Reação da economia surpreende e anima setor industrial – Grupo A Hora – A Hora

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Quinta-Feira13 de Outubro de 2022
NEGÓCIOS EM PAUTA
PIB nacional sobe 1,2% no segundo trimestre e interfere sobre confiança do empresário gaúcho, mostra levantamento feito pela Fiergs
Por Filipe Faleiro
Publicado domingo,
25 de Setembro de 2022 às 11:30
A quarta alta seguida no Produto Interno Bruto (PIB) do país supera dados históricos e impactam no nível de confiança dos empresários industriais. Enquanto o mundo revisa para baixo as previsões de crescimento econômico, o Banco Central (BC) já estima uma evolução de 2,7% na geração de riquezas nacionais para 2022.
“O Brasil cresceu mais que os países do G7 (grupo das sete maiores economias do mundo) e cresceu mais que a China nesse primeiro semestre”, afirmou o chefe da assessoria especial de estudos econômicos, do Ministério da Economia, Rogério Boueri. No segundo trimestre, o avanço do PIB foi de 1,2% na comparação com de janeiro a março. Junto com esse desempenho econômico, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) também indica melhores condições para geração de postos de trabalho formais.
Esses dois fatores combinados são apontados pela Federação das Indústrias do RS (Fiergs) como preponderantes para o resultado positivo no Índice de Confiança do Empresário Industrial gaúcho (Icei-RS) divulgado nesta semana. Conforme o levantamento, o nível de confiança com a economia atingiu 62,9 pontos em setembro. Na comparação com o mês anterior, trata-se de um aumento de 3,3 pontos, a maior alta desde abril de 2021.
Em termos nacionais, o nível de confiança gaúcho está no mesmo patamar dos empresários industriais dos demais estados do país. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), no Brasil o Icei foi de 62,8 pontos. Em valores correntes, o PIB, que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil, totalizou R$ 2,4 trilhões no segundo trimestre de 2022. O setor da economia que registrou maior crescimento foi a indústria (2,2%), seguida pelos serviços, que avançaram 1,3%, e a agropecuária, que expandiu 0,5%.
Pelo estudo “Os números da recuperação econômica brasileira” da Unidade de Estudos Econômicos (UEE) da Fiergs, o Relatório Focus do BC afirma que a economia nacional não apenas superou a queda da crise da covid, como também retomou o nível do PIB de 2014, ultrapassando as perdas de 2015 e 2016.
Naqueles anos, o país entrou em recessão técnica, com uma queda acumulada de 8,2% no PIB. Caso se comprove a estimativa de crescimento do PIB de 2,7% neste ano, especialistas da Fiergs acreditam ser possível deixar o patamar de estagnação econômica.
A partir de informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do IBGE, o mercado de trabalho supera níveis anteriores ao da pandemia.
Em julho de 2022, a taxa de desemprego, de 9,1%, recuou ao menor patamar desde o fim de 2015. Em relação ao período que antecedeu a pandemia, são mais 3,2 milhões de vagas, 2,6 milhões delas formais.
Outro fator que contribui para o nível de confiança empresarial está nas contas públicas. Em 2021 fecharam com superávit após sete anos de déficit primário. Pela amostragem, esse resultado está ligado ao controle de gastos com pessoal, reduzidos nos últimos três anos em R$ 2,2 bilhões em 2020. No ano seguinte houve uma queda de R$ 20,5 bilhões. Até julho de 2022 superou os R$ 25 bilhões.
No ano passado, 19,2% do PIB foi aplicado em formação bruta de capital fixo (máquinas, equipamentos, construção e softwares), o maior patamar desde 2014.
Junto com isso, os investimentos estrangeiros se intensificam e o volume de entrada de recursos para aquisição, expansão e criação de companhias é o mais elevado desde 2011. Em dólares, foram 39,7 bilhões de aplicações no país de janeiro a maio deste ano. Pelo Monitor de Investimentos do Ministério da Economia, a projeção de investimentos em infraestrutura até 2032 alcança R$ 2,7 trilhões.
O consumo das famílias cresceu 2,6% no segundo trimestre, maior alta desde o quarto trimestre de 2020. A alta se explica, em parte, à volta do crescimento dos serviços prestados às famílias que estavam com a demanda represada em razão da covid-19.
Também houve o crescimento do comércio, tanto do atacado quanto varejo, o último ligado ao consumo das famílias. Outros pontos são a melhora do mercado de trabalho, com crescimento da massa salarial na comparação anual, a liberação do saque emergencial do Fundo de Garantia (FGTS) e a antecipação do 13º de aposentados e pensionistas. Esses movimentos interferiram no consumo das famílias apesar da inflação e dos juros.
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