Sou o primeiro presidente a governar antes de tomar posse, afirma … – Revista Oeste
O presidente eleito, Lula (PT), afirmou ser o primeiro chefe do Executivo a “governar antes da posse”. A fala veio na sequência de breves agradecimentos ao Congresso Nacional, que aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Gastança. “Todos sabiam que a PEC não era nossa”, disse o petista, na quinta-feira 22. “Era para cobrir a irresponsabilidade do governo que vai sair e não colocou dinheiro necessário para a política que ele próprio prometeu.”
Durante o discurso, Lula atacou o presidente Jair Bolsonaro e garantiu ter recebido um “país quebrado”, mesmo com os índices positivos na economia neste ano e projeções otimistas para diversos setores, a partir de 2023.
“Não pretendo fazer pirotecnia com esse material, um show, um escândalo”, declarou Lula, na sequência, ao mencionar que recebera do grupo de transição o relatório final produzido pelo grupo, antes da posse. “Quero que a sociedade brasileira saiba como tomamos posse, o Brasil que encontramos em dezembro de 2022. Recebemos o governo em situação de penúria. As coisas mais simples não foram feitas porque o presidente preferia contar mentiras no cercadinho.”
Diferentemente das afirmações de Lula, a economia que ele vai receber depois da posse foi bem conduzida pelo governo Bolsonaro, conforme reportagem publicada na Edição 141 da Revista Oeste. A seguir, alguns tópicos que desmentem a acusação do petista.
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Dilma Rousseff, sucessora de Lula na Presidência da República, foi retirada do governo deixando como legado uma inflação que era uma verdadeira herança maldita. Em agosto de 2016, quando o impeachment foi concluído, o Índice de Preços ao Consumidor — que mensura o custo de vida — para 12 meses estava próximo de 9%. Nos Estados Unidos, era de pouco mais de 1% para o mesmo período.
Em setembro deste ano, os dois países trocaram de posição. De lá para cá, a inflação brasileira se mantém menor que a norte-americana. No mês de outubro, por exemplo, a variação dos preços ficou em 6,5% no Brasil e próxima de 8% nos EUA.
A economia também mostra mais desenvoltura em comparação ao fim da última gestão petista. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil encolheu cerca de 4% em 2016. Ao mesmo tempo, o mundo cresceu em torno de 3%, e a China registrou a expansão de 7%.
Para 2022, o FMI estima quase 3% de crescimento para o PIB brasileiro. A projeção para os desempenhos da economia global e do PIB chinês neste ano está praticamente no mesmo valor de 2016.
A recuperação da produção nacional se estabeleceu mesmo num ambiente de incertezas internacionais. Além da invasão russa à Ucrânia, iniciada em fevereiro, o governo do presidente Jair Bolsonaro teve de enfrentar um desafio sem precedentes: a pandemia por coronavírus — uma crise sanitária mundial, que limitou o comércio entre países, quebrou empresas e desorganizou as cadeias produtivas ao redor do globo.
Atualmente, a taxa de desempregados no país é de cerca de 8%. Número que só esteve menor em meados de 2015, segundo os levantamentos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Durante a pandemia, a taxa de desocupação calculada pelo IBGE bateu o recorde de quase 15% em dois momentos: julho a setembro de 2020 e janeiro a março de 2021. A destruição em massa dos empregos ocorreu na esteira das medidas restritivas adotadas durante a crise sanitária. Contrariando a posição do presidente, as restrições impostas por governadores e prefeitos seguiam a máxima: “A economia a gente vê depois”.
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