Silêncio de Bolsonaro sobre as eleições é sinal de apoio à baderna – Metrópoles

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Blog com notícias, comentários, charges e enquetes sobre o que acontece na política brasileira. Por Ricardo Noblat e equipe
01/11/2022 8:00, atualizado 01/11/2022 8:06
Se até o final do dia de hoje não reconhecer a sua derrota, Bolsonaro arrisca-se a ouvir de um dos seus mais importantes aliados a sugestão pública para que renuncie ao mandato.
Não haveria tempo para depô-lo por meio da abertura de um processo de impeachment, que é demorado. Mas a sugestão, partindo de um político de peso, deixaria Bolsonaro mal na foto.
Mal, não, pior na foto. Seu silêncio foi visto como estímulo para que a banda armada e mais radical do bolsonarismo bloqueasse estradas do país na tentativa de criar um clima de golpe.
Se era isso o que Bolsonaro queria, conseguiu – a ilusão por horas de que um golpe seria possível para mantê-lo no poder. Ou a enganosa sensação de que jamais será abandonado por seu povo.
O ministro Alexandre de Moraes e o Supremo Tribunal Federal não precisaram de muito tempo para acabar com o sonho golpista de Bolsonaro: a polícia foi acionada para restabelecer a ordem.
Se ela não o fizesse, se a situação se agravasse, o Supremo examinaria a hipótese de decretar a prisão em flagrante de Bolsonaro por crime contra a Pátria. Quem duvida que faria?
Bolsonaro acordou na segunda-feira apoplético. Afirmou a vários dos seus ministros que não aceitaria os resultados das eleições e que elas deveriam ser anuladas porque houve fraude.
Foi uma eleição roubada, não se cansou de repetir. Se ele não fizesse alguma coisa, o comunismo dominaria o Brasil. “Os vermelhos estão de volta”, berrou diante de assessores perplexos.
A maioria deles não ousou enfrentá-lo. Alguns, mais pacientes, argumentaram que Bolsonaro tinha uma escolha: ou resistir fora da política ou dentro dela. Sugeriram que resistisse dentro.
Fora da política, como? Na clandestinidade? Às claras como um líder popular a arregimentar forças para levá-lo ao poder? Dentro da política seria habilitando-se a se candidatar em 2026.
Sinceramente? Bolsonaro sabe que é um presidente acidental. Não fosse a Lava Jato, não fosse Lula ter sido preso e condenado, não fosse a facada que levou em Juiz de Fora, ele não teria sido eleito.
O Partido Republicano rendeu-se a Donald Trump, governou com ele, perdeu com ele, apoiou-o quando Trump quis dar um golpe e continua com ele que quer retornar a Casa Branca.
Bolsonaro não tem partido. Já passou por 10. Anunciou que montaria o seu, e não montou; filiou-se ao PL para ser candidato, mas ali é só um passageiro entre duas estações.
Não é um formulador de ideias. Não é um bom orador. Não conhece o mundo, embora o mundo o conheça e despreze. Não gosta de trabalhar. Seu governo foi um desastre. Não tem amigos.
Como pensa em manter-se no primeiro plano da política?
Contagem regressiva para que Bolsonaro saia de cena: faltam 61 dias para que Lula ponha a faixa presidencial no peito. Ela será tomada de Bolsonaro quer ele queira ou não.
“Foi muito boa. Estamos montando uma equipe para se reunir e discutir o que podemos fazer juntos. Ele quer focar no meio ambiente, na democracia, lidar com os pobres em seu país e salvar a Amazônia.” (Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, sobre sua primeira conversa com Lula)
Só Lula, seu carisma e sua história teriam força e prestígio para trazer para um centro comum gente de polos opostos
Tinha voz de barítono e pronunciava as palavras com uma acentuada cadência grave, que esgotava os sons
“O Brasil está pronto para retomar seu protagonismo na luta contra a crise climática”, disse Lula
Deputada é a terceira mais alvo de ações no colegiado, atrás apenas de Daniel Silveira e Eduardo Bolsonaro
Como ele e seus apoiadores reagiriam?
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