Tebet: Bolsonaro teve a capacidade de extrair o que há de pior nas pessoas – CartaCapital

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A ministra atribui ao ex-presidente parte da responsabilidade pelos atos terroristas em Brasília
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), atribui ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) parte da responsabilidade pelos atos terroristas em Brasília no último dia 8 e disse que o ex-capitão “teve a capacidade de extrair o que há de pior em algumas pessoas”.
“Não podemos imputar isso [o vandalismo] a decisões isoladas de uma minoria da população brasileira”, afirmou Tebet em entrevista ao Correio Braziliense. “Nós vivemos quatro anos de negacionismo à vida; de ataques à Constituição, às instituições democráticas, ao Supremo, ao Congresso Nacional, à política, de discursos de ódio e de mentiras deslavadas que foram transformadas em fake news, que viralizaram pelo Brasil, dividindo os brasileiros e fazendo uma verdadeira lavagem cerebral”.
Na conversa, a emedebista disse considerar que os ataques à democracia podem continuar. Ela ponderou que, para conter os riscos ao regime democrático brasileiro, será necessário “dormir com o olho aberto, porque os lobos solitários, agora, estão espalhados”.
De acordo com Tebet, a gestão do ex-presidente fez uma espécie de “lavagem cerebral” em parte da população e que é possível dizer que o bolsonarismo passou a ser maior que Bolsonaro.
“É uma convicção totalmente distorcida e disruptiva de morrer pela pátria, para defender uma causa que, de pública, não tem nada. Ataques à democracia, não mais ataques às instituições e ataques espontâneos e isolados, nós podemos sim”, declarou. “Não podemos, depois de domingo, desconsiderar isso que eu estou dizendo. […] De forma objetiva, acabou de se confirmar que o bolsonarismo passou a ser maior que Bolsonaro e tudo de mal que isso significa. Nós estamos atentos”.
A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no entanto, teria mostrado que o Brasil retomou “o curso normal de História”.
“Um presidente que tem alma e que é democrata. Imagina a gente em pleno século XXI, tendo que colocar isso como elogio que é pré-condição de um homem público”, observou a ministra. “O pior do ex-presidente não foi só o negacionismo, negar a vacina, dividir o Brasil, a visão equivocada, armamentista, misógina e visão homogênea de mundo, de o que serve é aquilo que eu penso que os demais que se adaptem ou ou caiam fora. É que ele teve a capacidade de extrair o que há de pior em algumas pessoas”.
Cenário econômico
Tebet reforçou que o seu discurso sobre a situação econômica do País replica o que já foi anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
“O programa de reestruturação fiscal que foi apresentado, numa análise otimista, se tudo aquilo der certo, nós zeramos o déficit este ano ainda temos um pequeno crescimento, um pequeno superávit, que, na planilha, está em 11,13 bilhões [de reais], na melhor das hipóteses”, destacou.
Para ela, o programa de reestruturação fiscal e a reforma tributária são os dois pontos-chave da economia brasileira, no futuro próximo.
A entrevista com a ministra ocorre após Haddad, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, afirmar que a questão orçamentária poderá ser resolvida em dois anos e que, para isso, seria fundamental a aprovação da reforma tributária.
André Lucena

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