Atlas mostra como a corrupção coloca o Brasil na contramão do … – Sagres Online

0
46

MENU
Um estudo inédito divulgado pela Transparência Internacional Brasil (TI Brasil) mostra como as práticas de corrupção prejudicam o combate às consequências das mudanças climáticas. É o Atlas de Clima e Corrupção. O documento, divulgado neste mês de novembro durante a 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP27), sistematiza as inter-relações de corrupção e clima no Brasil.
Clique aqui para baixar o atlas em PDF
De acordo com o estudo, a “corrupção distorce a formulação de políticas e normas ambientais, climáticas e aquelas relacionadas ao clima, impede que a transição energética ocorra na velocidade necessária e viabiliza crimes ambientais que causam desmatamento, degradação florestal e violência contra defensores/as ambientais”.
Para o gerente de programas da Transparência Internacional – Brasil e coordenador do Atlas de Clima e Corrupção, Renato Morgado, a corrupção colabora com o desvio de recursos, que já são escassos, que deveriam ser aplicados na agenda climática.
“Ela pode viabilizar crimes ambientais. Ela está muito associada a desmatamento ilegal, exploração de ilegal de madeira, garimpo ilegal, viabilizando crimes que acabam provocando emissões de gás do efeito estufa”, explicou Renato Morgado, em entrevista à Sagres.
Ao longo de suas 82 páginas, o Atlas aponta que, uma vez imbuído em práticas corruptas, o país ficaria impossibilitado de cumprir a sua Contribuição Nacionalmente Determinada (sigla em inglês: NDC), de reduzir de suas emissões em 50% até 2030 e de alcançar a neutralidade climática até 2050. O Brasil fica, portanto, impedido de contribuir com o alcance das metas estabelecidas no Acordo de Paris (2015).
No mapa a seguir, divulgado no Atlas, é possível verificar a lista dos casos de corrupção analisados pela TI Brasil.
Conforme Renato Morgado, o momento de maior risco que o combate à corrupção corre é quando esta distorce a formulação de leis, de políticas públicas e o próprio funcionamento das instituições públicas. 
“Corrupção é o abuso de poder para ganho privado. Ela pode ocorrer nas instituições quando há o pagamento de propina entre um agente público e um agente privado, mas também quando determinados grupos têm um poder muito grande e desproporcional em relação a outros setores da sociedade para definir o resultado de uma política pública”, destacou.  
O estudo ainda aponta que a corrupção fragiliza “os mecanismos de financiamento climático, bem como dos mercados de carbono, dificultando o acesso e o uso adequado desses recursos e oportunidades para combater efetivamente as mudanças climáticas”.
Acordo de Paris
Em 2015, 195 países, entre eles o Brasil, assinaram acordo com o objetivo de conter o aumento do aquecimento global. 
Para Renato Morgado, o Brasil está longe de cumprir os compromissos do Acordo de Paris, mas ainda vê condições de reverter o avanço de questões como o desmatamento.
“O Brasil está, sim, na contramão do Acordo de Paris, mas ainda dá tempo. Precisamos fazer uma redução rápida do desmatamento em nossos biomas, reduzir o consumo de combustíveis fósseis e das emissões da indústria, dos transporte, para que a gente possa, nesses oitos anos, criar condições para uma diminuição rápida e intensa de nossas emissões”, reforçou.
Só no ano passado, salientou o coordenador, o Brasil alcançou 13 mil quilômetros de desmatamento da Amazônia, a maior taxa dos últimos 15 anos. “Além da perda da biodiversidade e redução das chuvas, a consequência do desmatamento é o aumento das emissões”, alegou.
COP27
A 27ª Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP27) terminou no dia 18 de novembro, no Egito, com algum avanço. Renato Morgado acredita que o ponto mais positivo do encontro foi a criação do fundo de perdas e danos, que deve começar a vigorar em 2023. No documento aprovado, ficou especificado que os mais vulneráveis às mudanças climáticas serão beneficiados.
Com a decisão, os Estados Unidos e a União Europeia, além de nações como China e Índia, ficam de fora do fundo, já que estão entre os quatro maiores emissores de gás carbônico (CO2) do planeta. 
Embora o coordenador do Atlas de Clima e Corrupção da TI Brasil acredite que a conferência tenha sido insuficiente, há grande expectativa de que o Brasil retome o posto de condutor de uma política ambiental e climática consistente. “É fato que o Brasil, nos últimos quatro anos, retrocedeu muito em sua governança ambiental e climática, e o país sempre foi um ator muito importante nessas negociações internacionais”, concluiu.
Confira no mapa a seguir as dez recomendações da TI Brasil para combater a corrupção:
Leia mais
Utilizamos cookies para proporcionar a melhor experiência possível no nosso site. Ao continuar utilizando este site você aceita usar os cookies.
This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.
Strictly Necessary Cookie should be enabled at all times so that we can save your preferences for cookie settings.
If you disable this cookie, we will not be able to save your preferences. This means that every time you visit this website you will need to enable or disable cookies again.

source

Leave a reply