Trump enfim cede a mensagens de texto no celular, dizem assessores – Política Livre

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28 janeiro 2023

Um dos traços pessoais mais consistentes do ex-presidente Donald Trump –algo que, segundo seus assessores, ajudou a lhe evitar problemas legais ainda piores— tem sido sua recusa de comunicar-se por mensagens de texto ou emails. Até agora.
Trump, 76, está iniciando sua terceira campanha presidencial e ainda está sob investigação em várias frentes. Agora, segundo três pessoas que estão a par de seu novo hábito, ele finalmente se tornou alguém que se comunica por texto. As mensagens do republicano teriam aparecido recentemente nos telefones de pessoas surpreendidas com isso.
A resistência do ex-presidente em mandar mensagens de texto frustrou os investigadores do comitê da Câmara que investigaram os fatos do 6 de janeiro de 2021, quando procuraram rastrear os pensamentos e as ações de Trump enquanto ele tentava reverter os resultados da eleição de 2020.
Em seu depoimento diante do comitê, o filho mais velho do ex-presidente, Donald Trump Jr., disse que durante o ataque ao Capitólio ele se comunicou com o então chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, porque seu pai “não enviava mensagens de texto”.
Isso mudou por volta do início do ano. Amigos, confidentes e até pessoas não muito ligadas a Donald Trump começaram a receber mensagens de texto do celular dele. A maioria das mensagens foi descrita como inócua, como saudações de Ano Novo ou observações políticas.
Não é de hoje que o ex-presidente usa o celular constantemente, mas apenas para falar –ou, antes de ter sido expulso do Twitter, para enviar enxurradas de tuítes. (O ex-assessor que ajudou a criar a conta de Trump no Twitter disse ao jornal Politico certa vez que inicialmente o ex-presidente pedia a assessores para redigirem seus posts e que quando ele próprio passou a fazê-lo, foi como a cena no filme “Jurassic Park” em que os velociraptores aprendem a abrir portas.)
Durante anos as pessoas que se correspondiam com Trump lhe enviavam mensagens de texto, que nunca eram respondidas. Era impossível comunicar-se com ele por email. Trump às vezes pedia a assessores que mandassem mensagens eletrônicas a repórteres ou telegramas.
Agora sua adoção tardia de um modo de comunicação que há anos é o mais comum entre várias gerações assinala não apenas uma disposição de entrar no mundo dos “kkkk” e “pft”, mas também uma pequena mudança em sua aversão a deixar rastros eletrônicos ou em papel.
Pessoas que trabalharam para Trump na Casa Branca e em seus negócios particulares dizem que ele se orgulhava de ser “esperto” por praticamente não deixar documentação alguma de suas comunicações e discussões em reuniões. Isso incluiu ter confiscado anotações feitas em tempo real por um assessor jurídico júnior em seu escritório nos anos 1990, quando Trump o flagrou escrevendo, segundo um consultor que trabalhou para ele na época.
Pessoas que já testemunharam em primeira mão sua aversão visceral a deixar rastros escritos se disseram chocadas quando tomaram conhecimento de seu novo hábito eletrônico.
“Será que ele começou a fazer anotações também?”, indagou John Bolton, ex-assessor de segurança nacional de Trump, quando soube que o ex-presidente começou a escrever mensagens de texto.
Trump criticou Bolton severamente por fazer anotações durante reuniões. Bolton escreveu um dos livros mais contundentes sobre a Presidência de Trump.
Trump também repreendeu Donald McGahn 2º, seu primeiro advogado da Casa Branca, por anotações que este fez. Entrevistado pelo promotor especial Robert Mueller durante a investigação sobre interferência da Rússia, McGahn disse que informou Trump que fazia anotações porque era “um advogado de verdade”.
“Já tive muitos ótimos advogados, como Roy Cohn. Ele não anotava nada”, Trump teria dito, fazendo referência ao mentor e “facilitador irregular” que trabalhou para ele durante anos, não recuava diante de nada e virou o protótipo do que Trump buscava em um advogado.
O fato de Trump agora estar enviando mensagens de texto assustou alguns de seus associados, que estão preocupados com o que ele pode escrever. Mas eles estão aliviados com outra novidade: agora, quando Trump recebe ligações vindas de números que não constam de sua lista de contatos, o telefone do ex-presidente as encaminha diretamente para a secretária eletrônica, segundo duas pessoas que estão a par da mudança.
A mudança ocorreu este mês, depois de um repórter da NBC ter ligado para Trump diretamente durante a luta desesperada de Kevin McCarthy para ser eleito presidente da Câmara. Trump atendeu o telefone e concedeu uma entrevista breve que provocou azia política na seara republicana.
Ainda não se sabe qual é a posição de Trump em relação a emojis.
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