Campanhas de Lula e Bolsonaro devem acirrar guerra judicial no 2º turno – UOL Confere
Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Escreve sobre o Poder Judiciário, com ênfase no Supremo Tribunal Federal, desde 2001. Participou da cobertura do mensalão, da Lava-Jato e dos principais julgamentos dos últimos anos. Foi repórter e analista do jornal O Globo (2001-2021) e analista de política da CNN (2022). Teve duas passagens pela revista Época: como repórter (2000-2001) e colunista (2019-2021).
Colunista do UOL
06/10/2022 04h00
Se no primeiro turno a guerra judicial entre as candidaturas de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro foi intensa, a expectativa para o segundo turno é de movimentação ainda maior no protocolo do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A segunda-feira (3) foi dedicada a reuniões nas campanhas para traçar estratégia para o novo embate. Somente nos dois dias seguintes, foram ajuizadas 16 ações do PT contra fake news que circulam nas redes contra Lula.
A defesa de Bolsonaro não informou quantas ações apresentou nesta semana ao tribunal. Ao menos um pedido de providências foi ajuizado: solicitação para que os institutos de pesquisa de intenção de votos sejam investigados.
Assim como no primeiro turno, a expectativa é que a campanha petista acione mais o TSE do que a bolsonarista. Isso reflete a estratégia de cada lado da disputa. No caso da defesa de Lula, é feita a análise de que o entorno do presidente ataca muito mais o petista do que o inverso. Daí a maior necessidade de se defender judicialmente.
Por conta da campanha deste ano, Lula responde a uma AIJE (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) no TSE, em decorrência da “superlive” de Lula com artistas. Em contrapartida, a campanha do presidente responde a pelo menos sete AIJEs, de autoria de vários partidos. A estratégia da defesa petista inclui a apresentação de mais ações contra Bolsonaro nos próximos dias.
Do lado de Bolsonaro, a estratégia da campanha está mais calcada na comunicação com o eleitorado por meio de redes sociais e aplicativos de mensagem do que na Justiça Eleitoral. Dentro do PL, o partido ao qual o presidente é filiado, há intenção de pacificar a relação com o Judiciário, muito embora as falas de Bolsonaro sigam em sentido contrário.
A campanha de Bolsonaro contratou neste ano o advogado Tarcísio Vieira, que foi ministro do TSE. Com estilo discreto e bom trânsito com integrantes da cúpula do Judiciário, Vieira tem sido um elo entre o núcleo do presidente e a corte eleitoral. O perfil de Vieira é contrário ao de Carlos Bolsonaro, o filho do presidente autor de postagens contundentes nas redes sociais.
Procurado pela coluna, Vieira não se manifestou. O advogado Ângelo Ferraro, um dos responsáveis pela condução jurídica da campanha de Lula, considera que, mesmo em poucos dias, já é possível afirmar que as fake news aumentaram no segundo turno. “Houve escalonamento de desinformação contra o ex-presidente Lula no segundo turno. Vamos continuar entrando com ações contra a desinformação orquestrada”, disse Ferraro.
Não só Lula foi vítima de desinformação nas redes, mas aliados de Bolsonaro se assustaram com o crescimento de mensagens de ódio contra o presidente. Nos últimos dias, ele foi associado à maçonaria, ao aborto e ao canibalismo. Até ontem à noite, a campanha de Bolsonaro não havia entrado no tribunal contra as mensagens que o alvejaram.
O candidato petista, por sua vez, foi associado a uma facção criminosa e ao satanismo. No caso de Lula, o TSE determinou a exclusão das postagens sobre os dois assuntos. Outras ações do petista aguardam julgamento – entre elas, a representação contra publicações que usam declaração da deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP) para associar Lula ao assassinato de Celso Daniel e representação sobre a publicação do empresário Pablo Marçal (Pros) que contém desinformação sobre o “kit gay”.
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Carolina Brígido
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