Quem ficará como segunda força política em Goiás: Vanderlan, Wilder ou Adriana Accorsi? – jornalopcao.com.br

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10/10/2022
09 outubro 2022 às 00h03

A vitória do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e do vice-governador eleito Daniel Vilela (MDB), obtida de modo acachapante, no primeiro turno, criou uma espécie de bloqueio para as oposições.
Quais as forças que vão se apresentar como oposição ao governo de Goiás, fazendo o contraponto crítico, e para a disputa de 2026 — daqui a quatro anos?
Frise-se: a eleição de 2026 está muito longe. Portanto, é um assunto difícil de discutir com o máximo de racionalidade. Porque, durante quatro anos, pode acontecer muitas coisas.
Ainda assim, é possível especular sobre a questão, tendo por base que não se cria substância política (estrutura e conteúdo) no ano da eleição, e sim bem antes.
Mesmo não se apresenta forte, a oposição é importante para a democracia. Porque, como sugeriu um político goiano, a oposição, se é eficiente, também governa.
O senador eleito Wilder Morais, do PL, fará oposição ao governo de Ronaldo Caiado? É certo que não. Tanto que, no segundo turno da eleição presidencial, os dois estão irmanados na campanha do presidente Jair Bolsonaro.
A rigor, portanto, Wilder Morais pertencerá à base de Ronaldo Caiado, o que não significa, de cara, um alinhamento automático para a disputa de 2026. Por ser senador, e tendo superado um veterano como o ex-governador Marconi Perillo, do PSDB, é possível que opere para ser candidato a governador daqui a quatro anos. Seu mandato de senador vai até 2030; então, se perder em 2026, continuará no Senado.
A incógnita é o senador Vanderlan Cardoso, que pertence ao círculo bolsonarista, ainda que não ao mesmo grupo de Wilder Morais.
Há dois caminhos eleitorais para Vanderlan Cardoso. Primeiro, a disputa da Prefeitura de Goiânia, em 2024, daqui a um ano e 11 meses. Desde já, é um candidato sólido, até porque, ganhando ou perdendo a Presidência da República, o bolsonarismo continuará forte em todo o país, como alternativa à esquerda e ao centro. O senador estaria confidenciando a aliados que não planeja disputar mandato em 2024. Porém, os mesmos aliados sugerem que, para manter o nome em evidência, é possível que ele acabe por ser candidato.
O problema de Vanderlan Cardoso, de acordo com políticos de vários partidos, é que se cristalizou a imagem de que “trai” (Ronaldo Caiado o apoiou para prefeito, em 2020, mas, quando chegou 2022, o senador não retribuiu e apoiou o deputado federal Major Vitor Hugo para governador). O outro problema recorrente é que, segundo os políticos, o senador não sabe formar e participar de grupos. No PSD, partido ao qual é filiado, não mantém convivência com seus líderes e militantes. É uma presença-ausência. Está filiado, mas convive mais com o grupo que dirige o PL. Há quem diga que se se filiará ao PL, em 2023, ou até antes, dependendo do resultado das eleições presidenciais de 30 de outubro deste ano.
Wilder Morais e Vanderlan Cardoso pertencem ao campo da centro-direita. Um deles pode “espirrar” na disputa de 2026 — dependendo do projeto do líder político de ambos, o presidente Jair Bolsonaro.
No campo da esquerda, o nome mais provável é Adriana Accorsi, do PT. Há três projetos no seu horizonte. Se Lula da Silva for eleito presidente, há a possibilidade da petista se tornar ministra — o que abriria espaço para o professor Edward Madureira, primeiro suplente, assumir mandato de deputado federal.
Se for nomeada ministra, Adriana Accorsi se tornará uma candidata forte para prefeita de Goiânia, em 2024. Assim como poderá disputar o governo de Goiás, em 2026, como representante de todas as esquerdas. Se Lula da Silva estiver no poder, a petista terá, possivelmente, viabilidade eleitoral.
Como Wilder Morais certamente ficará na base de Ronaldo Caiado, e Vanderlan Cardoso é, por vezes, um oposicionista relutante (se for candidato a senador em 2026, certamente marchará na oposição, até porque o governador tende a ser candidato a senador, ou seja, será seu adversário), o mais provável é que, na hipótese de uma vitória de Lula da Silva, Adriana Accorsi assuma como principal oposicionista em Goiás.
Claro que se terá outros oposicionistas. Mas se está tratando aqui de políticos que tenham viabilidade eleitoral para cargos majoritários, como o Senado e, sobretudo, o governo do Estado.
Como ficam Marconi Perillo, do PSDB, e Gustavo Mendanha, do Patriota? Eles saíram enfraquecidos do pleito de 2026. Mendanha foi derrotado para governador, e com uma votação bem abaixo de suas expectativas. O mais provável é que, em 2026, dispute mandato de deputado federal. Perillo tende a seguir o mesmo caminho. Para cargos majoritários, da perspectiva do presente, parecem descartados. Mas o futuro, como já se disse, nem a Deus pertence.
O fato é que a vitória de Ronaldo Caiado e Daniel Vilela retirou tanto Mendanha quanto Perillo da disputa de 2026. Eles foram praticamente “apagados” do mapa político. O caminho do retorno deve ser o Parlamento (a Câmara dos Deputados). Comenta-se que o tucano pode disputar a Prefeitura de Goiânia — ou até a de Palmeiras de Goiás, num gesto de humildade política e pessoal —, o que, se fizer, pode ser outro erro político, tanto tático quanto estratégico. Uma derrota na capital, que comprovaria que sua fraqueza eleitoral é incontornável, pode retirá-lo de vez da política estadual.
Retomando a vertente de Ronaldo Caiado e Daniel Vilela. Os mais votados para deputado federal (Silvye Alves) e deputado estadual (Bruno Peixoto) são do partido do governador. O MDB de Daniel Vilela elegeu dois deputados federais (Célio Silveira e Marussa Boldrin) e sete deputados estaduais. O deputado mais votado foi Bruno Peixoto, do União Brasil. Mas o segundo (Lucas do Vale), o terceiro (Lucas Calil), o quarto (Issy Quinan) e o quinto (Amilton Filho) mais votados são do MDB. E mais: são políticos jovens, o que comprova que o partido se renovou. Trata-se de um exemplo da força de Ronaldo Caiado e Daniel Vilela.
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