Retrospectiva 2022: AlphaTauri despenca sozinha na F1. E como vai viver sem Gasly? – Notícia de Fórmula 1 – Grande Prêmio

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A AlphaTauri foi uma das maiores decepções do esporte a motor em 2022. Depois de dois anos extremamente competitivos e estabelecida como força do pelotão intermediário, a equipe italiano despencou. Nem Pierre Gasly, que já estava entre os principais pilotos do grid, segurou a barra do time, que fechou a temporada em uma terrível nona colocação.
A primeira explicação para uma queda tão vertiginosa é bastante simples: o carro era ruim. Depois de um projeto interessante em 2019 e 2020 na mudança de nome da Toro Rosso e de um ‘foguetinho’ em 2021, o time errou feio a mão no bólido de 2022: foi de 142 para 35 pontos, um fiasco. O carro nasceu mal e, considerando o histórico quase nulo de evolução durante temporadas da AlphaTauri, ficou praticamente parado no mesmo lugar o ano inteiro.
A sensação que ficava nos anos recentes é de que Gasly tinha performances acima do potencial real do carro. Em 2022, nem isso apareceu tanto. Não é nem que o francês tenha vivido uma temporada ruim, mas os problemas foram se multiplicando. Não dava para fazer milagre. Quebras, estratégias malucas e o carro muito abaixo foram o tom do ano pelo time de Faenza.
E a perspectiva para 2023 foi ficando terrível ainda durante 2022. É que Pierre foi contratado pela Alpine para substituir Fernando Alonso, de saída para a Aston Martin. Se já estava complicado com o francês, imagina sem ele? Aliás, foi acertar com a Alpine para Gasly perder de vez a paciência com o time com quem teve tão bonita história.
“No geral, éramos apenas lentos demais. Não somos competitivos o suficiente em comparação aos carros que estão ao nosso redor. Realmente não faria diferença utilizar qualquer tipo de estratégia”, admitiu no GP de São Paulo, em um dos incontáveis desabafos com a equipe.
O ponto alto do francês – e da equipe, é claro – em 2022 veio em Baku, onde Gasly havia subido no pódio em 2021. Desta vez, foi quinto, enquanto Yuki Tsunoda, que teve certa evolução na temporada, chegou em sétimo em Ímola. E terminou menos longe de Pierre na classificação geral: 23 x 12.
Yuki, inclusive, foi mais um que criticou abertamente o 2022 da AlphaTauri. Mesmo ficando na equipe para o ano que vem, o japonês não se furtou a dizer que evoluiu bastante na temporada, mas que ninguém percebeu porque o carro era ruim. Não é 100% verdade, mas também não é 100% mentira.
“Acho que sofremos como equipe. Pelo meu lado, eu progredi bastante”, disse Tsunoda ao portal GPFans. “Em termos físicos, de mentalidade e pilotagem, [melhorei] a cada corrida. Então, fico muito feliz com a forma que atingi agora. Foi uma grande pena não poder mostrar isso com resultados, como no ano passado”.
Fato é que 2023 vem aí sem Gasly, com Tsunoda e Nyck de Vries. Apesar da ótima primeira impressão deixada na Williams na Itália, o holandês é, sim, uma incógnita total. Aliás, diga-se, Nyck chega à F1 aos 28 anos, algo completamente fora dos padrões atuais. Por um lado, não deve sentir tanta pressão. Pelo outro, o tempo de adaptação vai ter de ser mais curto. E também não é o tipo de piloto que a AlphaTauri tinha o costume de investir, principalmente pela idade.
De Vries não é Gasly, ainda que tenha deixado parte do mundo bastante animada por sua estreia. Mesmo assim, é bom piloto e não deve demorar muito até começar a comandar a equipe. Não é um gênio, mas tem tudo para fazer mais que Tsunoda, que tem um teto bem mais baixo.
Pensando em Pierre, a saída tem impacto. Não é só que seja um grande piloto, mas é quem teve os melhores resultados da história de um time que já teve Sebastian Vettel, Max Verstappen, Carlos Sainz, Daniel Ricciardo e companhia. Não é uma ruptura fácil para nenhum dos lados.
De toda forma, ainda que a dupla de piloto seja fundamental para o sucesso e que a da AlphaTauri talvez seja a menos promissora de 2023, é o carro quem vai ditar o que será do ano que vem da equipe. O time B da Red Bull sabe como fazer, isso que importa. E a grana perdida pelo nono lugar não impacta tanto por lá. Há luz no fim do túnel, mesmo que tudo seja mais difícil do que era meses atrás.
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