Adesão a protesto contra vitória de Lula cai no 7º dia, mas ato no CMO reúne 40 mil bolsonaristas – O Jacaré

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Cerca de 40 mil bolsonaristas, segundo estimativa da organização, participaram da manifestação contra a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste domingo (6) em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste), em Campo Grande. No entanto, houve queda na adesão em relação a quarta-feira (2), quando 50 mil pessoas vestiram verde e amarelo para se indignar contra a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano.
Impulsionados por blogueiros de direita e supostas auditorias de fraudes nas eleições, o grupo segue inflamado e com disposição de manter o acampamento em frente ao Exército por tempo indeterminado.
“Manifestação normal durante todo o dia no CMO. Tem muita gente acampada por aqui. Muitos patriotas do interior. Todos são bem-vindos”, afirmou um dos coordenadores do EndireitaMS, o advogado Danilo Assis. Ele minimiza a queda nos números repassados pela própria organização.
“A manifestação segue forte. Na última quarta-feira não tínhamos a quantidade de tendas que temos hoje. A quantidade de caminhoneiros que aderiram a manifestação”, justificou-se. “O movimento é rotativo e 24 horas por dia. Sem um horário fixo definido. O que vemos é que durante todo o dia as pessoas estão comparecendo. A julgar pelas fotos de drones foi semelhante”, explicou.
“Na quarta foi o dado que tivemos porque a manifestação se concentrou no período da tarde. Hoje a manifestação ocorreu durante todo o dia”, insistiu. Os dados de que foram 50 mil na quarta e 40 mil hoje é da própria organização. A Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana não divulgaram estimativa de público.
Nesta segunda-feira, o movimento contra a derrota de Bolsonaro tentou convocar paralisação nacional contra o resultado das eleições. “Sobre a paralisação é um movimento independente não sendo obrigatório mas com muita adesão. Em uma democracia não se pode obrigar paralisações, assim como não deveriam censurar críticos ao sistema eleitoral”, afirmou o organizador.
A expectativa é de que os bloqueios não serão retomados porque foram condenados pelo presidente da República. Em duas manifestações públicas, Bolsonaro disse que é contra o bloqueio, porque prejudica a economia e fere o direito constitucional de ir e vir.
No entanto, o grupo deve manter a interdição parcial da Avenida Duque de Caxias, que tem apenas uma das três faixas liberadas para o tráfego de veículos. O bloqueio parcial tem causando longos congestionamentos e causado transtornos aos motoristas.
Chamados de antidemocráticos por não aceitarem o resultado da eleição, o grupo tem reagido com indignação contra os sites e jornais brasileiros. “A indignação com a forma com que se deu o processo eleitoral tem levado as pessoas para as ruas. O fato de a imprensa tratar os manifestantes como ‘antidemocráticos’ pelo simples fato de questionarem a lisura do processo eleitoral tem feito mais pessoas se manterem nas ruas. A censura do TSE aos parlamentares que estão questionando dados apresentados pelo próprio TSE também tem levado as pessoas para as ruas”, relatou Danilo Assis.
“A imprensa infelizmente prefere atacar os manifestantes que estão de maneira pacífica saindo as ruas no Brasil todo. Ao invés de investigar cidades onde o próprio TSE divulgou urnas e seções com 100% de votos para o número 13, algo impossível em uma eleição polarizada”, insistiu, repetindo a tese, contestada pela Justiça Eleitoral, e propagada pelos movimentos de direita de que houve fraude na eleição.
“Convido aos jornalistas a visitarem as manifestações. Hoje, mesmo sabendo que a manifestação ocorreria durante todo o dia, quase nenhum veículo de imprensa compareceu”, lamentou-se um dos coordenadores do movimento EndireitaMS. “Isso prejudica até mesmo o compromisso com a informação, que é quase sempre repassada sem ouvir o outro lado”, criticou.
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