San Suu Kyi condenada a mais três anos de prisão por corrupção – Jornal de Notícias
Aung San Suu Kyi
Foto: YE AUNG THU / AFP
Detida desde o golpe militar de 2021, a antiga líder de Myanmar soma um total de 26 anos de pena de cadeia. As acusações variam entre crimes de corrupção e de fraude eleitoral.
Aung San Suu Kyi foi condenada, esta quarta-feira, pelo Tribunal Militar de Myanmar, a mais três anos de prisão por duas novas acusações de corrupção. A antiga líder do país asiático vai enfrentar um total de 26 anos de cadeia por crimes de corrupção.
A nova condenação resulta em “duas penas de prisão de três anos”, que serão cumpridas em simultâneo, revelou uma fonte próxima não identificada à agência France-Presse (AFP). Em causa está um alegado suborno de 550 mil dólares (566 mil euros), aceite por San Suu Kyi, por parte de um empresário local, Maung Weik, disse a mesma fonte. A equipa jurídica da ex-governante negou as acusações e considerou-as “absurdas”.
Para além de crimes de corrupção, San Suu Kyi enfrenta também acusações de delito e fraude eleitoral, estando acusada de, pelo menos, 18 crimes que, com as penas combinadas de todas as acusações que tem em curso, somam mais de 100 anos de cadeia.
Detida após o golpe militar de fevereiro 2021 por posse ilegal de walkie-talkies e violação de restrições da covid-19, San Suu Kyi encontra-se a cumprir a pena em isolamento numa prisão na capital do país, em Naypyidaw.
A decorrer há mais de um ano, o julgamento é realizado na prisão onde a ex-ativista se encontra, à porta fechada, e os advogados estão proibidos de falar sobre o caso com comunicação social, estando as informações sobre os processos judiciais com acesso limitado.
Repressão nos media
Na semana passada, Toru Kubota, jornalista japonês de 26 anos, foi condenado a mais três anos de cadeia por violação da lei da imigração, referiu uma fonte diplomática japonesa à AFP. Kubota, que foi detido em julho ao cobrir um protesto contra a junta militar, em Yangon, já tinha uma condenação de sete anos por alegadamente violar a lei de transações eletrónicas.
De acordo com a Associação de Assistência a Presos Políticos da Birmânia, citada pelo “The Guardian”, San Suu Kyi encontra-se entre os 12 623 detidos pelos militares. Entre os presos, 40 são jornalistas provenientes de Myanmar.
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