Reação à PEC da Transição e falas de Lula: a semana do investidor – VEJA
Veja Mercado | Fechamento da semana | 14/11 a 18/11
Os últimos dias foram marcados pela tensão imperante na mente de investidores: o rombo fiscal que será deixado pela chamada PEC da Transição. Devido à volatilidade de ativos nos pregões da semana do dia 7, cerca de 30 empresas de capital aberto tiveram de prestar contas à B3, explicando as razões das movimentações atípicas em seus papéis. Evitou-se, no entanto, atribuir as fortes oscilações ao “efeito Lula”, ou seja, às sinalizações do presidente eleito sobre a economia – embora seja óbvio que as falas descompassadas do petista tenham sido cruciais para tamanho desnível.
A semana também foi marcada pela volta de um velho fantasma da vida dos brasileiros aos holofotes: a inflação. O boletim Focus apontou para uma subida de 5,63% para 5,82% no índice inflacionário depois que o IPCA de outubro veio mais forte do que se esperava. Além disso, o IBC-BR, também divulgado recentemente, revelou que a economia cresceu 0,05% em setembro, consolidando alta de 1,36% no terceiro trimestre do ano.
As incertezas quanto ao futuro dad contas públicas no cenário doméstico também foi assunto nos Estados Unidos. O evento Brazil Conference, realizado pelo Grupo Lide, do ex-governador João Doria, reuniu diversas personalidades dos meios político, jurídico e empresarial. Alguns dos painelistas foram os ministros Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os membros da corte do país aproveitaram o espaço para condenar manifestações que contestam o resultado das urnas no Brasil. Mesmo em Nova York, manifestantes bolsonaristas reuniram nos arredores do evento e hostilizaram os juízes.
Também fora do Brasil, a COP 27, ocupou os noticiários devido especialmente ao destaque do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva no evento. Ovacionado pelos presentes, Lula teceu duras críticas ao mercado financeiro e, ainda, ironizou o comportamento dos investidores da bolsa: “Ah, mas se eu falar isso a bolsa vai cair, vai aumentar o dólar? Paciência”. Por outro lado, o petista aproveitou a conferência para fazer tentar demover atritos junto ao agronegócio. “O agronegócio brasileiro será um aliado estratégico do nosso governo na busca por uma agricultura regenerativa e sustentável”, disse. Enquanto Lula estava na COP, seu ex-ministro da Fazenda Guido Mantega renunciou ao posto na equipe de transição, afirmando que sua participação no grupo de estudos estava sendo explorada por adversários. A notícia aliviou o ânimo de alguns investidores mais ressabiados.
Em meio aos diversos acontecimentos da última semana, um obteve destaque absoluto aos olhos do mercado: a tão aguardada apresentação da PEC da Transição pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin. Como havia sido especulado anteriormente, a PEC se concentra na retirada do Bolsa Família do teto de gastos, mas, no pior cenário para o mercado, sem estipular um prazo específico. A expectativa do governo eleito é aprovar um valor extrateto de até 198 bilhões de reais para 2023. A medida pode elevar a dívida pública em até 17 pontos percentuais nos próximos quatro anos. O anúncio estressou os mercados, fazendo o dólar subir para 5,46 reais e o Ibovespa desabar quase 3%.
Diante da “gritaria” na bolsa de valores, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) criticou duramente a reação dos investidores em entrevista ao portal G1, pedindo que os investidores parassem de “mi-mi-mi”. Em entrevista ao Radar Econômico, Felipe Salto, secretário da Fazenda em São Paulo, disse não se assustar com o valor da PEC, mas espera que a regra fiscal seja aprimorada logo no início do próximo governo, a fim de prezar pela responsabilidade fiscal. Junto a outros economistas, Salto elaborou uma alternativa ao arcabouço fiscal vigente, entregue às mãos de Alckmin.
Na próxima semana, a volta de Lula ao Brasil deve aquecer as discussões sobre o comando de ministérios. A maior incógnita é o nome que estará à frente da economia. Nos últimos dias, o nome do ex-ministro da Educação, Fernando Haddad (PT-SP), ganhou força entre os petistas. A esperança do mercado, em caso de nomeação de Haddad para a Fazenda, é que um perfil mais liberal seja convidado para o comando do Ministério do Planejamento. Para essa pasta, as especulações se voltam a dois nomes que compõem a equipe de transição: André Lara Resende e Persio Arida.
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