Bolsonaro profeta ao dizer: “Acabou”. Perdeu até a Copa (Juan Arias) – Metrópoles

0
117


Ver agenda e tabela completa →
Blog com notícias, comentários, charges e enquetes sobre o que acontece na política brasileira. Por Ricardo Noblat e equipe
12/12/2022 11:00, atualizado 12/12/2022 2:54
Há palavras que acabam sendo proféticas. Uma delas no Brasil foi a pronunciada por Jair Bolsonaro ao ver que havia perdido as eleições : “Acabou”. Claro, ele não estava satisfeito e continuou incitando seus anfitriões mais extremistas a irem às ruas para protestar, enquanto esperava coroar sua saída com o triunfo na Copa do Mundo. O Brasil perdeu a Copa e Bolsonaro teve que repetir o “acabou”. Ele até pensou em ir receber o troféu de futebol do amigo Neymar.
Bolsonaro continuou confiando nos militares, seus amigos, e instigou seus amigos a acamparem do lado de fora do quartel pedindo a loucura de um golpe militar. Eu não sabia que o fatídico “acabou” também ressoou naquele quartel.
De nada lhe serviram as lágrimas derramadas, após 20 dias de isolamento e silêncio, perante os militares, como a pedirem compaixão e vingança. Ele também se sentiu traído por eles? A verdade é que aquelas lágrimas diante do Exército não pareciam totalmente convincentes. Ele nem precisou do lenço para enxugá-las. Pareciam mais lágrimas de raiva, como se dissessem: “Você também está me deixando!” O fatal “acabado” deve ter voltado aos seus ouvidos. Sim, também os militares, a quem cobriu de privilégios durante o seu mandato, o abandonaram à sua sorte.
Bolsonaro não mediu esforços para que o Exército entendesse que com Lula o comunismo voltava ao Brasil e que as portas estavam definitivamente fechadas para qualquer tentativa de golpe institucional. Sim, o “acabado” apareceu para ele novamente como algo real, no qual ele não acreditava. E quase chorou de raiva.
Lula trouxe ao Brasil um novo sopro de esperança de mudança diante do muro da negação que o afligia e o arrastava para o abismo não só da fome, mas também de um futuro sombrio. Agora, com a nova realidade democrática que amanheceu no país e que o consolou pela derrota na Copa do Mundo, Bolsonaro terá que repetir, com ou sem lágrimas, seu “final”, já que ancorou o navio de um novo tempo que resgatou o país da ameaça de um futuro cheio de incógnitas e medos. Os temores de voltar aos tempos sombrios da ditadura militar que tanto preza Bolsonaro, o capitão que havia sido expulso do Exército e que não esconde seu amor pela tortura e execução de seus inimigos.
Faltam três semanas para a posse de Lula como chefe de Estado. O tempo que sobra para Bolsonaro continuar com sua birra, como crianças caprichosas que querem o brinquedo do amigo. Bolsonaro dedicou seus quatro anos de governo tentando roubar ou quebrar a democracia e a esperança deste país.
Depois de ter pronunciado, com certeza queimando a língua, seu profético “acabou”, suas lágrimas diante dos militares de dias atrás, sobre os quais tanto se especulou na mídia, são a melhor profecia de que a tempestade ditatorial que ele havia desencadeado ainda poderá continuar fazendo seu trovão ser ouvido. Sim, mas cada vez mais distante e sem perigo.
Se Bolsonaro foi um profeta de si mesmo quando proclamou seu “acabado”, hoje o país também está aqui para comemorar, apesar de ter perdido a Copa, o retorno à sua normalidade democrática. O Brasil volta a contar no mundo. E o mundo voltará a olhar para o Brasil com esperança e o respeito que ele realmente merece.
Pode parecer um jogo de palavras, mas a verdade é que, e sem querer fazer profecias fáceis, o “acabado” sibilino de Bolsonaro está prestes a se metamorfosear em um “começado” alegre e esperançoso. Sim, o medo morre e as lágrimas de raiva de Bolsonaro se apagam com as de alegria de quem se sente liberto do que foi apenas uma noite de pesadelo.
O Brasil volta a acalentar o antigo sonho de ser um “país do futuro” e sobretudo um país em paz, sem que cada café da manhã seja novamente uma ameaça de guerra.
O Brasil é um país com muitos defeitos, muitos atrasos, muita violência, mas não desiste de buscar a felicidade até nas menores coisas. Um amigo meu, um simples trabalhador, que se sentiu arrasado com a crise econômica criada por Bolsonaro, me disse esta manhã: “Agora podemos comprar carne de novo”. Sim, e também deixaremos de respirar medos e profecias de lágrimas democráticas.
 
(Transcrito do El País)
“Se a pessoa diz que tem uma arma, é preciso provar que a arma existe, e onde está. E haverá, com efeitos futuros, vedação a compra de fuzis e metralhadoras. Isso é absolutamente descabido.” (Flávio Dino, ministro da Justiça e da Segurança Pública de Lula)
José Levi Mello é secretário-geral do TSE e muito próximo de Alexandre de Moraes, e defensor do semipresidencialismo, tese rechaçada pelo PT
Futuro governador irá descobrir seu caminho à direita
O presidente do Brasil não só perdeu as eleições, como acreditou que receberia a Copa do amigo Neymar. Mas não.
Petista será o centro da cerimônia desta tarde no TSE, com mobilização de militância na porta, mas de alguma oposição também
Para alguma coisa ele serve
Todos os direitos reservados

source

Leave a reply