São Paulo: Ex-reitores da USP e UNICAMP assinam manifesto contra eleição de Tarcísio – Revista Fórum

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Mais de uma centena de acadêmicos das principais universidades de São Paulo, incluindo ex-reitores, assinaram um manifesto contra a eleição do candidato bolsonarista ao governo do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que lidera as pesquisas de intenções de votos no Estado.
No manifesto intitulado “Esperança e Coragem para São Paulo: em Defesa da Ciência, da Cultura e da Universidade”, os acadêmicos chamam atenção para “a cobiça que espalha destruição e morte e o profetismo pernicioso dos manipuladores do medo e dos desvarios do ódio”, referindo-se a condição em que poderá se encontrar o Estado mais rico do país no caso de uma derrota de Fernando Haddad (PT) e vitória bolsonarista.
O documento idealizado pela antropóloga Lilia Schwarcz e pelo ex-reitor da Unicamp Marcelo Knobel diz que o Estado de São Paulo sempre foi uma vanguarda na luta nacional contra o negacionismo, obscurantismo, totalismo, armamentismo e milicianismo. “O estado de São Paulo, a exemplo do Brasil, aprendeu a conviver, nesses tantos anos de redemocratização, com a liberdade reconquistada, com os valores que resultaram da luta pela igualdade e justiça sociais, com a solidariedade federativa, com o desenvolvimento equilibrado e o respeito ao papel fundamental das instituições públicas na consolidação e renovação democráticas e do Estado democrático de Direito”, diz trecho do manifesto.
O documento relembra o papel das universidades na formação da sociedade, sobretudo na produção científica e no combate às desigualdades sociais e não cita nem o presidente Jair Bolsonaro (PL) e nem o candidato Tarcísio. No entanto, mesmo sem citá-los, aponta que apenas vitórias de Lula e Haddad garantiriam um Brasil mais cidadão e democrático.
Assinam a nota, ao todo, 115 acadêmicos. Entre os mais notáveis estão o ex-reitor da USP Vahan Agopyan, a ex-reitora da Unifesp Soraya Smaili, o ex-presidente do CNPq Hernan Chaimovich, o ex-reitor da UFABC Adalberto Fazzio, os ex-reitores da Unicamp Carlos Vogt e Fernando Costa, além do reitor da UFScar Adilson Jesus Aparecido de Oliveira, eleito neste ano.
O Estado de São Paulo, a exemplo do Brasil, aprendeu a conviver, nesses tantos anos de redemocratização, com a liberdade reconquistada, com os valores que resultaram da luta pela igualdade e justiça sociais, com a solidariedade federativa, com o desenvolvimento equilibrado e o respeito ao papel fundamental das instituições públicas na consolidação e renovação democráticas e do Estado Democrático de Direito.
As universidades e as instituições de pesquisa têm, historicamente, no Estado de São Paulo, cumprido um papel de protagonismo cultural, científico e tecnológico, que afirma os princípios da autonomia, da criatividade e da busca do conhecimento como fator de geração de riqueza, do combate à desigualdade social.
Nossa história nos coloca, pois, ao lado das lutas contra o negacionismo, o obscurantismo, o totalitarismo, o armamentismo e o milicianismo. Contra o desmatamento da Amazônia, a invasão das terras indígenas, o desdém pelos acordos internacionais em favor do ambiente. Contra a cobiça que espalha destruição e fome. Contra o profetismo pernicioso dos manipuladores do medo e dos desvarios do ódio. Contra, enfim, os coveiros da felicidade, que não pode existir onde não haja simpatia humana, amor ao próximo.
Luíz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, e Fernando Haddad, governador do Estado de São Paulo, são, neste momento decisivo da história do país, a única garantia de um novo Brasil, menos polarizado, mais cidadão e democrático.
A vitória dos dois no segundo turno do dia 30 de outubro de 2022 representa a retomada de nossa caminhada rumo a um país que podemos amar e que não irá conviver com toda sorte de crimes e desvarios autoritários.
Essa é a expressão de nossa vontade cidadã, de nossa esperança e de nossa coragem democrática.

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