Sakamoto: Bolsonaro armou apoiadores como Jefferson para golpe caso perca – UOL Confere

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Colaboração para o UOL
27/10/2022 12h36Atualizada em 27/10/2022 13h51
O jornalista Leonardo Sakamoto relacionou, durante comentário no UOL News hoje, a facilitação que o presidente Jair Bolsonaro (PL) promoveu sobre o acesso a armas aos recentes episódios de violência durante o processo eleitoral, como o ataque do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) contra policiais federais.
“Bolsonaro armou a população brasileira, principalmente seus seguidores, de caso pensado, pensando neste momento. Momento de definição da democracia brasileira, em que ele pode sair vitorioso, como pode sair derrotado, e, caso saia derrotado, ele pode não reconhecer o resultado e jogar seus seguidores para, de forma violenta, questionar a democracia brasileira”.

No último dia 23, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) reagiu com tiros contra agentes da Polícia Federal que cumpriam uma decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes de prendê-lo em sua casa, em Comendador Levy Gasparian, a cerca de 140 km do Rio.
Reportagem do UOL publicada hoje revela que o calibre de fuzil usado por Jefferson teve um “boom” de registros na Polícia Federal desde o início da gestão do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL).
Dados reunidos desde 2012 pela PF e obtidos pela reportagem via LAI (Lei de Acesso à Informação) apontam que, em três anos e nove meses de governo, foram 7.651 novos fuzis calibre 5.56 mm no país.


Durante o UOL News, o jornalista Leonardo Sakamoto também afirmou que a postura do líder bolsonarista Jackson Villar da Silva, flagrado pela Agência Pública em um áudio incentivando ataque à democracia, representa o perfil dos apoiadores do presidente Jair Bolsoanro (PL).
“Os áudios são bastante didáticos e úteis para mostrar o tipo de apoiador que está com Jair Bolsonaro. Bolsonaro diz que esse tipo de pessoa não está com ele, não o representa. Não apenas representa, como o presidente deveria responder as acusações porque esse senhor diz que tem contato telefônico do Bolsonaro, Tarcísio [de Freitas], Eduardo. Se tem telefone desse pessoal, é porque é íntimo”.
Ao longo dos registros obtidos pela reportagem, Villar propõe uma espécie de “eleição paralela”, em que diz que vai provar “fraude nas urnas”. “Só não pode falar que vai provar a fraude. Se falar isso aí os caras vão derrubar o canal. Tem que ser uma coisa sutil, com sabedoria, entendeu?”, diz nos chats.


Na avaliação de Joel Pinheiro, a equipe do candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), já admite a derrota e, por isso, incentiva o discurso de fraude eleitoral. O presidente insiste na acusação de que rádios deixaram de veicular “dezenas de milhares” de inserções em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas suas palavras, o que, segundo ele “desequilibra o processo eleitoral” e “interfere no resultado da eleição”.
“É uma campanha do Bolsonaro que desistiu de ganhar. Ele acha que a derrotada dele e a vitória de Lula é certa. ele desistiu de ganhar e, agora, vai tentar dar algum jeitinho para roubar a eleição. Já vinha fazendo isso há anos, que ia encontrar algum motivo, alguma fraude. Eles só não sabiam qual. Agora escolheram”, disse durante UOL News.
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Carlos Madeiro

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