação ocorreu durante entrevista ao programa Direto da Redação, no canal de CartaCapital no YouTube, na sexta-feira 13. Para a professora, a dificuldade de o PT lidar com os militares já ficou aparente pela ausência de um grupo de trabalhos sobre Defesa na equipe de transição. Neste momento, a postura de militares durante os atos golpistas de 8 de janeiro demonstra uma relação ainda mais conflituosa.
“Pensando retrospectivamente, eu imagino que tenha sido o momento mais tenso dessa relação ao longo dessa história inteira, mais tenso inclusive do que a própria Comissão Nacional da Verdade”, declarou a professora.
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Na percepção de Penido, a tutela militar faz parte do “DNA” da política brasileira, ainda que em alguns momentos fique menos evidente. Durante o primeiro governo do PT, Lula e os militares mantiveram uma relação de “equidistância”, descreve a professora, no sentido de que ambos preservaram as suas áreas de autonomia, sob um certo acordo de evitar intromissões em assuntos relevantes para os dois lados.
Para a especialista, o governo Dilma marca uma mudança nessa relação, tanto por trazer uma presidente mulher, como pela trajetória política dela e também pela instituição dos trabalhos da Comissão da Verdade. Outro problema apontado pela pesquisadora é a falta de punições a militares por atos antidemocráticos. Esse desgaste, segundo ela, acelerou um processo em que os militares passaram a se manifestar mais vezes publicamente.
Já no governo de Jair Bolsonaro (PL), a participação das Forças Armadas na política ficou óbvia, com milhares de oficiais na composição de quadros de funcionários do Executivo. Neste momento em que Lula volta ao poder, Penido observa choque contundente de interesses nas declarações e ações do presidente da República e dos militares.
“A partir do momento em que os militares se colocam como no dia 8, a discussão passa a girar em torno do eixo democrático. Como garantir a democracia se ficamos inseguros com a possibilidade de quebra hierárquica das Forças Armadas?“, questionou a especialista.
A entrevista está na íntegra no YouTube.
Victor Ohana
Repórter do site de CartaCapital
Alisson Matos
Editor do site de CartaCapital.
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