Risco pode subir se Lula dobrar aposta em sua agenda com protestos – TradeMap

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As implicações da invasão do Congresso por manifestantes ontem (8) são principalmente políticas, mas os distúrbios podem resultar em um aumento do prêmio de risco dos ativos financeiros do Brasil, especialmente se levarem o presidente Lula a dobrar a aposta em sua agenda econômica de esquerda, aponta a consultoria britânica Capital Economics em relatório.
Segundo a consultoria, os protestos antidemocráticos de ontem têm primeiramente implicações políticas, mas a reação das autoridades brasileiras mostraram a força das instituições no Brasil.
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A consultoria destacou que os eventos foram criticados por políticos de todo o espectro político, inclusive pelos que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Para a Capital Economics, as implicações econômicas dependerão de algumas questões, como, por exemplo, se esse evento é único ou será recorrente. “Os eventos de ontem fornecem um lembrete oportuno de que o descontentamento com a eleição e a presidência de Lula continua alto em alguns setores”, apontou a consultoria em relatório.
Se os protestos se tornarem mais frequentes ou se espalharem para setores críticos, os custos econômicos seriam maiores, lembra a consultoria, citando os protestos dos caminhoneiros em 2018 contra o aumento do preço da gasolina, em que houve a queda de 10% na produção industrial e a inflação aumentou alguns pontos percentuais no Brasil.
O segundo risco apontado pela consultoria do ponto de vista econômico é a possibilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abraçar pautas mais esquerdistas em sua agenda, como, por exemplo, elevando os gastos com a Previdência Social, aumentando o papel do Estado na economia em vez de buscar compromisso com seus oponentes políticos.
A duração dos protestos políticos pode elevar o prêmio de risco no mercado brasileiro. A Capital Economics lembra que o prêmio de risco político em mercados emergentes persistiu historicamente por algum tempo (três a seis meses e potencialmente mais) após protestos.
“E parece provável que o prêmio de risco se torne maior se os eventos de ontem levarem Lula a mudar para a esquerda”, aponta a consultoria.
A continuidade dos protestos pode gerar, segundo a consultoria, efeitos econômicos que podem se materializar, incluindo uma falta de governabilidade que impede os formuladores de políticas de enfrentar os principais desafios econômicos e maiores gastos públicos e maiores déficits orçamentários para reforçar o apoio. “Mas isso viria com o custo de aumentar os riscos da dívida pública”, diz.
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