Saiba por que ministro do STF mandou prender o futuro presidente … – Folha Vitória

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Tiago Alencar
Preso preventivamente por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o vereador Armandinho Fontoura (Podemos), presidente eleito da Câmara de Vitória, é acusado pelo Ministério Público Estadual (MPES) de incitar ataques contra os ministros da Corte superior, chegando a chamar os magistrado de “bandidos togados”.
As informações estão presentes no relatório enviado pela procuradora-geral de Justiça, Luciana Andrade, ao STF, e que embasou as decisões do magistrado.
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Armadinho é alvo da operação da Polícia Federal contra apoiadores de atos antidemocráticos no País, deflagrada na última quinta-feira (15) em oito estados da federação, inclusive no Espírito Santo.
Ele faz parte do grupo de 12 pessoas investigadas a partir de informações repassadas pelo MPES a Moraes. 
Durante a operação, além de Armandinho, outras três pessoas tiveram pedido de preventiva decretado: o jornalista Jackson Vieira Rangel, que atua num portal de notícias do Sul do Estado, o radialista Maxioni Pitangui e o pastor Fabiano Oliveira.
Os dados acerca de Armandinho na decisão do magistrado são breves. No documento, ao qual a reportagem teve acesso, é ressaltado o fato de haver indícios suficientes da participação do vereador não apenas em crimes contra a honra, mas, também, em milícias digitais visando à promoção de ataques aos ministros da Corte.
No documento, o magistrado ressalta que, segundo os argumentos apresentados pela procuradora-geral do Estado, o vereador chega a falar em enfrentamento para não deixar “esses vagabundos que sequer foram eleitos governaram o nosso país”.
Por meio de uma nota enviada à imprensa na noite dessa quinta-feira, a defesa de Armandinho informou que estava buscando acesso aos autos do processo, mas que reiterava a inocência do vereador. 
Os deputados estaduais Capitão Assumção (PL) e Carlos Von (DC) também foram alvos da operação da Polícia Federal contra apoiadores de atos antidemocráticos no País.
A reportagem do Folha Vitória teve acesso à decisão do magistrado, bem como aos argumentos apresentados pelo MPES para que eles fossem alvo de medidas cautelares, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica como alternativa à prisão.
LEIA TAMBÉM: Carlos Von e Capitão Assumção vão usar tornozeleira eletrônica após operação da PF
No que se refere ao Capitão Assumção, por exemplo, a procuradora-geral de Justiça do Estado, Luciana Andrade, alega que o parlamentar teria feito uso de suas redes sociais para direcionar ataques “criminosos” e violentos aos ministros do STF.
Ainda segundo o MPES, o parlamentar teria se referido aos ministros do STF como “demônios”.
A procuradora ainda cita, no documento enviado ao MPES, o fato de Assumção, descumprindo uma determinação de Moraes, ter criado uma nova conta no Instagram, após o magistrado ter decidido pela suspensão do perfil do político na rede social.
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Deputado envolvido com milícia digital
Na denúncia enviada pelo MPES ao Supremo, Carlos Von é apontado como participante de milícias digitais que promovem ataques à Corte e à democria.
Em sua decisão, Moraes destaca que, de acordo com o MPES, há diversos indícios de que o deputado atuaria de maneira orquestrada com o jornalista Jackson Rangel, também investigado no processo, no fomento ao que a procuradora-geral chama de milícias digitais.
Em relação a Von e Assumção, o ministro determinou a imposição de medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de deixar o estado, proibição de uso de redes sociais ainda que por interpostas pessoas, proibição de concessão de entrevistas de qualquer natureza e de participação em qualquer evento público em todo o território nacional. Em caso de descumprimento, há previsão de multa diária de R$ 20 mil.
Em entrevista ao Estadão, na última quinta, Von afirmou que não participou de atos antidemocráticos ou usou as redes sociais para manifestações contra a democracia. Von nega ainda que tenha atuado ou financiado atos com teor golpista.
“Nunca participei de nenhum ato antidemocrático, nunca fui a nenhuma manifestação ou fiz qualquer tipo de postagem com teor antidemocrático. Ainda estamos atrás de informações sobre os motivos dos mandados. Nunca contestei nenhum resultado das eleições, não me posicionei nas minhas redes sociais e nem na tribuna da Assembleia”, disse ao Estadão.
Já Assumção usou as redes sociais para confirmar que foi alvo de mandados de busca e apreensão. “Urgente. PF na minha casa e no meu gabinete a mando de Alexandre de Moraes. Pratiquei o terrível crime de livre manifestação do pensamento”, escreveu na postagem.
Além disso, a assessoria jurídica do deputado enviou uma nota à imprensa, alegando perplexidade com a operação e seu desfecho, especialmente no que se refere ao parlamentar.
A ação contra os parlamentares faz parte de uma megaoperação que cumpre mais de 100 mandados de busca e apreensão contra pessoas ligadas a atos antidemocráticos em todo o País, em especial os bloqueios de estradas promovidos por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) inconformados com a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.
Investigadores consideram que se trata da maior ofensiva já realizada contra os financiadores dos atos antidemocráticos.
A operação também cumpre outros quatro mandados de prisão preventiva no Espírito Santo. Das buscas realizadas em todo o País, 23 são cumpridas no Estado, nas cidades de Vitória, Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim. Os alvos são pessoas identificadas pelas forças federais e locais de Segurança Pública, informou a PF.

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