Retrospectiva 2022: Leclerc faz melhor ano da vida, mas com gosto agridoce – Grande Prêmio

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308 pontos, 9 pole-positions, 11 pódios 3 vitórias e o vice-campeonato mundial. Foi, até aqui, o ano mais vitorioso da curta carreira de Charles Leclerc na Fórmula 1. Ao mesmo tempo, o 2022 do monegasco da Ferrari termina com um gosto agridoce, que pode até ser visto como decepcionante, já que a impressão dos primeiros quatro meses do ano é de um título era bastante possível.
Leclerc veio de um 2021 forte, e a promessa é de que a Ferrari voltaria a oferecer um carro capaz de brigar por grandes coisas. Foi a impressão que passou a pré-temporada, assim como as primeiras três corridas da temporada. Charles quebrou um jejum de quase três anos sem vencer ao brilhar no Bahrein, não só derrotando Max Verstappen como vendo o atual campeão abandonar a corrida com problemas mecânicos.
Charles também vendeu caro a derrota para Verstappen na Arábia Saudita, e teve a corrida dos sonhos na sequência em Melbourne. Vitória dominante da pole-position e um novo abandono para Max. Simplesmente 46 pontos de frente para o principal rival do campeonato, praticamente uma distância de duas corridas.
Porém, a coisa rapidamente foi escorregando das mãos do monegasco. Em Ímola, perderia para Verstappen de qualquer jeito, mas um erro e batida significou o sexto lugar em vez do segundo. Em Miami, viu o holandês da Red Bull sair de terceiro e atropelar a Ferrari em menos de 10 voltas, conquistando mais uma vitória. A vantagem de Charles ainda era de 19 pontos.
Porém, o castelo de cartas caiu de vez em Barcelona. Leclerc largou da pole, viu erro de Verstappen e caminhava para uma vitória tranquila, até que o motor da Ferrari falhou. 25 pontos derreteram nas mãos da confiabilidade italiana, e o errático Max ainda conseguiu vencer naquele dia. A mesma vantagem de 46 pontos, rapidamente construída em três corridas, também desmoronou em três GPs.
Na corrida de casa, Charles tinha, mais uma vez, tudo para vencer. Largou da pole, tinha o melhor carro, mas viu uma bobeira imensa da Ferrari na estratégia o deixar até fora do pódio. No Azerbaijão, partiu de primeiro de novo, mas foi superado pela Red Bull rapidamente e amargou mais um abandono por problemas de motor. Já estava atrás até de Sergio Pérez na classificação do campeonato.
No Canadá, reduziu danos com quinto lugar após trocar de motor, eis que a Ferrari tinha como reservar mais tragédia para o monegasco. Ele tinha tudo para ganhar o GP da Inglaterra e em excelente contexto, já que Max Verstappen teve prova problemática e terminou apenas em sétimo. Porém, a decisão de não realizar um pit-stop após a última entrada de safety-car, que gerou a fúria de Charles no rádio, rendeu apenas o quarto lugar, com o companheiro de equipe Carlos Sainz vitorioso.
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O último ato de Leclerc em seu desejo de brigar pelo título foi na Áustria. Ali, ultrapassou Verstappen em três oportunidades diferentes para conquistar uma vitória no território da Red Bull. Mas qualquer esperança de vencer o título sumiu de vez em Paul Ricard, onde fez a pole e liderou as primeiras 17 voltas, mas bateu sozinho e viu Max vencer de novo. Metade do campeonato já tinha ido embora, e a desvantagem era de 63 pontos.
Sem conseguir transformar as poles em vitórias por culpa própria ou incompetência da Ferrari, viu o campeonato ganhar um tom mais desequilibrado ainda, com a Red Bull eventualmente virando o melhor carro, e Max seguiu atropelando. Após o retorno das férias, foi pole apenas em outras duas oportunidades. Na Itália, viu a Ferrari optar por estratégia diferente e fechou em segundo. Em Singapura, batido na largada por Sergio Pérez, que venceu.
Ainda viu a coroação de Verstappen como bicampeão acontecer por conta de um erro, já que cortou a chicane na última curva do conturbado GP do Japão, em disputa com Pérez e foi punido, caindo de segundo para terceiro lugar. No resto da temporada, mais três pódios que garantiram o vice-campeonato.
Os números não negam que foi o ano mais vitorioso de Charles na Fórmula 1 até aqui, mas a sensação de que uma grande oportunidade não apenas escapou das mãos, mas foi destruída com uma marretada a cada fim de semana de corrida, traz um gosto muito pior do que Leclerc deveria ter olhando para a tabela.

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