WEG (WEGE3): MP assinada por Bolsonaro pode impactar lucros da companhia em até 10% – mas Itaú BBA não está preocupado – InfoMoney
Entrar
AMER3
PETR4
Calendário de Resultados
Infotrade
Comunidade ONTC
Semana dos Vencedores
Banco, contudo, destacou ser improvável que o impacto seja nesse montante e destacou que WEG tem alternativas para otimizar estrutura de capital
Em relatório, o Itaú BBA destacou os impactos da Medida Provisória de número 1.152/2022, assinada pelo então presidente Jair Bolsonaro no apagar das luzes de seu governo (em 29 de dezembro) e que pode ter um potencial impacto negativo para os lucros da WEG (WEGE3).
A Medida Provisória altera a legislação do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das pessoas jurídicas que realizam transações com partes relacionadas no exterior. O texto foi publicado na edição do Diário Oficial da União de 30 de dezembro de 2022.
A ideia, segundo destacou o governo na época, seria introduzir um novo marco legal para os preços de transferência no Brasil. “A implementação desse novo arcabouço facilitará e permitirá uma maior integração da economia brasileira ao mercado internacional”, informou em nota.
Conforme destaca o Itaú BBA, a MP, a partir de 2024, mudaria as regras do mecanismo de “preço de transferência” atualmente utilizado por empresas multinacionais para otimizar sua estrutura tributária. A WEG se beneficia disso por meio de sua subsidiária austríaca, que atua como trading company e, portanto, reduz a alíquota efetiva consolidada.
O preço de transferência se refere ao atribuído quando uma empresa exporta seus produtos para uma subsidiária offshore, que então revende o produto. De acordo com as regras atuais, sob certas condições, as empresas podem legalmente estabelecer os preços de forma que a maior parte do lucro da transação fique no exterior, geralmente em um país com alíquotas de imposto de renda mais baixas.
Desde 2015, a diferença nas taxas de imposto estrangeiras representou uma média de cerca de 10% do lucro tributável consolidado da WEG, aponta o BBA. Ao considerar 10 pontos percentuais da taxa de imposto estimada para 2024, a projeção final para o lucro da companhia estimativa pelo banco também diminuiria em aproximadamente 10% para o ano que vem, no pior cenário.
“No entanto, achamos improvável que o impacto da alíquota seja nesse montante, já que a MP provocaria apenas uma redistribuição de lucros entre as operações austríaca e brasileira, enquanto a alíquota da primeira continuará a ser menor. Além disso, como a WEG é uma empresa de caixa líquido, acreditamos que ela pode considerar alavancar seu balanço para aproveitar um efeito de incentivo fiscal”, apontam os analistas.
Assim, os analistas acreditam que a WEG poderia utilizar outras ferramentas, como otimizar sua estrutura de capital, para compensar parcialmente o efeito nos resultados. “Deixando de lado essa turbulência, a WEGE3 continuará sendo uma ação sólida e defensiva, e mantemos nossa classificação outperform (acima da média do mercado, equivalente à compra)”, com preço-alvo de R$ 44 por ativo, ou um potencial de alta de 13,6% frente o fechamento da véspera.
© 2000-2023 InfoMoney. Todos os direitos reservados.
O InfoMoney preza a qualidade da informação e atesta a apuração de todo o conteúdo produzido por sua equipe, ressaltando, no entanto, que não faz qualquer tipo de recomendação de investimento, não se responsabilizando por perdas, danos (diretos, indiretos e incidentais), custos e lucros cessantes.
IMPORTANTE: O portal www.infomoney.com.br (o “Portal”) é de propriedade da Infostocks Informações e Sistemas Ltda. (CNPJ/MF nº 03.082.929/0001-03) (“Infostocks”), sociedade controlada, indiretamente, pela XP Controle Participações S/A (CNPJ/MF nº 09.163.677/0001-15), sociedade holding que controla as empresas do XP Inc. O XP Inc tem em sua composição empresas que exercem atividades de: corretoras de valoresmobiliários, banco, seguradora, corretora de seguros, análise de investimentos de valores mobiliários, gestoras de recursos de terceiros. Apesar de as Sociedades XP estarem sob controle comum, os executivos responsáveis pela Infostocks são totalmente independentes e as notícias, matérias e opiniões veiculadas no Portal não são, sob qualquer aspecto, direcionadas e/ou influenciadas por relatórios de análise produzidos por áreas técnicas das empresas do XP Inc, nem por decisões comerciais e de negócio de tais sociedades, sendo produzidos de acordo com o juízo de valor e as convicções próprias da equipe interna da Infostocks.