Sob Bolsonaro, Enem tem o 2º menor número de candidatos desde 2005 – CartaCapital
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Faltam para nos livrarmos do Jair
A queda histórica de inscrições acontece na gestão de Jair Bolsonaro (PL). Enquanto o ano com maior número de participantes, cerca de 8 milhões, aconteceu na gestão de Dilma Rousseff (PT)
Desde 2021, cada vez menos estudantes enxergam o Exame Nacional do Ensino Médio, o ENEM, como porta de entrada para o Ensino Superior no Brasil.
Amanhã, domingo 13, cerca de 3.396.632 milhões de estudantes se inscreveram para participar do exame. O número é o segundo menor em 17 anos de aplicação.
A edição de 2021, com 3.109.762 de participantes confirmados, foi a menor participação da história do Enem. Uma adesão tão baixa não era vista desde 2005, quando a prova ainda não era considerada um vestibular nacional.
A queda histórica acontece na gestão do ex-capitão, Jair Bolsonaro (PL) e o ano com maiores inscrições confirmadas (8.722.910), foi em 2014, na gestão de Dilma Rousseff (PT).
Os eventos que antecederam a descredibilização do Enem junto aos estudantes, dizem respeito ao escândalo do MEC, a crise no Inep — órgão responsável pela organização e aplicação do Exame e erros na correção do exame.
Em quatro anos de mandato, Bolsonaro nomeou cinco ministros da educação — Ricardo Vélez Rodríguez (jan/2019 – abril/2019); Abraham Weintraub (abril/2019 – jun/2020); Carlos Decotelli (não empossado); Milton Ribeiro (jul/2020 – mar/2022) e Victor Godoy Veiga (atual).
Em janeiro de 2020, cerca de 30 mil estudantes relataram erros de correção da prova do Enem aplicada em 2019. Na época, o então ministro da Educação, Abraham Weintraub, minimizou o impacto dos erros e criou um e-mail institucional para os estudantes relatarem o ocorrido. Apesar disso, muitos estudantes mostraram que não tiveram suas notas corrigidas.
Já a edição de 2020, contou com problemas no cronograma. Enquanto Weintraub defendia que o Enem 2020 tivesse suas datas mantidas apesar da pandemia de Covid-19, os estudantes pediam adiamento. Em reação ao pedido dos alunos, o ex-ministro afirmou que o Enem ‘não é feito para atender injustiças sociais, mas para selecionar os melhores’.
Um ano depois, em novembro de 2021, às vésperas da prova, 37 servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) responsáveis pela realização de exames, pediram exoneração de suas funções.
Os servidores justificaram a debandada a “fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima” e casos de assédio moral.
Neste ano, veio à tona o escândalo do repasse de verbas do Ministério da Educação a municípios indicados por pastores. O caso reverberou na demissão do ministro Milton Ribeiro.
Camila da Silva
Repórter e Produtora de CartaCapital
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