UE responde com "Made in Europe" à política americana – FRONTLINER

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Os políticos europeus acreditam que o mundo está prestes a enfrentar mais conflitos econômicos e guerras comerciais. Isto, em particular, foi afirmado no Fórum Econômico pelo Ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck.
Em sua opinião, no contexto da instabilidade global, os países estão cada vez mais prestando atenção aos seus próprios problemas, o que aumenta o risco de guerras comerciais.
“Alguns países embarcaram no caminho do isolamento ou do confronto”, disse Habeck. O ministro alemão adverte que, se os países da Europa ou da América do Norte e do Sul escolherem o caminho do confronto, será impossível resolver os problemas do mundo.
O Primeiro-Ministro espanhol Pedro Sánchez foi direto ao ponto. Ele disse em Davos que é necessário que a União Europeia (UE) chegue a um acordo com os Estados Unidos para evitar uma guerra comercial, e aconselhou o fortalecimento de medidas de apoio estatal às indústrias.
A ansiedade dos políticos europeus está associada à uma lei americana sancionada em agosto do ano passado, a Inflation Reduction Act (IRA), que prevê subsídios de US$ 369 bilhões para incentivar indústrias e energia verde para um grande grupo de bens – de baterias a veículos elétricos, painéis solares e turbinas eólicas.
Os fabricantes europeus, confrontados com níveis recordes em 2022 nos preços da energia e problemas persistentes nas cadeias de suprimentos na Europa, estão transferindo as operações para os Estados Unidos, na esperança de aproveitar a estabilidade do mercado energético do país e os incentivos fiscais governamentais.
A crise europeia é particularmente aguda nos setores de fabricação de vidro, produtos químicos, metais, fertilizantes, papel, cerâmica e cimento, que exigem mais energia para a produção.
Está em jogo uma nova onda de desindustrialização na Europa. O Comissário Europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, considera prioritários os esforços para melhorar a competitividade global do bloco.
Guerra comercial velada
Em novembro do ano passado, o chefe de finanças francês, Bruno Le Maire, apontou “grande preocupação com as decisões dos EUA, com ajuda maciça que pode levar a distorções da concorrência”.
“Essas distorções da concorrência, repito, são uma grande preocupação para a França e esperamos que a Comissão Europeia apresente propostas firmes para responder a esta política americana. Não queremos ver qualquer tipo de decisão que possa truncar esse campo de jogo nivelado, e o fato de que há a possibilidade de que o Governo dos EUA dê tantos subsídios às empresas que estão em solo americano é algo que poderia ameaçar esse campo de igualdade entre as empresas europeias e americanas. Isso é motivo de preocupação para o governo francês”.
Espera-se que a política industrial da União Europeia seja o tema da reunião de cúpula em Bruxelas de 9 a 10 de fevereiro.
A França está propondo que a UE adote uma estratégia industrial antiamericana, sob o lema “Made in Europe”, para impedir que as indústrias deixem a Europa e para reduzir a dependência dos Estados-membros de fornecedores externos de energia, matérias-primas críticas, semicondutores, medicamentos e alimentos.
Segundo a Reuters, a proposta também destaca a necessidade de tomar medidas urgentes para manter as empresas europeias envolvidas na produção de painéis solares, baterias, hidrogênio e matérias-primas críticas. Está prevista ainda a simplificação e a aceleração da emissão de licenças para a instalação de novas unidades de produção e a revisão do mercado de energia
Propõe-se também alterar as regras da UE sobre a assistência que os governos podem prestar às companhias, para que a ajuda estatal de emergência às empresas, já permitida em meio à pandemia, possa continuar para setores específicos em uma base temporária. Os auxílios estatais podem ser concedidos sob a forma de subsídios ou benefícios fiscais, diz o documento.
Paris propõe ainda a criação de um fundo de emergência que redirecione dinheiro já angariado pela UE para outros fins, a fim de ajudar o bloco a investir em projetos estratégicos para a indústria europeia, para além dos auxílios estatais nacionais.
Fragmentação da economia
Contra o pano de fundo do fato de que as grandes economias desenvolvidas oferecem receitas para salvar suas próprias indústrias e proteger suas indústrias, especialistas internacionais alertam para as consequências de tal abordagem.
Em particular, o Fundo Monetário Internacional acredita que a deterioração da cooperação internacional e do comércio pode afetar negativamente a taxa de crescimento da economia mundial, afetando sobretudo os países mais pobres.
A organização alerta para os riscos de fragmentação da economia mundial. Após décadas de crescente integração econômica, essa fragmentação poderia reduzir a eficiência da economia global.
Para alguns países, a fragmentação global pode custar de 8 a 12% do PIB.
“O aprofundamento das ligações comerciais levou a uma redução significativa da pobreza global por muitos anos, ao mesmo tempo em que beneficiou os consumidores de baixa renda nas economias avançadas por meio de preços mais baixos. O rompimento dos laços comerciais terá o impacto mais adverso nos países de baixa renda e nos consumidores menos abastados das economias avançadas”, disse o FMI em comunicado.
Os países em desenvolvimento podem encontrar dificuldade para vender produtos para os países ricos, obter know-how e melhorar o bem-estar de suas populações, e as economias avançadas podem ter que pagar mais pelos mesmos bens, resultando no aumento da inflação, alertam os especialistas.
A fragmentação ou a desconexão politicamente motivada de países que competem com o Ocidente (China, Rússia, Irã e outros) das tecnologias e financiamentos ocidentais também levará a um aumento nos riscos e custos em todo o mundo.
“As sanções impostas estão gradualmente cortando a Federação Russa do sistema financeiro global e dos mercados previamente estabelecidos. Há uma reestruturação completa das cadeias de fornecimento de matérias-primas e bens com uma virada de Ocidente para Leste. Então, o que outros países têm no futuro, para a Rússia já está acontecendo no presente”, disse Elena Belyaeva, analista da Freedom Finance Global.
* Com informações do Nezavisimaya Gazeta
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